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Artesãos da Baixada calçam os pés de sambistas na Sapucaí

Quando as passistas entram na avenida, ninguém dá muita atenção ao que elas estão calçando. Mas a movimentação graciosa exibida na Marquês de Sapucaí tem lá seus segredos, que vão bem além do domínio dos passos de samba. A segurança com que elas evoluem na avenida depende do talento de artistas anônimos.

No pólo calçadista da Baixada Fluminense, que envolve cerca de 200 artesãos das cidades de Belford Roxo e Duque de Caxias, época de carnaval é sinônimo de muito trabalho. As encomendas feitas pelas escolas podem chegar a 50 mil pares para diferentes componentes e todos são artesanais.

Para as passistas, os artesãos têm que redobrar o cuidado. As sandálias são fabricadas em couro, que protege os pés da fricção, ao contrário do material sintético. As costuras vêm reforçadas e os saltos presos à palmilha de uma maneira especial. A espessura da alma de ferro, que dá estrutura ao calçado, vai bem além dos 0,3 mm, padrão utilizado pela indústria.

Aproveitar o domínio desta técnica para ganhar mercado além do carnaval é o grande desafio destes artesãos. Para o presidente da Cooperativa dos Fabricantes de Artefatos de Couro e Sintéticos do Estado do Rio de Janeiro (Coopfarj), Avelino da Silva, a maior dificuldade é vencer a cultura do individualismo.

“Nós temos trabalhado muito para mostrar os benefícios que eles podem ter. A organização permite maior poder de barganha para comprar matéria-prima e a formalização facilita a ampliação e fechamento de negócios, o que pode garantir renda o ano todo”, diz Avelino.

Para o presidente da Coopfarj, o trabalho do Sebrae tem sido fundamental para esta mudança de mentalidade. Ele ressalta ainda a importância da instituição, que facilita as viagens dos artesãos às grandes feiras e eventos de moda do país e oferece orientação especializada.

Na avaliação da estilista e consultora do Sebrae, Joana Passos, que trabalha neste projeto em parceria com Mariana Arnizaut, estes artesãos têm uma maestria acima da média, mas como a produção não é industrial, é preciso apostar no diferencial. “Estamos desenvolvendo um trabalho voltado para a fabricação de peças exclusivas e que tenham a identidade carioca. Sinto que eles já estão incorporando este conceito”.

“A arte dos calçadistas está sendo mais valorizada. Duque de Caxias e Belford Roxo estão adotando políticas públicas para que o pólo ganhe identidade”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae/RJ, Sergio Malta. | Por: Sebrae-RJ. Serviço:Coopfarj - (21) 3658-2353

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