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13/09/2008 - 07:14

Nível de reservas do país se torna "seguro caro"

Texto de Discussão publicado pelo Ipea mostra que, a partir de meados de 2006, o volume de reservas internacionais do Brasil tem se expandido a um ritmo muito acelerado e tem gerado muitos gastos ao país. "O elevado nível de reservas internacionais do Brasil é uma espécie de 'seguro' muito caro em termos de custos fiscais", conclui o pesquisador do Ipea Christian Vonbun, autor da pesquisa "Reservas internacionais para o Brasil: custos fiscais e patamares ótimos".

O texto aponta que as reservas tendem a se elevar ainda mais, gerando desperdícios fiscais crescentes ao país. De acordo com os resultados obtidos, "o nível de reservas observado no Brasil parece encontrar-se efetivamente acima do nível ótimo", explica Vonbun.

O pesquisador esclarece que essa maciça acumulação de reservas internacionais pelo Banco Central tem gerado intenso debate: na opinião de alguns economistas, o volume corrente de reservas seria importante e necessário como um "seguro" contra crises internacionais ou como forma de evitar a apreciação do real, enquanto, na opinião de outros, o nível de reservas seria "excessivo" e estaria impondo um gasto desnecessário ao país, em função do custo de carregamento das reservas.

"Calculamos, por meio da metodologia de Jeanne e Ranciére (2006), o nível ótimo de reservas internacionais para o Brasil entre o primeiro trimestre de 1998 e o mesmo período de 2008, assim como os custos e os gastos fiscais desnecessários associados à manutenção de reservas em nível distinto do ótimo", diz Vonbun. Na maior parte do período estudado, segundo ele, o comportamento do Banco Central parece ter sido adequado. "Somente sob cenários e hipóteses extremos o volume de reservas registrado no mês de março de 2008 poderia ser justificado, à luz dos resultados do modelo", avalia. De acordo com essa visão, este seria o momento de o Banco Central parar de comprar reservas ou até mesmo de reduzir seu montante.

Os custos fiscais totais anualizados de carregamento das reservas, no primeiro trimestre de 2008, estavam entre, aproximadamente, 1,02% e 1,03% do Produto Interno Bruto (PIB). O estudo calcula, ainda, os custos fiscais desnecessários esperados em função da manutenção das reservas em patamares diferentes dos ótimos, devido ao excesso de liquidez internacional. O resultado indica que esses valores representam entre 0,06% e 1,03% do PIB ao ano.

Vonbun sugere a necessidade de o Banco Central rever a política de compra de reservas ou mesmo vender parte da liquidez internacional já acumulada. | www.ipea.gov.br

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