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25/09/2008 - 11:14

Chega ao Brasil livro do poeta americano Charles Bernstein

A Martins lança em edição bilíngüe, inglês-português, “Histórias da Guerra”, do ícone da poesia americana Charles Bernstein. A obra, que traz críticas à política americana da era George W. Bush, tem seleção, tradução e prefácio do poeta Régis Bonvicino, autor de “Página órfã”

“A guerra é jamais ter que pedir desculpas / a guerra é terapia para os esteticamente deficientes (...) / a guerra é linda porque mescla arma de fogo, estrondos, trégua, cheiros e o fedor da putrefação numa sinfonia”. Assim fala Charles Bernstein por meio de sua poesia. O trecho citado faz parte do poema Histórias da guerra, escrito logo após a invasão americana ao Iraque em 2003. Um momento, no qual opor-se à guerra seria legitimar, para um americano, o terrorismo.

E é neste fio tênue que o poeta caminha. A obra, uma seleção rigorosa do escritor Régis Bonvicino, buscou o começo do autor americano, com Parsing e The sophist, e seu agora, com os textos With strings (2001) e Girly man (2006). Aliás, Girly Man é a expressão do governador californiano Arnold Schwarzenegger, quando declarou no período da invasão ao Iraque que “só um girly man (efeminado) é contra a guerra”.

Nascido em Nova York no ano de 1950, Charles Bernstein é um poeta inventivo, excepcional crítico literário e líder do movimento L=A=N=G=U=A=G=E poetry, lançado por ele e Bruce Andrews, em 1978, em Nova York. Desde meados da década de 70, sua poesia foi publicada em mais de 350 revistas literárias da América do Norte, e seus ensaios e críticas, em mais de 150 periódicos.

Aqui no Brasil chega pela primeira vez, e pode-se dizer que seu texto é vítima da resistência ideológica que há contra os “ianques”, embora, por seu tom inovador, acrescente e abra perspectivas para a poesia brasileira contemporânea.

João Cabral de Melo Neto dizia que Joan Miró não pintava quadros, mas pintava e ponto, e que, ao privilegiar a linha e o traço, rompia com o “equilíbrio renascentista” da representação, que levava outros pintores à tela com composições prontas. Cabral definia a pintura de Miró como “constante dinâmica”, sem aspiração de tornar-se gramática – o mesmo vale para a poesia de Bernstein, igualmente.

Charles Bernstein – nasceu na cidade de Nova York em 4 de abril de 1950. Freqüentou o colégio Bronx High School of Science e a faculdade Harvard, onde se formou em 1972. De 1990 a 2003, foi professor de poesia e letras da State University of New York, em Buffalo, e diretor do Programa de Poética; em 2002, foi nomeado professor emérito da suny. Hoje, Bernstein detém a cadeira Regan de professor de inglês da University of Pennsylvania. É autor de inúmeros livros de poesia, ensaios-poemas e libretos. Desde meados da década de 1970, seus poemas foram publicados em mais de 350 revistas literárias da América do Norte.

Régis Bonvicino (nascido em São Paulo, em 1955) – poeta, tradutor e crítico. Sua obra está traduzida, entre outras línguas, para o inglês, o espanhol, o chinês, o finlandês, o dinamarquês e o francês. Co-dirige, hoje ao lado de Charles Bernstein, a revista Sibila (http://sibila.com.br). Também é co-organizador da primeira antologia de poetas chineses contemporâneos publicada no Brasil, Um barco remenda o mar (Martins, 2007). É autor de Ossos de borboleta (1996), Céu-eclipse (1999), Remorso do cosmos (de ter vindo ao sol) (2003) e Página órfã (Martins, 2007).

Histórias da guerra, da Editora Martins, autor Charles Bernstein. Introdução e tradução: Régis Bonvicino (com colaboração de Maria do Carmo Zanini). 256 pp. / ISBN 978-85-99102-57-2 / 14 X 21 por R$ 45,00.

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