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13/09/2008 - 13:11

A estratégia da logística

O Brasil precisa investir em um plano de gestão capaz de conter o avanço dos gastos no setor.

Existe uma série de fatores que fazem crescer, dia após dia, os gastos dos transportadores de cargas no Brasil. Embora o país demonstre prosperidade frente à desaceleração da economia mundial, o setor logístico está ameaçado de não obter os mesmos frutos que vinha colhendo.

As razões para isso são a falta de infra-estrutura, a alta taxa dos pedágios, a elevação do preço do diesel e a restrição da circulação de veículos pesados no centro de São Paulo.

Sem o apoio do governo, que pouco faz pelas estradas do país e pelos empresários do setor, os transportadores se vêem num beco sem saída, ao mesmo tempo em que as perdas se espraiam por toda a economia brasileira.

Só o transporte rodoviário é responsável por 60% das mercadorias que circulam no país e encarecê-lo leva a um aumento da inflação brasileira, com elevação de preços e custos para todas as pontas da economia, inclusive a do consumidor final.

Para evitar essa perda generalizada, é necessário desenvolver um planejamento sério de gestão de logística no país, capaz de otimizar a prestação de serviços na área.

O primeiro passo em direção a esse caminho é o incentivo, por parte das esferas públicas, para a instalação das unidades de operadores logísticos, transportadores, centros de distribuição, atacadistas e demais empresas do gênero no entorno dos anéis viários dos centros urbanos e regiões metropolitanas do Brasil.

Essas regiões, por sua vez, deverão elaborar uma mesma legislação, e possibilitar a criação de centros expandidos para restringir a circulação de veículos pesados apenas em um período de cinco anos depois de definidas as regras do plano de gestão de logística.

Com essa antecedência, os transportadores terão tempo suficiente para se preparar para possíveis perdas, como as que ocorrem na grande São Paulo, depois da proibição unilateral do tráfego de caminhões promovida pelo prefeito Gilberto Kassab.

Por meio de um bom plano logístico, que vise a agilidade nos processos de embarque e desembarque de mercadorias e que, ao mesmo tempo, estimule a eliminação da ociosidade das caixas de carga dos caminhões, teremos uma melhor rentabilidade no setor, sem aumentar o custo do frete ou impulsionar a inflação brasileira.

Como o custo do frete está incluso em praticamente tudo o que consumimos, deixar de tomar decisões a favor do transporte rodoviário pode trazer um efeito inflacionário no Brasil capaz de desorganizar a economia, que começou a caminhar bem depois da abertura aos produtos importados na era Collor.

A Região Metropolitana de Curitiba, no Paraná, se movimenta para definir um Plano Gestor de Logística para os próximos dez anos, em conjunto com a Fetranspar (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná) e o Setcepar (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Paraná). Se tudo for feito com uma visão exclusivamente técnica, poderemos ter um bom modelo para as demais regiões metropolitanas do Brasil.

. Por: Markenson Marques é diretor da Aslog (Associação Brasileira de Logística) e presidente da Cargolift Logística S.A.

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