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25/09/2008 - 11:20

Odebrecht contesta versão do governo do Equador

Brasília - A construtora Odebrecht divulgou no dia 24 de setembro (quarta-feira) contestando versão do governo equatoriano sobre a paralisação no funcionamento da central hidrelétrica San Francisco, construída pela empreiteira. A construtora brasileira afirma que foram detectados problemas pontuais durante parada de manutenção e inspeção programada, em junho deste ano, e que os reparos estavam sendo feitos até a intervenção do presidente Rafael Correa.

A hidrelétrica San Francisco é a segunda maior do país. Foi concluída pelo consórcio Odebrecht, Alstom e Vatech e inaugurada em junho de 2007 – segundo a Odebrecht, nove meses antes do prazo previsto, gerando receita adicional de US$ 43 milhões ao governo equatoriano. A central está paralisada desde 6 de junho.

“Independentemente de qualquer apuração de causas ou responsabilidades, o consórcio liderado pela Odebrecht imediatamente assumiu os trabalhos dos reparos, mobilizando aproximadamente 300 pessoas – técnicos, operários, consultores equatorianos e internacionais, visando o retorno da operação da Central em 04/10/2008, prazo este que estava sendo cumprido até a intervenção do Governo”, diz a nota da construtora, assegurando que os prejuízos provocados pelos três meses de paralisação são inferiores aos ganhos obtidos pelos nove meses de antecipação do prazo de construção.

O governo do Equador argumentou que a hidrelétrica apresentou falhas apenas um ano após entrar em funcionamento e que a paralisação estaria colocando em risco o abastecimento de energia no país. Ontem (23), o presidente do Equador, Rafael Correa, determinou o embargo dos bens da construtora no país e a ocupação das obras da empresa pelo Exército. Também proibiu que os funcionários da companhia deixassem o país.

Há uma semana, Correa chegou a ameaçar expulsar a empresa se não fosse paga a indenização exigida pelo governo e disse que a empreiteira está sendo investigada por suposta corrupção. Na nota divulgada hoje, a Odebrecht diz que estava negociando com o governo equatoriano um acordo “muito além das responsabilidades contratuais” que previa, entre outras coisas, a entrega a um fiel depositário de US$ 43,8 milhões. Os recursos seriam uma garantia para pagamento de multas pela paralisação da central e devolução dos custos recebidos pela antecipação da obra no caso de eventuais responsabilidades atribuídas ao consórcio por perito internacional independente.

Esse acordo, para ser válido, deveria ser assinado por todos os sócios, mas Alstom e Vatech não concordaram com os termos. “Durante a negociação com os sócios para que este acordo tivesse validade e na plena vigência do contrato e seu respectivo cumprimento, o governo equatoriano militarizou as instalações desta e das demais obras da Odebrecht, ordenou a requisição e custódia dos bens da empresa, suspendeu os direitos constitucionais de vários de seus executivos e os proibiu de sair do país”, denuncia a construtora.

A Odebrecht tem, em execução no Equador, duas hidrelétricas, um aeroporto e um sistema de irrigação. Segundo a construtora, o governo equatoriano deve US$ 53 milhões por tais obras. Ao todo, as medidas adotadas pelo Equador envolvem contratos da Odebrecht da ordem de US$ 650 milhões e atingem 3.800 trabalhadores – 36 deles, brasileiros.| Por: Mylena FioriABr

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