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20/09/2008 - 09:37

Uma visão do comércio exterior no Brasil – nossos parceiros, e as ações para o aumento de nossas exportações

O Brasil vem batendo recordes de gastos, com bens trazidos do exterior e a boa notícia, é que há um volume extraordinário, na aquisição de bens de capital, o que a curto prazo, trará um impacto positivo no crescimento da economia, com aumento de produtividade, no nível de emprego e melhoria na qualidade de produtos à serem exportados.

Nesta renovação do parque industrial brasileiro, boa parte das importações de bens de capital e bens intermediários são originários da CHINA, o que ajudou a tornar aquele país, o segundo maior parceiro brasileiro, superando a Argentina.

Nos 12 meses acumulados até JULHO de 2008, o somatório de Exportações e Importações (Corrente de Comércio) atingiu USD 31 bilhões com a China, superando os USD 29,3 bilhões do país vizinho e principal sócio no Mercosul. Já os EUA alcançaram USD 49,2 bilhões segundo a Secretaria de Comércio Exterior – SECEX do Ministério do Desenvolvimento.

Apesar dos benefícios com a compra de equipamentos, há uma preocupação com esta inversão na posição de nossos parceiros, visto que a China adquire do Brasil, bens primários, como matérias primas (soja, minério de ferro, etc) enquanto o Brasil, compra máquinas e bens de consumo, com sapatos e têxteis. Com isso, a balança comercial com a China, que em 2003 e 2004, era bastante superavitária ao Brasil, hoje alcança déficits de 2,6 bilhões, no acumulado de 12 meses, até Julho. Já com a Argentina, a balança comercial é bastante superavitária - 5 bilhões - no mesmo período, acima do 4,6 bilhões com os Estados Unidos.

É verdade que as Exportações brasileiras cresceram 64% nos primeiros 7 meses do ano, mas foram puxadas pela alta dos preços da soja e minério de ferro e as importações avançaram 74%. Ocorre que com a ARGENTINA, a diferença fundamental está na agregação de valor dos nossos produtos exportados, tornando o nosso padrão de comércio, altamente favorável.

A propósito deste assunto, não podemos deixar de comentar a importância de programas louváveis, como a que será lançada em outubro pelo Sebrae Nacional, chamado internacionalização das micro e pequenas empresas. A iniciativa conta com o apoio do Governo Federal, da CNI-Confederação Nacional da Indústria e ITC – Centro de Comércio Internacional. O programa visa preparar as micro e pequenas empresas para o mercado exportador, como a busca de mercados alternativos, agregação de valor aos produtos e o acesso do crédito.

Não obstante, parece incrível, mas muitas empresas não conseguem se firmar no mercado externo pela falta de preparo mínimo, como a falta de informação sobre linhas de crédito existentes, baixo valor agregado de produtos, barreiras tarifárias, falta de assessoria e até mesmo, por desconhecimento de linguas estrangeiras que torna-se um obstáculo para se concretizar negócios.

À longo prazo, acredita-se, poderemos sentir os efeitos positivos de uma medida tomada recentemente entre Brasil e Argentina, com a dispensa do dólar, no comércio entre os dois países, que deverá entrar em operação em Outubro. Trata-se do Sistema de pagamento do comércio bilateral em Moedas Locais (SML) que mesmo sendo voluntário, pois permite aos exportadores dos dois lados da fronteira, operarem em moeda americana, poderá ser a semente para uma moeda única no Mercosul, no futuro.

Não se pode deixar de perceber que as diferenças comerciais e políticas, entre Brasília e Buenos Aires , como pudemos ver na rodada de Doha, visto que os dois países encontram-se em estágios de desenvolvimento econômico bem distintos, devem ser resolvidas, em algumas situações em separado, ou fora do bloco, respeitando-se os interesses de cada um, na esfera internacional de comércio, sem que isso cause um entrave no Mercosul , pois é fundamental que se consolide o que já foi conquistado na área de livre comércio, adotando-se uma pauta de desenvolvimento mútuo, afinal, não nos esqueçamos que a Argentina é o segundo maior destino das exportações brasileiras.

. Por: Marcelo Antônio Belisário, economista, diretor-presidente da Heraldo Belisario Assessoria Aduaneira, diretor do SDAMG e delegado da CNC.

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