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10/09/2008 - 09:53

Meninas da prata

O que podemos aprender com elas.

O importante é darmos valor às nossas vitórias. A conquista da medalha de prata nas Olimpíadas da China, pelas meninas do futebol, é um feito notável que não pode ser desprezado. Considerado um esporte para homens, essa modalidade esportiva cada vez mais vem conquistando adeptas do sexo feminino, não apenas no rol de torcedores, como também na cobertura jornalística dos jogos e em campo, com muita competência.

No caso específico das últimas Olimpíadas, no entanto, não podemos deixar de fazer algumas comparações sobre o jogo com as americanas e ver o que isso pode nos auxiliar para tudo o que fizermos na vida, e não apenas no futebol. Nossas atletas correram muito, suaram a camisa, mas acabaram perdendo um pouco o foco em sua ânsia de ir para o gol de qualquer jeito. As americanas, por sua vez, mantiveram o equilíbrio, organizaram bem a defesa e deixaram as brasileiras correrem a esmo sem conseguirem ultrapassar a barreira defensiva, e esperaram o momento certo para fazerem o gol. Elas acabaram atraindo isso: o gol se materializou na prorrogação, depois de noventa minutos de muito desgaste físico e emocional por parte das brasileiras.

O que esse acontecimento pode nos ensinar? Várias lições valiosas, tais como a importância de não perder o foco, de saber definir os objetivos, de manter avivado o profundo espírito de equipe e dar amplo apoio aos colegas, permitindo que estes se destaquem oferecendo o seu melhor, seja em passes de bola, sugestões, ou recursos. Há que estar bem nítido que o gol é da equipe e não de um jogador isolado, como muitos querem acreditar nestes tempos de individualismo extremado.

A vaidade é um grande veneno que exige atenção especial, pois é o que instiga os seres humanos a se considerarem melhor que os seus semelhantes, dando-lhes a falsa sensação de que não precisam dar ouvidos ao que os outros têm a dizer. Com humildade devemos estar sempre prontos a aprender algo com alguém.

Quando jogamos em equipe não podemos fazer só o que queremos, sem combinar os lances com os colegas. Mas, infelizmente ainda há muitas pessoas que jogam pensando apenas em si mesmas, querendo passar por cima dos outros. É verdade que cada um deve cuidar em primeiro lugar de si próprio, defendendo os seus direitos, pois se não o fizer, quem o fará? Mas a sabedoria está em cuidar de nossos direitos pessoais sem negar os dos outros, lembrando que sozinho ninguém consegue concretizar muita coisa.

Todos nós necessitamos de realização pessoal. É o que nos permite crescer. Nesse sentido, é fundamental definirmos claramente o que queremos e como gostaríamos de ser tratados. Este ponto é crucial para o bom entrosamento das equipes, na medida em que se eliminam muitos contratempos desnecessários decorrentes de atitudes impensadas, ou mesmo irresponsáveis. Assim fica estabelecida uma conduta de consideração mútua que é muito importante para o sucesso das ações.

Dessa forma fica fácil estabelecer os objetivos com clareza, prevalecendo como prioritário o objetivo da equipe de alcançar a meta. E o sucesso do time promoverá, simultaneamente, a realização individual. Na estruturação de nossas metas, deveremos examinar bem as condições reinantes e os recursos disponíveis para que sejam aplicados adequadamente sem desperdício, preservando-os para os momentos cruciais dos embates. Temos que ser persistentes, mas não obstinados. A vida é um continuo preparo. Nem sempre perdemos, nem sempre ganhamos, mas as vivências sempre nos fortalecerão, se soubermos nos aquietar confortavelmente para, no silêncio, compreender e analisar as conexões.

. Por: Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Atualmente, é um dos coordenadores do www.library.com.br, site sem fins lucrativos, e autor dos livros Encontro com o Homem Sábio , Reencontro com o Homem Sábio, A Trajetória do Ser Humano na Terra e Nola – o manuscrito que abalou o mundo, editados pela Editora Nobel com o selo Marco Zero. E-mail: [email protected]

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