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11/09/2008 - 08:01

Investimentos ajudam PIB brasileiro no 2o trimestre

Rio de Janeiro -A economia brasileira cresceu mais que o esperado no segundo trimestre, impulsionada pelos investimentos, que tiveram a maior expansão em 12 anos, pelo setor agropecuário e pelo governo. Os números confirmam a visão de analistas de que emergentes como o Brasil podem impedir uma retração global diante da crise de crédito.

O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 1,6 por cento no segundo trimestre frente ao primeiro e 6,1 por cento ante igual período do ano passado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

Economistas ouvidos pela Reuters previam expansão de 1,1 por cento na leitura trimestral e de 5,5 por cento na anual.

Entre os componentes da demanda interna, o consumo das famílias cresceu 1,0 por cento ante o primeiro trimestre e 6,7 por cento sobre igual período de 2007 --marcando a 19a taxa positiva nessa comparação.

A formação bruta de capital fixo --uma medida dos investimentos-- avançou 5,4 por cento na comparação trimestral e 16,2 por cento na anual, a maior variação da série histórica iniciada em 1996. A taxa de investimentos do país atingiu 18,7 por cento do PIB, a melhor leitura para um segundo trimestre da série histórica iniciada em 2000.

"A cara do segundo trimestre é parecida com a dos últimos trimestres: demanda doméstica puxando o crescimento... A cara dos próximos trimestres não deve mudar muito. A dinâmica de atividade econômica está muito mais respondendo à demanda interna que à demanda externa", afirmou Flávio Serrano, economista sênior do BES Investimentos.

O IBGE também destacou os gastos da administração pública, que cresceram 2,3 por cento frente ao primeiro trimestre.

"O governo teve um impacto relevante no PIB. Como Estados, municípios e a União só podiam gastar e contratar até julho, de acordo com a lei eleitoral, houve uma antecipação desses gastos", afirmou a economista do IBGE Rebeca Palis.

A indústria cresceu 0,9 por cento sobre o primeiro trimestre e 5,7 por cento ante o segundo trimestre de 2007. O setor agropecuário expandiu-se 3,8 por cento trimestre a trimestre e 7,1 por cento ano a ano.

"O crescimento da agropecuária pode ser explicado, em grande parte, pelo desempenho de alguns produtos importantes que possuem safra relevante no trimestre... Na indústria, o destaque foi a construção civil", destacou o IBGE.

O setor de serviços teve crescimento de 1,3 por cento sobre o primeiro trimestre e de 5,5 por cento sobre o segundo trimestre do ano passado. A taxa anual foi a maior desde o segundo trimestre de 2004, segundo o IBGE.

Pelo lado da demanda externa, as exportações de bens e serviços cresceram 8,5 por cento sobre o primeiro trimestre e 5,1 por cento sobre o segundo de 2007. As importações avançaram, respectivamente, 8,4 e 25,8 por cento.

O menor superávit externo e a remessa de lucros e dividendos provocaram necessidade de financiamento de 14,2 bilhões de reais, pior resultado para o período desde 2001.

Crescimento no ano - No primeiro semestre, a taxa de investimento subiu 18,5 por cento, também a maior para o período desde 2000.

O PIB brasileiro como um todo cresceu 6,0 por cento no primeiro semestre, a melhor taxa para o período desde 2004.

O IBGE revisou os dados do primeiro trimestre deste ano, para alta de 0,8 por cento sobre o quarto trimestre de 2007 e para 5,9 por cento sobre igual período do ano passado. As leituras anteriormente divulgadas eram de, respectivamente, 0,7 e 5,8 por cento.

Uma fonte no IBGE afirmou que será fácil o Brasil encerrar 2008 com crescimento na casa de 5 por cento.

Para que isso ocorra, o IBGE calcula que o PIB teria de ser de 4,0 por cento no segundo semestre. "Não haverá a menor dificuldade... as commodities estão caindo, o que ajuda a inflação, o crédito ainda está correndo e o governo vai continuar gastando nas suas obras", disse a fonte. | Por : Rodrigo Viga Gaier, com colaboração de Vanessa Stelzer; Edição de Alexandre Caverni e Daniela Machado/Reuters.

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