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23/09/2008 - 10:40

Dia Mundial do Coração e os desafios da saúde

O coração é um órgão muscular, em forma de cone, com quatro câmaras e quatro válvulas e situa-se no meio do tórax (peito). O lado direito do coração supre a circulação pulmonar com o sangue venoso e o lado esquerdo supre a circulação sistêmica com sangue rico em oxigênio que vai para todo o corpo.

O coração realiza seu trabalho de forma silenciosa, mas o esforço que ele faz ao longo da vida não é pequeno. Em um minuto bombeia cinco a seis litros de sangue, ou seja, e cada minuto passa pelo coração todo o volume de sangue do corpo o que significa que ao longo de um dia, este volume passou pelo coração mil e quatrocentas vezes.

Para que o coração possa realizar a sua tarefa todos os dias da melhor forma possível, é necessário que o mesmo seja ajudado, preservado e não sobrecarregado desnessariamente.

As doenças não transmissíveis, também chamadas de doenças crônicas, são responsáveis por uma parcela cada vez maior das mortes no Brasil. Atualmente, 66% das mortes são secundárias a doenças não transmissíveis, 24% a doenças contagiosas e 10% tem causa violenta. A mudança do perfil do Brasil, com a elevação do número de doenças não transmissíveis, é conseqüência da urbanização, das melhorias nos cuidados com a saúde, das mudanças no estilo de vida e da globalização.

Devido ao declínio das taxas de natalidade e de mortalidade o Brasil está passando por uma rápida transição demográfica. No ano 2000, aproximadamente 15% da população tinha idade igual ou superior a 50 anos, no entanto, estima-se que este percentual deverá subir para 42% em 2050, ou seja, em 2050 o número de cidadãos com idade superior a 50 anos subirá de 27 para 96 milhões.

Uma em cada três mortes no Brasil é secundária a doenças ligadas à dieta pobre em frutas e vegetais, ao sedentarismo e à hipertensão arterial. Estes fatores associados ao tabagismo e ao alcoolismo são responsáveis por mais da metade das mortes no país .

Segundo a OMS, nos próximos 10 anos, o Brasil gastará cerca de 49 bilhões de dólares com mortes prematuras, secundárias a doenças do coração, derrame cerebral e diabetes.

Pelo menos 80% destas mortes e 40% das mortes secundárias ao câncer podem ser prevenidas com a adoção de um estilo de vida saudável: dieta saudável, atividade física regular, controle da pressão arterial e interrupção do uso do cigarro e do álcool.

Os principais fatores de risco para estas doenças são a pressão arterial elevada, o colesterol e triglicérides elevados, o fumo, a obesidade, o sedentarismo, o diabetes, a idade e os antecedentes familiares.

Os órgãos oficiais deveriam controlar a qualidade e o teor de gordura dos alimentos de forma eficiente, bem como promover ações para conscientização da população sobre os benefícios de uma dieta saudável.

As campanhas de esclarecimentos da população sobre os benefícios da atividade física são tímidas, principalmente quando se leva em consideração o tamanho do Brasil. São necessárias medidas que garantam as condições de segurança e que promovam a prática de exercícios nos parques públicos e nas escolas.

O tabagismo deve ser rigorosamente combatido, principalmente entre os jovens. Leis federais precisam ser aprovadas e obedecidas, para proibir a venda de tabaco aos jovens e impedir o uso do mesmo em ambientes fechados.

Além das campanhas de prevenção das doenças, as medicações para tratamento e controle dos fatores de risco que levam a estas doenças precisam estar disponíveis na rede pública para os pacientes que necessitarem.

Segundo a OMS o Brasil gastará nos próximos 10 anos, cerca de 49 bilhões de dólares com as doenças crônicas, logo, o Brasil precisa criar uma política nacional de prevenção de doenças cardiovasculares.

. Por: Rui Fernando Ramos é Diretor de Promoção à Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC

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