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02/10/2008 - 09:18

Venda de livros cresce 4,62% e editoras faturam R$ 3 bilhões

Pesquisa encomendada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicado Nacional dos Editores de Livros (SNEL) revela que o volume vendido em 2007 foi de cerca de 329 milhões de exemplares – aumento de 6,06% em relação ao ano anterior. O estudo foi realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade São Paulo e registrou as livrarias como o grande ponto de vendas do mercado. O comércio no porta a porta cresceu mais de 90%.

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicado Nacional dos Editores de Livros (SNEL) divulgaram na manhã desta quarta-feira os dados da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Segundo o estudo, o Mercado Editorial brasileiro registrou um faturamento de R$ 3,013 bilhões em 2007 – um crescimento nominal de 4,62%, no comparativo com o ano anterior. Descontada a inflação do setor (IPCA educação, papelaria e leitura), de 4,18%, o crescimento real foi de 0,44%. O volume de vendas alcançou aproximadamente 329 milhões de exemplares, o que representa um aumento de 6,06% em relação a 2006.

A pesquisa inclui vendas para o mercado em geral e para o governo federal. Apesar de as compras governamentais registrarem queda de 0,67% ante 2006, o governo permanece como o maior comprador do mercado, com investimentos de R$ 726,8 milhões, ou cerca de 24% do total de vendas do setor. A boa notícia é que o mercado comprou mais no ano passado, demonstrando que o consumo de livros pela população também vem crescendo. As vendas para o mercado totalizaram R$ 2,286 bilhões – um aumento de 6,41% no comparativo 2007-2006.

A presidente da CBL, Rosely Boschini, vê com otimismo o resultado da pesquisa. “O mercado comprou mais. Isso significa que a população tem lido mais, resultado de uma série de ações voltadas para a difusão do livro e promoção da leitura”, explica a executiva. Outro dado interessante, segundo a presidente da CBL, é o aumento no número de títulos para o público infantil. “Isso demonstra que temos um futuro promissor para o mundo do livro e da leitura”.

Para Sonia Jardim, presidente do SNEL, dois aspectos da pesquisa chamaram a atenção: o aumento no número de exemplares produzidos e vendidos no ano passado e a queda no preço médio do livro vendido em 2007 (R$11,41) em relação a 2006 (R$11,61). Na avaliação da presidente do SNEL, a queda no preço médio do livro foi motivada por uma economia em escala por parte das editoras e pela desoneração fiscal do setor. “Esta redução, aparentemente pequena, torna-se maior se considerarmos a inflação do período. A queda do preço médio do livro tem um efeito positivo que pode ser sentido tanto no bolso do consumidor quanto nos gastos do governo”, ressalta.

No volume de exemplares vendidos, também houve crescimento expressivo: 8,21% para o mercado, que comprou cerca de 200 milhões de livros, e de 2,89% para o governo federal, que adquiriu aproximadamente 129 milhões de unidades.

Em relação ao número de títulos editados em 2007, houve uma pequena queda de 2,3% em relação ao ano anterior. Ao todo, foram editados 45.092 títulos no ano passado, contra 46.025 em 2006. A redução explica-se pela diminuição atípica de títulos no segmento de Didáticos (-6,03%), além de CTP – Científico Técnico e Profissional, com queda substancial de 19,04% no comparativo 2007-2006. Em contrapartida, o segmento de livros Religiosos editou no ano passado 27,98% mais títulos que em 2006, movimento que ocorreu também no setor de Obras Gerais, com aumento de 10,82%.

Segmentos - Mas no setor de didáticos, apenas o número de títulos foi menor. Dentre os segmentos que mais se destacaram, estão justamente os Didáticos, com faturamento de R$ 1,665 bilhão, mais da metade do faturamento do setor. Incluindo mercado e governo, o faturamento do segmento de Didáticos em 2007 cresceu 7,49%. O volume de exemplares vendidos foi de 199 milhões – 8,26% a mais que em 2006. As Obras Gerais, que também têm um peso relevante sobre as vendas, registraram um faturamento de R$ 658,7 milhões – queda de 1,67% em relação a 2006, quando as vendas atingiram a cifra de R$ 670 milhões. Neste segmento, o número de exemplares vendidos caiu 5,24% – de 68,1 milhões em 2006 para 64,6 milhões no ano passado. No segmento de livros Religiosos, as vendas cresceram 12,8%, passando de R$ 242,1 milhões em 2006 para R$ 273,1 milhões em 2007. O volume de exemplares vendidos saltou de 36,9 milhões para 43,4 milhões – aumento de 17,66%. O segmento de CTPs (Científicos, Técnicos e Profissionais) sofreu uma pequena queda no faturamento (0,70%), de R$ 418,6 milhões em 2006 para R$ 415,6 milhões no ano passado. O volume de exemplares vendidos, no entanto, cresceu 3,26%, de 21,5 milhões para 22,2 milhões.

Autores nacionais X livros traduzidos - Em 2007, a produção editorial brasileira foi bastante superior a de livros traduzidos. Dos 45.092 títulos editados no ano passado, 39.506 eram de autores nacionais, contra 5.586 de estrangeiros. Em relação ao número de títulos, houve queda tanto de autores locais (-1,71%) quanto de livros traduzidos (-4,18%) no comparativo 2007-2006. O número de exemplares de autores nacionais subiu de 303 milhões em 2006 para 334,8 milhões no ano passado – aumento de 10,5%. Já os exemplares de livros traduzidos tiveram uma queda de 5,95% – de 17,6 milhões em 2006 para 16,5 milhões em 2007.

Leitores do futuro - O segmento de livros infantis parece ser a bola da vez no mercado editorial. Em 2007, segundo o levantamento da Fipe, o número de títulos editados na área de literatura infantil cresceu 15,18%, com 3.491 obras, ante as 3.031 editadas em 2006. No ano passado, o volume de exemplares produzidos foi de 14,7 milhões – também 15,18% a mais que no ano anterior, que foi de 12,8 milhões. A literatura juvenil também apresentou um crescimento representativo, saltando de 1.519 títulos editados em 2006 para 1.711 no ano passado. Outro destaque foi o segmento de livros de Línguas, com crescimento de 14,46% no número de títulos editados.

Canais de Vendas - As livrarias continuam como o principal canal de comercialização de livros no Brasil. Em 2007, o segmento respondeu por 47,69% do total de exemplares vendidos para o mercado, ou seja, cerca de 95,5 milhões dos 200,2 milhões de livros vendidos. Em seguida, estão as vendas para distribuidoras, com 21,58% de participação, apesar da queda no número de exemplares vendidos de 13,28% em relação a 2006. O porta a porta também tem aumentado a sua participação nas vendas do setor. Em 2007, este canal representou 9,61% das vendas para o mercado, com 19,2 milhões de exemplares vendidos, um crescimento de 91,37% ante o ano anterior, que foi de 10 milhões.

A comercialização de livros para empresas foi um dos destaques em 2007, com aumento de 237% nas vendas. Ao todo, as empresas compraram 8 milhões de livros. As vendas pela internet, apesar de ainda baixas (1,71% do total), tiveram um crescimento de 285%, passando de 891 mil exemplares vendidos em 2006 para 3,433 milhões no ano passado. Os supermercados praticamente dobraram o volume de livros comercializados (98,77%), alcançando 4,5 milhões de unidades no ano passado. A venda conjunta de livros e jornais também teve um aumento representativo (110%), com 1,647 milhão de exemplares vendidos.

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