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24/09/2008 - 09:51

Indústria naval precisa fortalecer cadeia de fornecedores localmente


Florianópolis – Uma cadeia de fornecedores forte e competitiva é fundamental para garantir a atual fase de expansão da indústria naval brasileira, e Santa Catarina tem grande potencial para se destacar nesse cenário. O renascimento da construção naval no Brasil, impulsionada principalmente pelas recentes demandas do setor petrolífero, e as oportunidades para a indústria catarinense foram debatidas no dia 23 de setembro (terça-efira), em seminário promovido pela Federação das Indústrias (FIESC).

O gerente técnico do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro, Nilton Gonçalves, afirmou que “sem uma cadeia de fornecedores forte os estaleiros terão dificuldade de crescer”. Ele detalhou os atuais investimentos da Transpetro, que é subsidiária de transportes da Petrobras, destacando o que poderia ser suprido por empresas de SC. Segundo Gonçalves, dos 26 navios licitados na primeira etapa do Promef, três serão construídos em Santa Catarina, ao valor de US$ 44 milhões cada um. O Promef II já está em andamento, e as empresas interessadas devem entregar as propostas à Transpetro até meados de outubro. Dos 23 navios que estão previstos para essa segunda etapa do programa, Gonçalves adiantou que um já foi contratado diretamente com um estaleiro catarinense.

O diretor de relações industriais da FIESC, Henry Quaresma, lembrou a grande diversificação da indústria catarinense, e que por isso o estado tem diversos setores com condições de vender para a indústria naval, além dos quatro estaleiros atualmente instalados na região de Itajaí e Navegantes.

Na abertura do seminário, a senadora Ideli Salvatti falou sobre a articulação necessária com o setor industrial para que Santa Catarina também se beneficie das descobertas do petróleo na camada pré-sal. Ela disse que nesta quarta-feira (24) o diretor de exploração e produção da Petrobras, Guilherme Estrela, participará de evento em Itajaí para falar sobre o potencial do pré-sal, cujas reservas se estendem até a costa catarinense. Ideli ainda afirmou que, com os recentes problemas no fornecimento do gás natural da Bolívia, a instalação do terceiro terminal de regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Petrobras está praticamente garantida, e que SC continua na disputa para receber este investimento.

O diretor do Estaleiro Itajaí, Luís Syder, também destacou no seminário a importância das indústrias que vendem produtos e serviços aos construtores navais. “Temos que quebrar um paradigma no Brasil, de que o estaleiro cuida de toda a construção do navio sozinho. Já há um movimento no sentido de separar e terceirizar algumas etapas, mas isso precisa ser aprofundado. Só assim teremos mais competitividade”, explicou. Para viabilizar isso, disse, é necessário ter uma cadeia de fornecedores bem desenvolvida e próxima dos estaleiros, para que os custos logísticos não inviabilizem o fornecimento.

Syder ainda afirmou que a indústria naval não pode cometer o mesmo erro do passado, de focar somente o mercado interno. “Essas novas demandas do setor petrolífero estão permitindo que a construção naval brasileira, que já foi a segunda maior do mundo, renasça. Mas temos que aproveitar para ganhar competitividade e começar a exportar também, para que esse impulso se mantenha, e não acabe novamente quando a demanda interna secar”, disse.

O presidente do Estaleiro Detroit do Brasil, Carlos Teixeira, lembrou em sua apresentação que a indústria naval, além de ter uma grande importância estratégica para o país, é uma grande geradora de empregos diretos e indiretos. “Em média, para cada emprego criado no setor naval, outros quatro postos de trabalho são abertos em segmentos relacionados”, disse.

Demanda em alta – Somente o plano de investimentos da Petrobras para o período 2008-2012 prevê aportes de mais de US$ 97 bilhões, sendo US$ 54 bilhões para a área de exploração e produção de petróleo e gás, sem contar os aportes necessários para a exploração da camada pré-sal. Estão previstas a construção de 24 plataformas de produção de petróleo, 40 navios sonda de perfuração, 70 navios de grande porte e 177 barcos de apoio. A maior parte desses navios e também das plataformas de petróleo será construída no Brasil, com a exigência de que ao menos 65% do conteúdo delas seja nacional, o que garante a demanda para a indústria brasileira e catarinense.

A estimativa do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) é que as demais companhias petrolíferas que operam no Brasil tenham, para o mesmo período, investimentos programados de mais de US$ 17 bilhões para a área de exploração e produção. | Foto: (esq./dir.) Luis Syder, diretor do Estaleiro Itajaí; Henry Quaresma, diretor de relações industriais da FIESC e Nilton Gonçalves, gerente técnico do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro || www.fiescnet.com.br.

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