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20/09/2008 - 08:28

Ernst & Young e FGV Projetos apresentam estudo inédito sobre a economia do Brasil e do Mundo até 2030

O trabalho aborda as projeções macroeconômicas que balizam as tendências de evolução da renda e do mercado de consumo no País.

O PIB brasileiro terá um crescimento de 150% até 2030 e passará dos atuais US$ 963 bilhões, registrados em 2007, para US$ 2,4 trilhões, em 2030. O País terá um crescimento médio de 4% ao ano entre 2007 e 2030, um salto da décima para a oitava posição entre as maiores economias mundiais. O cenário de referência da economia brasileira projeta também uma ampliação significativa do mercado de consumo brasileiro em 2030, que levará o País a ter o quinto maior mercado consumidor do mundo. Hoje, o Brasil é o oitavo desse ranking.

Essas são algumas das conclusões do estudo “Brasil Sustentável – Crescimento Econômico e Potencial de Consumo”, produção conjunta da Ernst & Young Brasil e da FGV Projetos, unidade extensiva de ensino e pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, realizado com base no histórico de indicadores econômicos dos últimos 57 anos de 100 países. Trata-se do segundo de uma série de cinco relatórios com projeções exclusivas sobre o comportamento nas próximas duas décadas de cinco setores estratégicos da economia (além do mercado imobiliário e varejo, a série prevê análises sobre as áreas de energia, agroindústria e competitividade industrial).

“A Ernst & Young e a FGV Projetos elaboraram um documento inédito que apresenta uma visão de futuro com rigor e consistência técnica, que servirá de base para que os gestores elaborem suas estratégias de longo prazo. As projeções dos cenários econômicos e as grandes tendências de evolução da renda e do consumo são essenciais para o planejamento das empresas dos mais diversos setores da economia”, afirma Sergio Citeroni, sócio da Ernst & Young.

Crescimento Econômico - A modelagem estatística desenvolvida para o estudo traz uma feliz constatação. “O Brasil já percorre a trilha do crescimento equilibrado e não é irreal antever sua participação qualificada no contexto mundial. O crescimento de 150% do PIB brasileiro leva em consideração fatores como a taxa média de investimento de 22,7% e a expansão da força de trabalho a 0,95% ao ano, equivalente ao padrão mundial, porém superior ao dos países desenvolvidos, de 0,1% ano”, destaca Fernando Garcia, consultor da FGV Projetos.

O aumento da escolaridade da mão-de-obra, que passará de 7,8 anos de instrução formal, em 2007, para 11,3 anos, em 2030, e o aumento médio da produtividade de 0,93% ao ano – número próximo ao dos países desenvolvidos (1,05% ao ano), mas inferior ao ritmo da China (1,37% ao ano) - também são fatores determinantes para o crescimento.

O estudo aponta que o crescimento global entre os anos de 2007 e 2030 está em grande medida condicionado ao desempenho dos Estados Unidos e dos países em desenvolvimento, sobretudo China, Índia e Brasil. Os Estados Unidos, mesmo com um crescimento do PIB menor, continuarão sendo a maior economia do mundo, com altas taxas de produtividade e de remuneração de capital.

A Ásia e a Oceania, alavancadas pelo desempenho econômico chinês, aumentarão expressivamente sua importância mundial, com crescimento médio de renda de 4,8% ao ano, superior ao verificado na América do Sul (3,5%), nos Estados Unidos (2,7%) e na Europa (1,7%). A América do Sul ganhará importância relativa em razão de seu crescimento econômico maior que o da média mundial, em especial o brasileiro, e da valorização de suas reservas energéticas (petróleo, gás, biodiesel e etanol).

Na evolução dos países emergentes, a China se tornará a segunda maior economia já em 2017. Nas próximas duas décadas, o México e a Índia ultrapassarão a Espanha e o Canadá, situando-se logo abaixo do Brasil, que terá a oitava posição.

Retorno de Capital - Outro dado interessante do estudo é que no Brasil o retorno dos investimentos de capital se manterá mais elevado em comparação com os demais países emergentes. O alto nível de investimento na China e na Índia estreitará o horizonte de oportunidades de negócios nesses países até 2030, enquanto Brasil e México oferecerão as melhores taxas de retorno, respectivamente de 24,2% e 23,6%.

Atualmente, os países da União Européia e os Estados Unidos detêm 60% de todo o capital instalado no globo, entendido como máquinas, equipamentos e edificações em geral, inclusive residenciais. Esse percentual irá se reduzir a 49%, em 2030, em razão de um ritmo mais forte de acumulação dos países em desenvolvimento. O Brasil, por exemplo, detém hoje 2% dos estoques de ativos reais do mundo, mas até 2030 essa participação chegará a aproximadamente 3%.

Mercado Consumidor Brasileiro - O estudo indica uma mudança profunda do perfil da sociedade brasileira, que verá o estreitamento de sua pirâmide social, com o crescimento das classes de renda intermediária. Esse dinamismo se expressa em uma taxa de crescimento médio da renda do brasileiro de 3,1% até 2030 - em um cenário com avanços, esse índice pode chegar até 3,8%. Em valores absolutos, o mercado de consumo no Brasil saltará de um total de vendas de R$ 1,41 trilhão, em 2007, para R$ 3,30 trilhões, em 2030.

As classes com renda familiar entre R$ 4 mil e R$ 16 mil serão responsáveis por 47,5% desse adicional, ou R$ 896,8 bilhões a mais de consumo. Um total de 26,7% do acréscimo de consumo virá com o aumento das despesas com habitação e 12,4% com serviços de utilidade pública. A participação das famílias com renda mensal de R$ 2 mil no volume total diminuirá 15 pontos percentuais nos próximos anos, em virtude da migração para as classes de renda mais elevadas.

A maturação do mercado consumidor brasileiro ocasionará mudanças significativas no perfil do consumo. Cairá a parcela de despesa familiar com bens de consumo não-duráveis, como alimentos, fumo e bebidas, combustíveis e transportes em geral. Em contrapartida, crescerão de forma expressiva as despesas com habitação, saúde e educação. Se tomarmos como referência as famílias com renda entre R$ 4 mil e R$ 8 mil, é possível notar que a evolução da renda total dessa classe terá efeitos maiores no consumo de produtos do segmento de higiene pessoal e limpeza e de produtos de saúde, do que na demanda por mercadorias dos ramos de vestuário e bebidas.

A ampliação da renda e a mobilidade social do País ainda redefinirão o mercado de alimentos, com altas contribuições do segmento de comida industrializada e da alimentação fora de casa. Será pequena a participação do mercado de alimentos in natura no crescimento do mercado consumidor. Os mercados de veículos e combustíveis contribuirão com 6,1% do aumento de consumo, participação menor do que a verificada nos últimos 10 anos, que foi de 8,5%.

Riscos para as empresas de Bens de Consumo - As projeções de aumento expressivo do mercado consumidor brasileiro para os próximos anos trazem novas oportunidades, porém requerem também nova postura por parte dos gestores das empresas de bens de consumo, que terão de lidar com maior gama de riscos estratégicos para o negócio. O principal deles está relacionado à capacidade de administrar, de forma satisfatória, o processo de desenvolvimento de novos produtos.

Essa conclusão está presente em outro estudo global da Ernst & Young “Os 10 Riscos Estratégicos – Bens de Consumo 2008”, desenvolvido em conjunto com a Oxford Analytica, que traça os desafios e riscos mais significativos que a Indústria de Bens de Consumo enfrentará nos próximos cinco anos.

Resultado de entrevistas com 70 especialistas mundiais das mais diversas áreas do conhecimento, o estudo aponta os seguintes riscos e desafios que devem constar como prioridade na agenda da gestão das companhias do setor: desenvolvimento de produtos e inovação; mudanças de demanda de consumo; marketing e marca; tecnologia de ponta; pressões de preços e riscos de precificação de matérias-primas; riscos da cadeia de fornecedores; estratégias de administração de fornecedores; alianças estratégicas e transações; ameaças legais e regulatórias; e estratégias de mercados emergentes.

“Mudanças no mercado consumidor brasileiro e global são sinônimo de novos negócios, porém podem significar também a porta de entrada para novos riscos capazes de causar severa perda financeira ou de enfraquecer a posição competitiva das empresas de bens de consumo. Saber responder a cada um desses desafios, administrando efetivamente os riscos, será essencial para que as organizações melhorem seu desempenho e aumentem sua eficiência operacional”, finaliza Citeroni, sócio de Auditoria da Ernst & Young.

Perfil da Ernst & Young - A Ernst & Young é líder global em auditoria, impostos, transações e assessoria em gestão de riscos. Nos 140 países em que atua, a Ernst & Young faz a diferença ajudando colaboradores, clientes e as comunidades com as quais interage a atingir todo o seu potencial. No Brasil, conta com 2 mil colaboradores em nove cidades brasileiras. | Site http://www.ey.com.br.

Perfil da FGV Projetos - A FGV Projetos é a unidade extensiva de ensino e pesquisa da FGV responsável pela aplicação do conhecimento acadêmico, gerado e acumulado nas Escolas e Institutos da Fundação Getulio Vargas. Com escritórios no Rio de Janeiro e em São Paulo, a unidade desenvolve projetos que contribuem para a eficiência das práticas gerenciais e econômicas de instituições públicas e privadas, no Brasil e no exterior.

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