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02/10/2008 - 10:15

O meio, a mensagem e a educação

No início da década de 1960, o professor canadense Herbert Marshall McLuhan lançou um conceito interessante sobre a comunicação: "o meio é a mensagem". A idéia era de que os meios de comunicação são mais importantes que o conteúdo comunicado; o que em certo sentido é correto, visto que a internet, o veículo de nossa era por excelência, tem um efeito de "ressonância comunicativa" sobre todos nós que transcende o conteúdo.

E os milhões de pessoas que têm na internet um auxiliar precioso e indispensável ao trabalho, estudo e lazer, concordarão que a rede contribuiu para uma expansão considerável de suas habilidades pessoais.

Mas no momento em que vivemos, de revolução tecnológica, a experiência contemporânea estabeleceu novos conceitos e modos de vida; e esse sentimento de onipotência e onisciência que a rede mundial de computadores pode trazer gera no usuário menos preparado o risco de acreditar que o conhecimento sempre se obtém com poucos esforços.

Os links que se sucedem nas páginas eletrônicas chamam a atenção e mostram novos horizontes, atraem e produzem deslumbramentos, mas não trazem maturidade. Muito mais que a informação em si, a tecnologia da informação provoca alterações sensíveis nos usuários, inclusive no âmbito das artes, que dependem cada vez mais da mídia digital.

O compartilhamento proporcionado por essa mídia mudou nossa perspectiva e ampliou o desenvolvimento de réplicas, fazendo desaparecer o conceito de originalidade e propriedade, assim como a noção de obra de arte, do único e do trabalho individual.

O estudo aprofundado de um tema está se tornando raro, e os professores cada vez mais assolados pela miríade de trabalhos escolares em série, copiados pura e simplesmente da internet. Da parte dos docentes, há o questionamento quanto à falta de vontade de aprender dos alunos, assim como uma sensação de perturbação frente a desfaçatez com que realizam cópias de trabalhos - que representam esforços alheios - sem sequer compreender o que estão copiando.

Mas os estudantes devem saber que plágio é crime tipificado em lei. E pior que copiar é apresentar cópias indiscriminadas de materiais sem um mínimo critério de julgamento. Aparentemente, uma vez na rede, qualquer artigo é considerado completo e definitivo, independente de sua real qualidade.

Neste cenário tão novo e instigante quanto desafiador, é necessária uma nova postura dos educadores. É indispensável respeitar a legislação, mas as mudanças de costumes exigem flexibilidade, porque aprender a pensar exige tempo e dedicação, mas aprender a ensinar à pensar, exige muito mais.

. Por: Wanda Camargo, presidente da Comissão Central do Processo Seletivo da UniBrasil (Faculdades Integradas do Brasil), de Curitiba

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