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26/09/2008 - 10:46

Programa IAC de capacitação para aplicadores de agrotóxicos terá versão regional para Jundiaí e Campinas

Nos dias 1º, 2 e 3 de outubro terão início as primeiras atividades do Aplique Bem na região.

O Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, irá lançar o Programa Aplique Bem Regional, no próximo dia 30 de setembro, às 15 horas O lançamento será em Jundiaí, no Centro de Engenharia e Automação do IAC, unidade responsável por pesquisas na área de segurança e qualidade na aplicação de agrotóxicos. O lançamento reunirá produtores e entidades representativas do setor, como associações, sindicatos e Secretarias Municipais de Agricultura, que serão responsáveis por identificar as propriedades onde ocorrerão as ações do Aplique Bem. O secretário-adjunto da Secretaria de Agricultura do Estado, Antonio Júlio Junqueira de Queiroz, também estará presente.

Com o objetivo de melhorar a qualidade da aplicação de agrotóxicos e a segurança do trabalhador rural, o Aplique Bem é um programa pioneiro desenvolvido pelo Instituto Agronômico, em parceria com a empresa Arysta LifeScience. O Programa teve início em ação nacional no ano passado e, até o momento, foram treinados 3.646 aplicadores, em 170 propriedades, em 89 municípios de oito estados do País. A participação dos agricultores é gratuita.

A versão regional do Programa contará com uma unidade móvel exclusiva para a região de Jundiaí e Campinas. Nos dias 1º, 2 e 3 de outubro terão início as primeiras atividades do Aplique Bem na região – serão visitadas seis propriedades produtoras de uva, no bairro da Roseira, em Jundiaí. Nos dois primeiros dias serão observadas as formas de aplicação de agrotóxicos nessas propriedades. Com base nessas avaliações, será feito um diagnóstico que servirá para nortear o treinamento a ser feito no dia 3, já com orientação para correção dos problemas detectados em cada propriedade. Esta etapa será no Centro de Treinamento do Sindicato de Trabalhadores Rurais, em Jundiaí.

Na seqüência do trabalho, o agendamento das visitas dependerá da organização das entidades representativas do setor e da manifestação de interesses de produtores junto ao Centro de Engenharia e Automação do IAC. O contato deve ser feito pelo telefone (11) 4582-8155, com Pedro. O Programa tem condição de atender até três propriedades por dia. As turmas terão no mínimo 12 e no máximo 20 participantes.

Com o Aplique Bem, a orientação para os produtores ocorre diretamente nas propriedades rurais, a fim de promover a interação entre o operador e o equipamento e, assim, elevar a qualidade da aplicação, reduzir desperdícios e riscos à saúde do aplicador e do ambiente.

Segundo o pesquisador Hamilton Ramos, a definição da tecnologia de aplicação é: colocar no alvo o produto biologicamente ativo, em quantidade necessária, de forma econômica e com o mínimo de contaminação de outras áreas. “Esse resultado só pode ser obtido com orientação dos trabalhadores”.

A capacitação dos aplicadores vai ao encontro da proposta do Governo do Estado de São Paulo de incentivar a produção segura de alimentos. “O Centro de Engenharia do IAC pretende colaborar elevando o nível de conhecimento dos produtores e trabalhando as técnicas de aplicação em busca do risco zero em alimentos em Jundiaí”, afirma Ramos.

Como funciona o Programa - O Aplique Bem é um programa com atividades teóricas e práticas em que são abordados os conceitos da adequada aplicação de agrotóxicos, que, segundo o pesquisador, só existe se houver: equipamento adequado, bem regulado, operado por trabalhador treinado. “Sem isso não há alimento seguro”, afirma.

Na situação real de aplicação de cada propriedade agrícola, os técnicos da equipe do Aplique Bem iniciam a atividade com a avaliação dos pulverizadores usados no local. O procedimento é feito com base na norma EN 13790, regra européia que estabelece análises e padrões de qualidade para avaliação e certificação de qualidade de pulverizadores em uso. Em caso de identificação de problema no equipamento, o Programa corrige, se for algo simples, e deixa relatório com recomendação de reparo, se a falha for grave. Além do equipamento, são avaliadas as técnicas usadas e a ocorrência de desperdício. “Propomos alternativas e avaliamos os resultados juntamente com o produtor até chegar ao formato mais adequado e seguro para cada aplicação”. Finalmente, com base na situação verificada, é realizado o treinamento teórico-prático.

De acordo com o pesquisador do IAC, se houver situação para a qual a pesquisa ainda não gerou resposta, terá origem um novo estudo, com participação de agricultores. A resposta obtida será transferida aos agricultores por meio de dias de campo e passará a integrar o material didático do Programa Aplique Bem. “A transferência de informação sobre tecnologia de aplicação é o caminho para ter qualidade e produtividade”, arremata.

Por que regionalizar o Aplique Bem - O Centro de Engenharia e Automação do IAC, que completará 40 anos em 2009, é sediado em Jundiaí. Esse é um dos motivos para o Aplique Bem atuar regionalmente. Mas há outras razões: o pesquisador Hamilton Humberto Ramos explica que a agricultura da região de Jundiaí tem características bem peculiares, de pequenas propriedades. “A versão regional do Aplique Bem irá permitir o acompanhamento do desenvolvimento da agricultura em cada bairro onde o Programa será aplicado”, afirma.

Na região de Jundiaí, os equipamentos mais usados são os costais (presos às costas do aplicador) e os pulverizadores de mangueira. Em função do mecanismo de funcionamento, nesses dois sistemas a aplicação é feita de 50cm a um metro à frente do corpo do trabalhador, expondo-o à calda aplicada. Estudos do Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico em culturas como morango, flores e tomate mostram que a exposição pode chegar a 3.500ml de calda, por hora de trabalho, chegando ao aplicador. Para solucionar esse problema, a informação faz toda a diferença. O uso correto do EPI (Equipamento de Proteção Individual) e alterações simples na técnica de aplicação podem poupá-lo da intoxicação: para evitar o contato com o agrotóxico aplicado, basta o trabalhador, durante a aplicação, caminhar para trás. Isso porque a caminhada para frente, como geralmente se faz, leva o trabalhador a passar pela calda aplicada.

“O assunto agrootóxico salta aos olhos porque relaciona-se diretamente com a saúde do trabalhador, do consumidor e do ambiente”, diz. O pesquisador e diretor do Centro de Engenharia, que é o ”braço na América Latina para avaliação de máquinas e implementos”, garante que é possível usar agrotóxicos e ter um alimento saudável: “o uso adequado é caminho”, sentencia.

Segundo o pesquisador Hamilton Ramos, o trabalho do Centro de Engenharia do IAC no desenvolvimento de técnicas adequadas para o cultivo dessas culturas em pequenas propriedades permitiu a redução em até 92% do risco de intoxicação do aplicador e o aumento de até 70% na eficácia de aplicação. A eficácia é medida pela quantidade de produto fitossanitário que permanece efetivamente na planta, proporcionando ganhos de qualidade e produtividade. “De 30 a 40% das gotas de produtos podem não ser aproveitadas, dependendo da regulagem do pulverizador, daí a importância da adoção de técnicas adequadas”, afirma.

De acordo com Ramos, quando as técnicas agronômicas adequadas são associadas, é possível reduzir em 70% o volume de calda aplicada, sem diminuir a quantidade que fica na planta. “Isso é rendimento operacional”, diz.

Ela afirma que as pesquisas agronômicas, em geral, são programadas para o macro-ambiente e o Centro de Engenharia do IAC é a única unidade no Estado de São Paulo a desenvolver tecnologias para pequenas propriedades. Porém, na avaliação de Ramos, as divulgações focam mais as tecnologias para grandes áreas, o que acaba dificultando o acesso dos pequenos agricultores às informações.

Ramos lembra que além das tecnologias de aplicação, o Centro de Engenharia desenvolve tecnologias nas áreas de implantação e condução das culturas, colheita, produção de uva para vinhos – tudo associado aos aspectos regionais. Mas é preciso intensificar a interação do centro de pesquisa com a comunidade agrícola regional.

Extensão - O Programa Aplique Bem terá vasta área de trabalho. Só em Jundiaí há 1530* propriedades rurais, além de Campinas, Atibaia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Louveira, Morungaba, Valinhos, Vinhedo, Cabreúva, Bragança Paulista, Amparo, Pirapora do Bom Jesus, Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista, Mairiporã e Cajamar. Produtores de Jundiaí que têm cultivo de uva em São Miguel Arcanjo, região de Itapetininga, já manifestaram interesse em participar do Programa.

Em Jundiaí, o cenário é composto por áreas com culturas permanentes, totalizando 2.615* hectares ocupados com várias frutíferas, e área com culturas temporárias, com 1.112 hectares, incluindo morango e hortaliças. | *Fonte: Projeto LUPA – CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) | www.iac.sp.gov.br

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