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16/09/2008 - 07:08

Especialistas do Prêmio Gerdau Melhores da Terra identificam nova geração de empreendedores no campo

Filhos ou netos de produtores contam com formação acadêmica, investem em tecnologia e direcionam a propriedade – de qualquer tamanho – para a atividade de alto rendimento.

A profissionalização e a produtividade do campo brasileiro vêm sendo impulsionadas por uma nova geração de gestores, que se destacam pelo conhecimento técnico, em muitos casos proporcionado pela formação superior, pela visão abrangente e por uma atuação diversificada, focada em resultados. Esta é a opinião dos membros da Comissão Julgadora do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, mais importante premiação para o setor de máquinas e equipamentos agrícolas da América do Sul.

Após percorrerem 59.136km em cerca de 400 cidades realizando avaliações de equipamentos para a categoria Destaque do prêmio, os 13 professores e pesquisadores da Comissão, todos especialistas em diversas áreas das Ciências Agrárias, identificaram uma tendência de filhos e netos de produtores rurais assumirem a gestão das propriedades. Essa nova geração investe cada vez mais em maquinário avançado e novas tecnologias para aumentar a efetividade e a qualidade da produção, impulsionando o crescimento do agronegócio brasileiro.

“Este é o primeiro ano em que pudemos comprovar essa tendência de forma massificada, não apenas em uma fazenda ou em um Estado, mas por quase todos os lugares pelos quais passamos”, diz Luiz Fernando Coelho de Souza, coordenador da Comissão Julgadora do Prêmio desde 1983 e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Segundo ele, que realizou as visitas pelos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, esses novos gestores têm investido cada vez mais em novas tecnologias que aumentem a produtividade da propriedade. “É emblemático, por exemplo, chegarmos numa fazenda para realizar uma entrevista e sermos recebidos pelo filho, de computador em punho, sob o olhar observador do pai”, diz Coelho.

“A diferença fundamental é que, com uma formação mais completa, eles exploram a propriedade de uma maneira mais técnica, voltada ao alto rendimento, diferentemente de seus pais ou avós”, conta José Augusto Bernardi, pesquisador da Secretaria da Agricultura e Abastecimento de SP, que realizou as avaliações de equipamentos no Estado de São Paulo. Segundo ele, esses novos gestores procuram assumir toda a cadeia produtiva, controlando também o destino de seus produtos e não apenas fornecendo matérias-primas para intermediários.

Além disso, eles estão promovendo uma importante diversificação das fazendas, implantando novos produtos após a realização de estudos de mercado que identifiquem os consumidores-alvo. “Esta diversificação é uma forma de agregar valor à propriedade, aproveitando a demanda por produtos específicos. Esta geração não tem medo de arriscar, de entrar em novas áreas produtivas e de promover a inovação em suas propriedades.”

Outros dois pontos importantes são a preocupação com a sustentabilidade e o manejo da terra, de forma a manter o solo sempre com a maior capacidade produtiva possível (e produzindo produtos de maior qualidade), e sua implementação em propriedades de quaisquer tamanhos. “Hoje já encontramos grandes lavouras de soja ou arroz nas quais a agricultura de precisão já está presente, mas também pequenas propriedades leiteiras – de 60 ou 70 vacas – com a produção toda informatizada”, diz Luiz Fernando Coelho de Souza.

Essa tendência foi verificada principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Na Bahia, Mato Grosso do Sul e Goiás ela existe, mas ainda em menor escala.

Cana-de-açúcar e automação - Outra tendência verificada pela Comissão Julgadora é a forte expansão da cultura de cana-de-açúcar em áreas de pasto degradado ou sub-aproveitado nos Estados de São Paulo (principalmente na região Oeste), Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar, entre as safras 05/06 e 06/07 a produção de cana-de-açúcar no Brasil, empurrada pela demanda por etanol, cresceu de 386 milhões de toneladas para 426 milhões de toneladas, e a tendência ainda é de alta.

“No Mato Grosso do Sul, por exemplo, já são 12 usinas instaladas e quase 20 licenciadas, ou seja, que têm autorização para serem construídas”, diz José Paulo Mollin, membro da Comissão que visitou o Estado. “Se todos os projetos forem realizados, incluindo aquelas em fase de planejamento, o MS terá cerca de 70 usinas de álcool em 2010.”

Entretanto, a cana não vem tomando lugar da agricultura de grãos – em São Paulo há, inclusive, a percepção de aumento no cultivo de café e diversos tipos de cítricos, como a laranja. O que ocorre no Estado é a falta de mão-de-obra especializada, que migrou para propriedades de outros Estados, atraída pelo crescente desenvolvimento do agronegócio no interior do País. Além disso, a colheita manual tem sido, cada vez mais, substituída pela mecanizada.

“Em função da grande demanda os trabalhadores adquiriram especialização técnica, deixando de realizar o trabalho manual, e esse contingente tem sido levado por produtores de outros Estados. Aos produtores paulistas, resta a alternativa de investir cada vez mais na mecanização”, diz José Augusto Bernardi. “Neste ano, pela primeira vez, pudemos verificar em funcionamento uma colhedora de cítricos, por exemplo, colheita que antes era exclusivamente feita à mão. A expectativa é de que esse tipo de máquina continue se desenvolvendo, e que novas tecnologias surjam para suprir esta demanda.”

Já no Sul do País, há alguns projetos de introdução da lavoura da cana-de-açúcar como agricultura familiar, mas sem representatividade, por enquanto. “Entretanto, é uma iniciativa interessante, que pode gerar frutos para o futuro do agronegócio brasileiro”, finaliza Luiz Fernando Coelho de Souza, coordenador da Comissão Julgadora.

Perfil do Prêmio Gerdau Melhores da Terra - Criado há 26 anos, o Prêmio Gerdau Melhores da Terra acompanha a indústria de máquinas e equipamentos agrícolas e aponta as soluções mais modernas e eficientes do setor.

São três categorias: Destaque, que reconhece as máquinas e os equipamentos lançados no mercado há mais de um ano; Novidade, destinada às inovações tecnológicas apresentadas ao mercado há, no máximo, um ano; e a categoria Pesquisa e Desenvolvimento, na qual são destacados os melhores trabalhos científicos realizados por estudantes de graduação e pós-graduação ou por profissionais das ciências agrárias.

Em 2008, a premiação registrou 11 vencedores: oito máquinas e equipamentos agrícolas, dois trabalhos científicos e uma invenção.

Perfil do Gerdau - A Gerdau é líder na produção de aços longos nas Américas e líder mundial em aços longos especiais para a indústria automotiva. Possui mais de 46 mil colaboradores e tem operações nas Américas, Europa e Ásia, as quais somam uma capacidade instalada de 26 milhões de toneladas de aço. É a maior recicladora da América Latina e, no mundo, reaproveita mais de 18 milhões de toneladas de sucata anualmente. Com mais de 140 mil acionistas, as empresas de capital aberto da Gerdau estão listadas nas bolsas de valores de São Paulo (Bovespa: GGBR4, GGBR3, GOAU4 e GOAU3), Nova Iorque (NYSE: GNA, GGB), Toronto (GNA) e Madri (Latibex: XGGB).

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