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10/10/2008 - 10:34

Aquecimento global: pesquisador sugere ações de mitigação e adaptação

O chefe da Embrapa Informática Agropecuária, Eduardo Assad, mostrará o cenário futuro à atividade e as ações necessárias para reduzirem os virtuais efeitos negativos.

“O impacto do aquecimento global na cafeicultura” é o tema da palestra, organizada pelo CNC (Conselho Nacional do Café), a ser ministrada pelo chefe geral da Embrapa Informática Agropecuária, Eduardo Delgado Assad, e pelo professor doutor Hilton Silveira Reis Pinto, coordenador de Projetos de Meteorologia da Unicamp, no dia 14 de outubro, às 10h, no auditório da Minasul (Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Varginha), em Varginha (MG).

Segundo Assad, a palestra demonstrará os cenários futuros para a cafeicultura brasileira de arábica e robusta até 2070, com o material que foi apurado pelos pesquisadores da Empresa. “Essa análise se fundamenta principalmente nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Paraná. Nessas bases, começamos a discutir duas ações: uma de mitigação e outra de adaptação”, explicou.

No que tange à mitigação, ele esclareceu que será debatido de que maneira o café poderia ajudar na redução de emissões de gases de efeito estufa e se o balanço de carbono do café é positivo ou negativo. “Em sendo positivo, será que poderíamos colocar o café como um ‘captador’ de mecanismo de movimento limpo e a cafeicultura passar a ser remunerada por isso?”, questionou ele, completando que “essas são dúvidas existentes e que têm que ser colocadas em análise”.

Em relação à adaptação, o chefe geral da Embrapa Informática Agropecuária anotou que se trata da busca por algum tipo de manejo para ser integrado à cafeicultura. “Em um primeiro momento, exporemos e consideraremos a possibilidade da arborização nos cafezais. Em um segundo instante, discutiremos um pouco mais os efeitos positivos — que, em algumas ocasiões, até podem ser negativos — do adensamento, e, somente em último caso, a irrigação e qual o tipo utilizar”, esclareceu Assad, complementando que “a irrigação deve ser a mais econômica possível”.

O pesquisador disse, ainda, que os cafés mais rústicos, como o robusta, adaptam-se melhor ao aumento da temperatura, mas que o Brasil deu um grande salto na questão do arábica. Nesse sentido, ele comentou que a palestra ‘O impacto do aquecimento global na cafeicultura’ é uma oportunidade para os cafeicultores conhecerem as pesquisas que vêm sendo desenvolvidas no país com outras culturas, como soja, milho e feijão. “Obviamente que as culturas mencionadas são anuais, diferentes de uma cultura perene como o café, mas vamos mostrar o tipo de estratégia de adaptação que está sendo utilizada nelas, o conceito e de que maneira esse conceito pode ser inserido na atividade cafeeira”, explicou.

No que se refere à cafeicultura, o pesquisador lembrou que o Estado de São Paulo iniciou um projeto focando o conillon, não com o intuito específico de se produzir essa variedade, mas, sim, de mesclá-la com a arábica, buscando uma maior resistência a adversidades climáticas e a pragas e doenças. “É um projeto de pesquisa louvável e extremamente positivo. Mas, na verdade, temos que ter mais gente fazendo isso, porque um é pouco. Portanto, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, entre outros Estados produtores, têm que desenvolver trabalhos nesse sentido, uma vez que se percebe que as soluções serão cada vez mais específicas, regionalizadas”.

Assad anotou que a mistura do conillon com o arábica é muito bem-vinda porque traz maior tolerância à temperatura elevada. “Com base nisso, a solução para enfrentarmos os impactos do aquecimento global, em um primeiro momento, passa obrigatoriamente por muito investimento em ciência e tecnologia e, em outro momento, pela mudança nas linhas de crédito para a cafeicultura, haja vista que não existe nenhuma visando à arborização. Além disso, incentivo a determinados sistemas mais eficientes tem que ser considerado no credito agrícola e, principalmente, algo no sentido de agregar valor ao café em termos de balanço de gases de efeito estufa”, defendeu.

De acordo com o chefe geral da Embrapa Informática Agropecuária, o que vem sendo exposto nos meios de comunicação não é o fim da cafeicultura, mas, sim, a possibilidade de um salto qualitativo da atividade frente a uma grande ameaça. “Estamos demonstrando as possibilidades de redução do aquecimento e de adaptação da cafeicultura. Mostramos o pior cenário possível com o exato intuito de evitá-lo por meio dos trabalhos e pesquisas que desenvolvemos”, comentou Assad, que concluiu lembrando que, “se nada for feito, aí sim é aberta a possibilidade para o café migrar aos Estados do Sul ou mesmo à Argentina”.

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