Entraves do agronegócio em debate

Aconteceu nos últimos dias, na cidade de São Paulo, a 7ª edição do Congresso Brasileiro de Agribusiness, liderado pela Abag – Associação Brasileira de Agribusiness. Do evento, surgiram mensagens importantes destinadas ao governo e à sociedade. Logo na abertura, o presidente da Abag, Carlo Lovatelli, reivindicou a adoção de uma política de “imposto zero” para alimentos no Brasil. Ele ressaltou que, se o governo levar adiante o texto da Reforma Tributária apresentado ao Congresso Nacional em fevereiro último, e considerar a possibilidade de isentar o produtor de alimentos dos pesados tributos em vigor, transferirá benefícios sem precedentes à população de baixa renda. O evento foi palco para as principais reivindicações do agronegócio e para um amplo debate acerca de pontos que hoje travam o campo e a agroindústria. A despeito do panorama otimista do setor expresso, por exemplo, no recorde de US$ 58 bilhões em exportações de 2007, temas como a falta de sinergia entre os Ministérios ligados à agricultura e os “pífios resultados” na área de bioenergia, sobretudo do biodiesel, motivaram os debatedores. No encerramento, discutiu-se a questão da sustentabilidade do agronegócio − as lideranças presentes afirmaram que o agronegócio brasileiro é, sim, sustentável e será líder da produção de alimentos no mundo neste século. “Mesmo com as taxas de juros mais altas do mundo, os impostos mais caros do mundo e o custo de frete mais alto do mundo, o agronegócio brasileiro chegou à liderança mundial”, enfatizou o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli. Roberto Waack, outro palestrante ilustre, destacou que a principal dificuldade na implementação de políticas de responsabilidade socioambiental é a falta de vontade política dos governos, sempre engessados entre lobbys e a sua própria lentidão em decidir. O Sindag, que marcou presença no 7º Congresso Brasileiro de Agribusiness, compartilha das reivindicações apresentadas no evento pelas lideranças do agronegócio.