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10/09/2008 - 09:36

Gasoduto Urucu-Coari-Manaus recebe o presidente Lula


Os investimentos estimados são de R$ 3,5 bilhões, e a operação comercial do gasoduto está prevista para setembro de 2009.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita um dos canteiros de obra do gasoduto Urucu-Coari-Manaus, no dia 10 de setembro (quarta-feira). A visita será na clareira 20, localizada entre as cidades de Coari e Manaus, a 282 quilômetros da capital amazonense.

Com 661 km de extensão, o gasoduto Urucu-Coari-Manaus permitirá levar ao mercado o gás natural produzido na Bacia do Solimões, no Amazonas. Com 52,8 bilhões de m³, o Amazonas detém a segunda maior reserva de gás natural do país, atrás apenas do Rio de Janeiro. Os investimentos estimados na obra, iniciada em julho de 2006, são de cerca de R$ 3,5 bilhões. A operação comercial do gasoduto está prevista para setembro de 2009.

O gasoduto terá capacidade inicial para transportar 5,5 milhões de metros cúbicos/dia. O gás natural produzido no Amazonas servirá, principalmente, para geração de energia elétrica em Manaus, que hoje é atendida por usinas termelétricas movidas a óleo combustível e a óleo diesel. Essas unidades consomem, por ano, 1,3 bilhão de litros desses combustíveis. Menos poluente e mais barato, o gás natural substituirá os combustíveis líquidos, reduzindo a emissão de gases do efeito estufa.

Localizadas em Manaus, as usinas que receberão o gás da Bacia do Solimões têm capacidade instalada para gerar cerca de 760 MW, montante pouco superior ao consumo médio de energia elétrica na capital amazonense, que é de 730 MW. Com o gasoduto Urucu-Coari-Manaus, as termelétricas poderão ser convertidas para utilizar gás natural. Além do segmento térmico, uma parte do gás produzido na Bacia do Solimões será destinada ao mercado não-térmico, cerca de 0,5 milhão de metros cúbicos/dia.

Soluções inéditas de engenharia - Diante das condições da região, que possui um intenso regime de chuvas, grande variação do nível de cursos d’agua (cerca de 14 metros) ao longo do ano e solo desfavorável para realização de obras, a Petrobras adotou soluções inéditas na construção desse empreendimento. Estas inovações garantiram maior agilidade na execução dos trabalhos e redução do impacto ambiental.

Pela primeira vez no Brasil, uma obra de gasoduto terrestre foi executada em parte sob os rios, utilizando metodologia similar àquela adotada para instalação de dutos marítimos em grandes profundidades. A segunda novidade no país é o uso de helicópteros de carga para realizar o desfile dos dutos. Em outras obras de gasodutos, os dutos são levados ao local da obra por terra. Outra inovação foi a montagem de acampamentos de selva no trajeto do gasoduto, além dos tradicionais canteiros de obras.

Estas inovações foram adotadas em um percurso de 100 km, localizado entre os municípios de Coari e Anamã. Este é o trecho considerado mais difícil da obra por ter o maior percurso de área alagável e o ecossistema mais sensível.

Em 65 km desse trecho, o desfile de dutos está sendo feito por dois helicópteros de cargas, o Kamov (russo) e o S-64 (americano). Os dutos são presos na aeronave por um “guindaste” de 80 metros de altura e “pousados” na faixa. Estes helicópteros são usados, normalmente, para o transporte de madeira, contêineres, perfis de torres de transmissão de energia elétrica e até água de combate a incêndios. Entre junho e agosto, quase 30 quilômetros de dutos foram desfilados pelos helicópteros.

Nos outros 35 quilômetros do trecho onde foram adotadas as inovações na obra, a Petrobras criou uma nova metodologia batizada de “Pushing em Balsa Plataforma”, implantada com sucesso entre abril e julho deste ano. Em balsas plataformas, instaladas em pontos fixos da faixa alagada do gasoduto, eram feitos os processos de acoplamento, soldagem, verificação da qualidade da solda, jateamento e revestimento de juntas soldadas dos dutos.

Já soldados, os dutos eram lançados na faixa, completamente alagada, em colunas com extensão de 1.000 metros e presos a bóias e tambores. Em seguida, estas colunas eram deslocadas por rebocadores até outras balsas, chamadas “marrecas”, onde era feito o acoplamento das colunas. Por último, as amarras dos tambores nas colunas eram desfeitas, uma a uma, para o abaixamento dos dutos até o leito da vala previamente aberta. Essa saída permitiu a continuidade dos trabalhos durante o período de cheia.

Também para dar maior agilidade na execução da obra, foram instalados 16 acampamentos de selva, o que reduziu o tempo de deslocamento das equipes até as frentes de trabalho. Antes da implantação desses acampamentos, em algumas situações, os trabalhadores se deslocavam por, no mínimo, quatro horas (ida e volta), dos alojamentos até os locais de obra.

Chamadas de carpas, estas estruturas de lona foram construídas a partir dos modelos já adotados pelo Exército para a sobrevivência na selva. As equipes são alojadas em quartos coletivos e recebem assistência médica e odontológica. Cada acampamento abriga, em média, 160 pessoas.

Além dos acampamentos, foram abertas 29 clareiras, destinadas ao armazenamento dos dutos usados na obra. Em alguns destes locais também são instalados escritórios flutuantes, carpas e oficinas de manutenção de equipamentos. Cada clareira pode alojar até 200 pessoas.

Construção em estágio avançado - As obras do gasoduto Urucu-Coari-Manaus estão em estágio avançado. Dos 661 quilômetros de dutos, 97,3% estão desfilados; 96,4%, soldados; e 90,6% enterrados. Foram usados 58 mil tubos na construção do empreendimento.

O Urucu-Coari-Manaus é a obra de gasoduto da Petrobras com maior percentual de uso de mão-de-obra local, cerca de 70%. São 6,82 mil trabalhadores atuando diretamente na construção. Outros 19,6 mil empregos indiretos foram gerados a partir da obra. Da força de trabalho mobilizada para atuar diretamente no empreendimento, 8,7% são mulheres (602). Cerca de 95% do material utilizado na obra foi produzido no Brasil.

O Gasoduto - O gasoduto Urucu-Coari-Manaus interliga o Pólo Arara, em Urucu, a Manaus. No percurso, estão sendo construídos sete ramais para atendimento aos municípios de Coari, Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru e Iranduba, além de dois ramais para as usinas de Aparecida e Mauá, em Manaus. A obra do gasoduto contempla três etapas:

Trecho A (Urucu-Coari, 279 km) - Já possui um gasoduto de 18 polegadas de diâmetro que transporta atualmente GLP. Um novo duto de 10 polegadas está em construção para levar o GLP de Urucu a Coari. Após a conclusão do GLP duto, o gasoduto existente será adaptado para transportar gás natural.

Trecho B1 (Coari-Anamã, 196 km) – Neste trecho está sendo construído um gasoduto de 20 polegadas de diâmetro. É onde está a maior extensão da faixa do gasoduto em área alagável. Por causa disso, foram adotadas, com sucesso, as novas metodologias construtivas.

Trecho B2 (Anamã-Manaus, 186 km) – Continuação do trecho B1. Neste trecho há o maior número de comunidades e rodovias próximas à faixa do gasoduto. Apesar da menor dificuldade, também em algumas áreas equipamentos e dutos foram transportados por balsas até o local da obra.

Sem registro de malária - Em 26 meses de atividade numa área de alta incidência de malária não foi registrado nenhum caso da doença adquirida na obra. Os trabalhadores realizam exame de sangue a cada vez que embarcam e desembarcam dos acampamentos. Essa triagem sanguínea revela também existência de leishmaniose, Doença de Chagas e microfilária.

A coleta e a análise do sangue são feitas em laboratórios montados nas clareiras abertas na selva. Até hoje, foram realizados cerca de 220 mil exames. Também é aplicada termonebulização, duas vezes ao dia, nos locais de obra e nos alojamentos.

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