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30/09/2008 - 10:30

Medicamentos usados em conjunto podem "cortar" o efeito

Automedicação mata cerca de 20 mil pessoas por ano no país.

Usar antibiótico ao primeiro sinal de dor de garganta, associar remédios ao anticoncepcional, tomar analgésicos indiscriminadamente, utilizar antiinflamatórios junto com descongestionantes nasais, ou seja, a famosa automedicação, leva cerca de 20 mil pessoas a morte por ano no Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma). Intoxicações, alergias e hipersensibilidade são os problemas mais comuns de pessoas que abusam dessa prática.

Segundo a farmacêutica Samantha Nabinger, responsável pela farmácia magistral do Hospital Nossa Senhora das Graças, o maior problema da automedicação é a chamada interação medicamentosa, quando dois remédios são utilizados ao mesmo tempo. "Isso pode causar reações sérias no organismo e até levar a morte". Um exemplo citado pela especialista é associar um antiinflamatório e um descongestionante nasal. "Por conta das substâncias presentes em ambos, em alguns casos o paciente pode chegar a ter uma parada cardíaca".

Em outros casos, o uso de um remédio pode diminuir o efeito de outro. "Certos antibióticos, se administrados junto com anticoncepcional, podem diminuir a ação da pílula e provocar gravidez indesejada", diz a farmacêutica. Os remédios fitoterápicos (chamados naturais), segundo a especialista, não são inofensivos e também necessitam de orientação médica. "Apesar de não passarem por um processo industrializado, contém uma série de substâncias químicas e existe risco de interação medicamentosa".

É importante ressaltar que nem todo o medicamento precisa obrigatoriamente de uma prescrição médica, principalmente os que não contêm tarja, como para febre, dor de cabeça e resfriados. O farmacêutico está inteiramente apto para fazer essa indicação, já que é responsável pelo estabelecimento. "Um atendente não deve orientar um paciente sem ter o conhecimento necessário sobre o medicamento", alerta Samantha.

A erradicação da automedicação, segundo a especialista, seria possível caso o governo contasse com programas efetivos de educação e prevenção da prática. Porém, enquanto essa política não vira realidade, é importante que cada um faça sua parte para reduzi-la. "Profissionais de saúde não devem orientar apenas seus pacientes, mas também seus amigos, vizinhos e familiares, enfatizando os efeitos indesejáveis e os perigos para o organismo da automedicação. A fiscalização de órgãos competentes continuamente também é necessária para combater esse mau hábito", salienta a especialista.

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