Cooperativa de produtores da PB vai implantar unidade de processamento de frutas com apoio do BNDES

Além de elevar renda dos cooperados, projeto vai permitir comercialização da produção sem interferência de atravessadores, e contribuir para a melhoria da qualidade da merenda escolar na rede pública de municípios da região

A Cooperativa dos Produtores de Fruta do Brejo Paraibano Ltda. (Copefruta), sediada no município de Alagoa Nova, a 98 km de João Pessoa, vai implantar uma unidade de processamento de frutas, com apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A diretoria do BNDES aprovou um financiamento de R$ 390,3 mil em recursos não-reembolsáveis, provenientes do Fundo Social, formado por uma parte dos lucros anuais do Banco.

A unidade industrial será destinada, principalmente, à produção de derivados de banana, principal cultura explorada na região, sendo predominante em cerca de 70% das propriedades rurais dos membros da Copefruta. Com a implementação do projeto, a cooperativa espera eliminar a interferência dos atravessadores, que respondem pela comercialização de 90% da produção dos cooperados, bem como elevar os rendimentos obtidos pelos produtores, já que o preço de venda da farinha de banana chega a ser quatro vezes superior ao preço da fruta in natura. Além disso, pretende-se reduzir ou, até mesmo, eliminar o desperdício, uma vez que a produção da farinha permite o aproveitamento de 100% dos frutos produzidos.

A Copefruta pretende produzir, no primeiro ano do projeto, cerca de 50 toneladas de farinha de banana. Por ser um alimento de elevado valor nutricional, há perspectiva de o produto ser adquirido por prefeituras da região para ser utilizado na merenda das escolas municipais. Nesse sentido, já foram apresentadas cartas de intenção de três municípios – Esperança, Natuba e Alagoa Nova – e da cooperativa que fornece a merenda escolar para o município de Campina Grande.

O projeto da Copefruta tem um forte caráter social, pois contempla aspectos de desenvolvimento regional, de fortalecimento de aglomerações produtivas e de geração de trabalho e renda, além de estar inserido nos objetivos do programa Fome Zero, na medida em que contribui para a melhoria da qualidade da merenda escolar na rede pública e, ao mesmo tempo, estimula o desenvolvimento da agricultura familiar.

Os recursos do BNDES para o projeto, que correspondem a 85% do investimento total a ser realizado pela Copefruta, de R$ 459 mil, serão utilizados, principalmente, na execução de obras civis, aquisição de máquinas e equipamentos nacionais, treinamento e capacitação de pessoal, e capital de giro inicial. Com a entrada em operação da unidade industrial, serão gerados dez novos empregos.

A cooperativa - Constituída em março de 2006, a Copefruta tem 29 cooperados, que estão distribuídos entre os municípios de Alagoa Nova e Esperança. Todos são pequenos produtores rurais, com propriedades de até 20 ha, sendo que apenas 3 dos 29 membros possuem propriedades rurais com área superior a 5 ha.

Na implementação do projeto apoiado pelo BNDES, a cooperativa tem como parceiro estratégico o Instituto de Pesquisa Agropecuária do Nordeste (Ipan), instituição qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que surgiu a partir da reunião de professores universitários e pesquisadores, com a intenção de formar uma rede para compartilhar e uniformizar o conhecimento técnico-científico que tenha impacto econômico e social no Estado da Paraíba.

O Ipan será interveniente no contrato de financiamento a ser firmado entre o BNDES e a Copefruta, e, entre outras atribuições, vai acompanhar a implantação do projeto, apoiando a cooperativa no que for necessário à realização do empreendimento.