FINEP vai expor 12 projetos na Rio Oil & Gás

Se você pensou um dia conhecer uma plataforma de petróleo e não teve a oportunidade, o momento é agora. No estande da FINEP na Rio Oil & Gás, maior feira do setor que acontece de 15 a 18 de setembro no Riocentro, uma visita virtual vai expor, em detalhes, toda a tecnologia empregada nos campos de produção de petróleo. A forma como o navio-plataforma é fixado no fundo do mar e os diferentes tipos de dutos usados para levar o óleo e o gás até a superfície são apenas alguns exemplos do que será mostrado em ambiente interativo. Os visitantes serão convidados a “passear” pelo navio, por dentro e por debaixo d’água.

“Vamos reproduzir o que acontece na vida real”, afirma o engenheiro Antonio Russo, do Tanque de Provas Numérico, único laboratório do País dedicado ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para a exploração de petróleo em águas profundas e ultra-profundas. Ele será a estrela principal do estande da Agência do Ministério da Ciência e Tecnologia que mostrará, ainda, outros 11 projetos nas áreas de responsabilidade sócio-ambiental, qualidade e confiabilidade e inovação em processos e materiais, desenvolvidos com o apoio financeiro do Fundo Setorial de Petróleo e Gás Natural (CT-Petro).

Para se ter uma idéia, só em operações realizadas através da FINEP, o CT-Petro já investiu cerca de R$ 750 milhões em mais de mil projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Para 2009, a expectativa de investimento é da ordem de R$ 120 milhões.

Inaugurado em fevereiro de 2002, o Tanque de Provas Numérico recebeu R$ 3,9 milhões da FINEP. Os recursos permitiram a aquisição de uma série de equipamentos para análise e simulações numéricas de projetos e estudos no setor de produção de petróleo, incluindo perfuração, exploração, sistemas de ancoragem, produção e armazenamento. Uma das tecnologias financiadas pela FINEP é o cluster de computadores, com mais de 100 máquinas interligadas, considerado um dos maiores e mais velozes sistemas de computação do Brasil. O laboratório conta, ainda, com equipamento de visualização estereográfica, que possibilita simulações em três dimensões. Parte dessa tecnologia estará disponível no estande da FINEP na feira.

“Sem este aparato tecnológico aliado ao conhecimento gerado no laboratório não seria possível a concepção de projetos em todas as áreas de engenharia offshore”, afirma o engenheiro Antonio Russo.

O Tanque de Provas Numérico está capacitado para prestar serviços para toda a indústria de exploração offshore de petróleo. No entanto, 99% de sua demanda de projetos vêm da Petrobras. Nos quase sete anos de existência, o laboratório já participou de 65 projetos, gerando oito patentes. Ele realiza desde pequenos estudos, destinados a solucionar problemas pontuais ainda não conhecidos pela indústria, até projetos inovadores, como a recente concepção de uma plataforma de produção de petróleo muito mais estável às mudanças de tempo. Segundo Russo, a viabilidade dessa nova plataforma já está sendo testada para operações em outras bacias de produção fora do Brasil.

Em breve o laboratório também passará a contar com um tanque de provas real, já em construção. Ele medirá 19 metros de comprimento por 19 metros de largura, e será usado para ensaios experimentais de modelos em escala reduzida. “A partir daí, o Tanque de Provas Numérico será o único no mundo a dispor de uma infra-estrutura avançada para pesquisa e teste de produto” afirma o engenheiro do Tanque. Outra novidade, segundo ele, é que até o final do ano, a equipe formada por 50 pessoas, entre professores, pesquisadores, administradores e alunos de graduação e pós-graduação, será transferida para um prédio próprio que está sendo construído no campus da Universidade de São Paulo. Hoje, o Laboratório está abrigado no Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica da USP.

Principal evento de Petróleo e Gás da América Latina, a Rio Oil & Gas é realizada a cada dois anos no Centro de Convenções do Riocentro, no Rio de Janeiro. Desde sua primeira edição, em 1982, a feira vem colaborando na consolidação do Rio de Janeiro como "capital do petróleo", já que o estado concentra 80% de todo o óleo produzido no país, além de 50% da produção de gás. A Exposição também é uma importante vitrine para as empresas nacionais e estrangeiras apresentarem seus produtos e serviços e discutir os principais temas relativos às inovações tecnológicas.