Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

26/09/2008 - 10:42

Prevenir é melhor do que formatar

O grande mestre das arquiteturas de projetos, Martin Fowler, disse certa vez que "testar deveria ser um processo contínuo. Nenhum código deveria ser escrito até você saber como testá-lo." E de fato, realizar todos os tipos de testes pertinentes, antes de comercializar um software ou solução no mercado, deveria ser regra. Mas, por que ainda é exceção? Como entender que, mais que um procedimento, testar produtos deveria ser uma cultura em todas as empresas desenvolvedoras?

São muitos os fatores que fazem parte do preconceito com a área de testes. Um deles, e dos mais polêmicos é a humildade. Nenhum criador quer se deparar com falhas na sua criatura. Por isso, no caso dos softwares, nenhum programador deve tentar testar seu próprio programa. Geralmente, não gostamos de ver falhas em nosso próprio trabalho. Se o programador errou ou se enganou quando desenvolveu o código, é natural que se atrapalhe no momento de testar.

É aí que entram os testes independentes, serviços de auditoria feitos separadamente dos setores de desenvolvimento e programação das empresas, para atestar a qualidade de soluções antes mesmo de sua produção, algo como uma "pesquisa de campo". O termo Independent Verification & Validation - IV & V - significa que uma entidade completamente independente, ou seja, sem vínculo com a desenvolvedora, irá averiguar o trabalho gerado por um time que está criando ou executando um projeto de tecnologia da informação. Importante também é ressaltar que, sem o "pai" junto ao "filho", o envolvimento emocional é eliminado, ou seja, não há porque se preocupar: os testadores apontarão os defeitos sem fingir que não viu a orelha esquerda maior que a direita. O processo, então, é neutro.

Encontrar em empresas de IV & V valores como honestidade, integridade, ética empresarial e proeficiência técnica são essenciais para que todos os requisitos da solução sejam preenchidos, sem problemas para o cliente final. Além disso, redução de custos e de riscos são fatores que irão ser refletidos na satisfação do consumidor final com uma solução que não apresente erros ou não necessite de reparos. Pesquisas apontam que 81% dos orçamentos de empresas de TI são gastos em manutenção, deixando somente 19% para novas funcionalidades. Se todas as fábricas de TI pararem de desperdiçar recursos adotando uma política de qualidade de software e testes, a inovação poderá voltar a ser prioridade!

Estudo da America National Standard and Technology concluiu que o setor de serviços financeiros poderia poupar US$1.5 bilhões por ano somente melhorando sua infra-estrutura de teste. O retrabalho gera prejuízo, e mais do que nunca é preciso a conscientização de que, quanto mais riscos forem apresentados com o tempo, mais credibilidade vai sendo esvaída. Testar é catequizar, e sempre, melhor do que reparar.

. Por: Rafael Krug Marques é diretor da Zero-Defect Test House .

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira