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26/09/2008 - 09:37

Crise tem efeitos positivos mas governo está atento, diz Mantega


Rio de Janeiro- A crise nos mercados financeiros internacionais gerou alguns efeitos positivos para a economia brasileira, mas o governo continua acompanhando de perto os desdobramentos do cenário externo, e não descarta a adoção de novas medidas para garantir o bom funcionamento do mercado nacional, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no dia 25 de setembro ( quinta-feira).

Em entrevista a correspondentes estrangeiros na sede do Ministério da Fazenda no Rio de Janeiro, Mantega afirmou que a crise dos mercados financeiros internacionais fez com que o dólar atingisse um patamar mais adequado em relação ao real e diminuiu a preocupação do governo com o comportamento da inflação.

"Ele (câmbio) estava muito defasado e o real excessivamente valorizado, (e) agora... acho que o real não está mais tão valorizado e ele está mais adequado às condições e expressa melhor as condições da economia brasileira", disse ele a jornalistas.

O ministro acredita que com o câmbio mais valorizado as exportações vão aumentar em valor e as importações tendem a diminuir, minimizando os impactos sobre o déficit em conta corrente.

Outro efeito positivo, segundo o ministro, foi sobre a inflação.

Na avaliação do ministro, a crise afetou os preços das commodities, que vinham subindo fortemente e carregando consigo os índices de preços.

Com a desaceleração destes preços, Mantega acredita que a preocupação com o comportamento dos índices inflacionários, tanto no Brasil, quanto no resto do mundo, diminuiu.

Desde abril, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deu início a um ciclo de aperto da taxa básica de juro no país para tentar trazer a inflação de volta ao centro da meta já em 2009.

O governo definiu para 2008, 2009 e 2010 uma meta de inflação de 4,5 por cento, com margem de variação de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) --que baliza a política de metas-- acumula nos últimos 12 meses até agosto uma alta de 6,17 por cento.

A taxa básica de juro, a Selic, está atualmente em 13,75 por cento. Analistas acreditam que o ritmo de alta do juro deve ser moderado pelo BC a partir da próxima reunião do Copom, em outubro.

Mesmo insistindo que a economia brasileira segue forte, apesar dos abalos internacionais, o ministro disse que o governo não descarta a possibilidade de adotar novas medidas que garantam a liquidez do mercado de crédito no país, mas ponderou que o governo não tem nenhum pacote em estudo.

"O governo está atento e vigilante para os problemas que vão se criar. Se faltar crédito e liquidez tomaremos as medidas", disse ele, acrescentando que o pacote de resgate proposto pelo Tesouro dos EUA pode reconstituir as linhas de crédito no mundo.

"Se vai haver mais medidas ou não, vai depender da necessidade. Estamos atentos para ver se há um ponto de estrangulamento na economia brasileira."

Na quarta-feira, o Banco Central anunciou alterações "pontuais" nas regras dos recolhimentos compulsórios exigidos dos bancos, o que liberou cerca de 13 bilhões de reais ao sistema, dando assim mais fôlego ao mercado de crédito.

Poder aos emergentes - Mantega avaliou ainda que a crise internacional e a desvalorização do dólar nos últimos meses evidenciam que a moeda norte-americana "não é mais a mesma".

"(O dólar) é uma moeda quase fraca em relação a várias outras moedas, como euro, real e rublo. Em breve, deveremos ter uma outra arquitetura monetária internacional", disse ele ao cobrar um maior poder de 2decisão dos emergentes na economia global.

O ministro acrescentou que em outubro irá reforçar em uma reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) o pedido para que o Brasil ingresse no G7.

"Um novo mundo poderá surgir das cinzas dessa crise internacional e os emergenmtes terão mais voz."| Por: Rodrigo Viga Gaier, com texto de Renato Andrade; edição de Vanessa Stelzer e Alexandre Caverni/Reuters.

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