Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

26/09/2008 - 10:45

A segurança e eficiência das fibras alternativas ao amianto

Cada vez mais o consumidor se questionará sobre o uso e comercialização de produtos não nocivos ao meio ambiente e à saúde humana. Para atender as novas exigências e necessidades, a indústria busca substitutos técnicos e econômicos adequados a esse novo perfil de consumo. A questão do banimento do amianto no Brasil acompanha essa discussão. A certeza sobre os malefícios do amianto permite a avaliação da eficácia das propostas alternativas, como o polipropileno (PP) e o poli álcool vinílico (PVA). Órgãos de suma importância e credibilidade, nacionais e internacionais, atestam essa eficácia, assim como a segurança desses produtos. O PP já vem sendo usado no Brasil em produtos de fibrocimento (telhas, caixas d’água, etc.) com qualidade técnica comprovada, além de seguro ao trabalhador e ao usuário.

O Ministério da Saúde analisou as fibras de PVA e PP, através de um grupo formado na ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em cumprimento ao artigo 6º do Decreto nº 2.350, de 15 de outubro de 1997, que regulamenta a Lei nº 9055, de 1º de junho de 1995. Esse grupo teve a participação de representações de técnicos, ONGs, cientistas, universidades, Abifibro, Fundação Osvaldo Cruz, Confederação Nacional da Indústria, Sindicato de Minaçu (Goiás), Eternit, produtores de fibras alternativas e outros.

Após meticulosa avaliação, durante mais de um ano de trabalho, o grupo emitiu uma nota técnica, esclarecendo: “Estas fibras de PVA e PP possuem diâmetro entre 10 e 20 µm e comprimento superior a 5 mm, e em temperatura ambiente não fibrilam (subdivisão de uma fibra em um conjunto de fibras menores de menor diâmetro), sendo portanto caracterizadas como não respiráveis.” Após essas considerações, o grupo encarregado da análise das fibras chegou ao seguinte consenso: “pela recomendação da utilização das fibras de PVA e PP, nas dimensões descritas, na produção de fibrocimento”. Essa conclusão foi informada à Associação Brasileira das Indústrias e Distribuidores de Produtos de Fibrocimento (Abifibro) através do Ofício nº 145/GM, do Gabinete do Ministro da Saúde, em 28 de dezembro de 2004.

O polipropileno, segundo o IARC (International Agency for Research on Câncer), da Organização Mundial da Saúde, não considera o polipropileno cancerígeno e afirma: “tem uma produção maciça e o seu uso, de forma geral, em inúmeras aplicações, inclusive cirúrgicas, nas últimas décadas, indicam que a exposição dos trabalhadores e da população em geral a essa fibra, é comum.” Trata-se de uma resina utilizada em diversas aplicações, desde brinquedos injetados, peças automotivas, cadeiras e mesas, embalagens para produtos alimentícios, no setor têxtil, ráfias, fibras, filmes, nãotecidos, entre outros.

O alto desempenho do polipropileno é obtido graças a um equilíbrio de propriedades, como alta tenacidade, baixo peso específico, boa claridade, resistência a altas temperaturas, etc. Como o PP é um polímero termoplástico, existem formas de reaproveitamento (químico, energético e mecânico) e pode ser reciclado, contribuindo para preservação do meio ambiente. O cenário para o mercado de polipropileno é otimista e tende a ser cada vez mais interessante quando a oportunidade de substituição do amianto começa a ser vislumbrada no Brasil.

Em carta dirigida à Abifibro, em 5 de junho de 2006, professores da Escola Politécnica da USP, Departamento Eng. Construção Civil e Faculdade de Zootecnia e Engª Alimentos da USP – Grupo de Construções e Ambiência, declaram: “Não dispomos de qualquer indício que outros produtos de fibrocimento sem amianto hoje existentes no mercado brasileiro possam apresentar problemas de durabilidade”. E ainda: “Em resumo, mantido o quadro hoje existente, somos otimistas sobre o futuro dos produtos de fibrocimento sem amianto no Brasil, incluindo o desempenho destes produtos no longo prazo”.

Hoje, 48 países proíbem a extração, produção, comercialização e utilização de todos os tipos de amianto. O Brasil ainda não figura neste cenário, mas conta com tecnologia e insumos adequados para a substituição. A Abifibro considera que o Brasil deve cumprir o acordo assumido na Convenção OIT 162 e, também, na Lei n. 9055/95 de substituir o amianto, inclusive o crisotila, por outros materiais ou tecnologias não nocivos à saúde humana.

. Por: João Carlos Duarte Paes, Presidente da Associação Brasileira das Indústrias e Distribuidores de Produtos de Fibrocimento (Abifibro)

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira