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10/10/2008 - 10:31

A famosa relação Custo x Benefício

Diz a sabedoria popular que nada é caro quando satisfaz nossas necessidades. Em contrapartida, a mesma sabedoria rebate que existem outras situações em que até mesmo sendo de graça já é caro demais, uma vez que nem todos os custos estão expostos. Podemos adquirir algo (um produto, por exemplo), que nos satisfaça imediatamente e depois revele-se um grande transtorno. Estamos sujeitos a estes casos porque somos movidos por emoções, de forma que o valor de todas as coisas variam de acordo com este fator para nós. O que não significa, é claro, que cada objeto de desejo não tenha seu valor real.

Esta é uma diferenciação que precisa ser feita se queremos analisar relações de custo x benefício. O preço de um objeto de desejo pode ser avaliado a partir de dois prismas: a qualidade percebida e a qualidade intrínseca. A qualidade percebida é o valor subjetivo, que varia de acordo com seus desejos, sonhos, necessidades, etc. A qualidade intrínseca, pelo contrário, é aquela objetiva, que decompõe os fatores do objeto e lhe atribui valor. É esta a qualidade que diferencia um whisky nacional de um “Scotch” doze anos (embora o preço do whisky escocês seja também muitas vezes potencializado pelo status da marca, uma atribuição de qualidade percebida). A importância da qualidade percebida é o que, curiosamente, serve de premissa para as grifes famosas: neste setor, uma calça jeans, que quando foi criada destinava-se a vestir os operários americanos, pode custar mais de R$ 1.000,00 se o nome da marca proporcionar ao seu dono o “privilégio” de participar do seleto grupo de pessoas que podem pagar R$ 1.000,00 em uma calça jeans.

É claro que, na Indústria do Petróleo (especificamente) e no mundo empresarial (em geral), a análise deve ser muito mais complexa e bem fundamentada do que na compra de um jeans.

Para os especialistas, o primeiro grande desafio está em conhecer bem os custos. É muito comum pagarmos 20 em alguma coisa que estimamos, no princípio, custar 10. O maior problema é que nem sempre a culpa é puramente de nossa irresponsabilidade ou inabilidade para fazer cálculos. No setor petrolífero, por exemplo, tudo depende extremamente da conjuntura econômica, e tudo muda junto com as cotações do barril. Por isso, nos cursos do Clube relacionados à gestão, insisto sempre na identificação clara de todos os processos e atividades, de forma a nos permitir a obtenção de orçamentos ligados a cada pequeno fragmento do projeto. É fato que em muitos casos não é possível obter toda esta quantidade de orçamentos com grande antecedência; por isso que desenvolvemos o saudável hábito de reunir os profissionais mais experientes envolvidos nos projetos e pedir que estimem detalhadamente os prováveis custos de nossas iniciativas. Importante ressaltar que é um tanto relevante obter-se uma média destas estimativas, pois elas variam bastante e será preciso uma visão geral dos custos para compará-las com as estimativas dos benefícios que pretendemos conquistar com a implantação de tais projetos. O conhecimento da geopolítica e das dinâmicas de mercado também se faz fundamental para analisar os acidentes que podem influenciar nestes custos.

Concluída a importante fase de estimar os custos, é chegado o momento de apurar também os benefícios. No mundo dos empreendimentos e indústrias, sabemos que os benefícios tangíveis mais relevantes são aqueles relacionados à redução de mão de obra, economia de matéria-prima, eficiência enérgica, redução de impostos e outros encargos. No entanto, não são os únicos: caminham de mãos dadas com outros benefícios tangíveis que também são responsáveis pelo aumento das receitas. Em geral, são os benefícios tangíveis que asseguram a aprovação de um projeto. No entanto, os benefícios subjetivos não podem ser desprezados. Sabemos que em muitos projetos a aprovação só ocorre quando eles são realmente considerados e valorados. Esta é uma tarefa complexa, pois estamos lidando com aspectos muito subjetivos, tais como: ganho de imagem, segurança nos processos, aspectos motivacionais, segurança judicial e outras particularidades. A Indústria do Petróleo, como todo setor que envolve muitos “stakeholders”, é bastante influenciada por benefícios intangíveis. No setor petrolífero é mandatório investir na segurança, manter uma política ambientalmente responsável e investir no marketing (social, cultural, ambiental, etc.).

Sempre que conhecemos todos os custos e possíveis benefícios de um projeto, fica muito mais fácil identificarmos qual deveremos priorizar, pois afinal – como já foi mencionado em nosso artigo da semana passada: “Existem sempre muito mais projetos do que recursos financeiros disponíveis para tocá-los”. Por esta premissa, naturalmente, a lógica nos leva a escolher projetos com baixo custo e benefícios significativos (tangíveis e intangíveis).

. Por: Mauro Kahn & Pedro Nobrega - Clube do Petróleo - Site www.clubedopetroleo.com.br [ Aproveite e conheça os dois treinamentos do Clube do Petróleo: Gestão de Negócios em Petróleo & Gás (18/10/2008) e o tradicional Direito do Petróleo Avançado (24/10/2008), cursos desenvolvidos de acordo com a nova realidade da Indústria do Petróleo Brasileira].

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