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11/09/2008 - 08:24

Oriente desconhecido

Mostra inédita de filmes asiáticos premiados, de 23 de setembro a 5 de outubro no CCBB Rio de Janeiro.

O Centro Cultural do Banco do Brasil Rio de Janeiro realiza a mostra de cinema Oriente desconhecido, uma seleção de 12 dos mais ousados filmes da produção contemporânea do Sudeste Asiático e do Extremo Oriente, selecionados pelo cineasta e curador Gustavo Galvão.

Até a década de 1980, o cinema asiático no Brasil era praticamente sinônimo de filmes de diretores japoneses - mestres como Akira Kurosawa ou referência à obra do indiano Satyajit Ray. De resto, a cinematografia oriental era um grande enigma por aqui, apesar de encontrarem acolhimento generoso nos maiores festivais ocidentais.

“Com este evento no Centro Cultural Banco do Brasil pretendemos promover a aproximação entre o público brasileiro e o cinema oriental”, explica Gustavo Galvão. “A mostra Oriente desconhecido reúne produções inéditas no circuito comercial brasileiro, realizadas de 1997 a 2006. Nove delas serão projetadas em película 35 mm e três em DVD. Optei por concentrar em seis diretores de cinco países: Kim Ki-duk (Coréia do Sul), Jia Zhang-ke (China), Nelson Yu Lik-wai (Hong Kong), Apichatpong Weerasethakul e Pen-Ek Ratanaruang (Tailândia) e Hou Hsiao-hsien (Taiwan), estes últimos quase desconhecidos por aqui. A opção por filmes recentes também foi intencional para reafirmar a força do cinema oriental contemporâneo.”

A programação inclui "Tin seung yan gaan" (Love Will Tear us Apart), que recebeu o Prêmio de Fotografia em Estocolmo, e "Ming ri tian ya" (All Tomorrow's Parties), de Nelson Yu Lik-wai; "Millennium Mambo", Prêmio Especial em Cannes, e "Três Momentos", de Hou Hsiao-hsien; "Samaria", de Kim Ki-duk, vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim; "O Mundo", premiado em Toronto, e "Pickpocket", de Jia Zhang-ke; "Mal dos Trópicos", que recebeu o Prêmio do Júri em Cannes e o da crítica em São Paulo, "Síndromes e um Século" e "Sud Sanaeha" (Blissfully Yours), de Apichatpong Weerasethakul; "Última Vida no Universo", um dos mais cultuados do cinema asiático contemporâneo, e "Ondas Invisíveis", de Pen-Ek Ratanaruang.

Para selecionar os filmes Gustavo Galvão optou por aqueles cujos cineastas tivessem uma visão diferenciada de arte, filmes que causassem ao mesmo tempo estranhamento e arrebatamento. O curador destaca a presença de dois tailandeses, Apichatpong Weerasethakul e Pen-Ek Ratanaruang. "O primeiro virou ícone da crítica internacional. O outro é um cineasta veterano e dirigiu um dos filmes mais cults do cinema oriental recente".

O mais experiente realizador da mostra é o taiwanês Hou Hsiao-hsien, um dos primeiros a se destacar mundialmente com um cinema poético, riquíssimo e autoral. Na Europa, Hou Hsiao-hsien é mais celebrado do que o chinês Wong Kar-wai, tendo sido premiado em todos os grandes festivais europeus. No entanto, Hou Hsiao-hsien nunca teve um filme lançado no Brasil. Agora, o público terá a oportunidade de conferir o cinema deste taiwanês que é considerado o maior realizador de seu país.

O sul-coreano Kim Ki-duk já é mais conhecido do espectador brasileiro: vários de seus filmes foram lançados por aqui (como "Casa Vazia" e "Time - O Amor Contra a Passagem do Tempo"). Mas "Samaria", produção de 2004, nunca chegou às telas brasileiras. No entanto, é um dos mais populares filmes do diretor. Também é o caso de "O Mundo”, de Jia Zhang-ke. Embora o realizador chinês seja também um nome mais familiar ao público brasileiro, ficou restrito a festivais e nunca foi lançado comercialmente no País. Jia Zhang-ke é cultuado pela crítica ocidental pela lucidez que demonstra ao fazer a crítica ao modelo sócio-econômico da China atual, além de ser um brilhante criador de imagens. Dele, a mostra também exibe "Pickpocket", uma raridade, filme com o qual o diretor começou a ser reconhecido no exterior.

Há ainda Nelson Yu Lik-wai, de Hong Kong, o realizador menos conhecido da lista - embora tenha sido diretor de fotografia de badalados filmes chineses recentes, inclusive dois do Jia Zhang-ke que estão na mostra. Ele leva para o cinema a cultura pop, numa fusão entre o cinema europeu de Godard e o rock. Seu filme "Tin seung yan gaan" (Love Will Tear Us Apart) marca sua estréia na ficção, que seguirá com "Ming ri tian ya" (All Tomorrow's Parties).

Curador - Nascido em Brasília, em 1976, Gustavo Galvão fez especialização em cinema na Escuela Superior de Artes y Espectáculos (Madri) e se formou em Jornalismo na Universidade de Brasília. A estréia como realizador aconteceu em 2002. O thriller psicológico "Emma na Tempestade" foi o primeiro de sete curtas dirigidos e apresentados no período de sete anos, exibidos em mais de 50 festivais no Brasil e no exterior. O mais recente, "A Minha Maneira de Estar Sozinho", tem estréia marcada para o 41º Festival de Brasília, em novembro de 2008. O cineasta se dedica também ao trabalho de curador de mostras, com passagens pelo Festival Internacional de Brasília (1999-2000) e com 11 eventos realizados para o Centro Cultural Banco do Brasil desde agosto de 2004 - nas unidades de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

Oriente desconhecido, acontece de de 23 de setembro a 5 de outubro, em sessões: de 3ª a 5ª, às 17h e 19h30m; 6ª, às 14h30m, 17h e 19h30m e dom, às 16h, 18h, 20h, Cinema do Centro Cultural Banco do Brasil, Rua Primeiro de Março, 66 – Centro do Rio de Janeiro. Telefone: (3808-2020). - Exibição de 12 longas metragens do Sudeste Asiático e Extremo Oriente inéditos. Legendas em português. Ingresso: R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia, válida para estudantes, professores, correntistas do Banco do Brasil, maiores de 65 anos) Metrô: Uruguaiana. Facilidades para deficientes | www. bb.com.br/cultura

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