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11/10/2008 - 09:13

Tempo Glauber apresenta acesso informatizado à obra de Glauber Rocha e Base de Dados na Internet

O Tempo Glauber - Associação cultural responsável pela preservação do vasto acervo do cineasta baiano – celebra, no dia 14 outubro (terça-feira), o acesso informatizado à obra de Glauber Rocha. A revitalização do espaço, um casarão na Rua Sorocaba 190, em Botafogo no Rio de Janeiro apresentará seu Banco de Dados com informações inéditas e acessíveis pelo site www.tempoglauber.com.br.

A comemoração acontece das 15h às 22h com o tradicional acarajé da Baiana e contará com a presença de jornalistas, representantes da classe cinematográfica e de autoridades do Ministério da Cultura, Petrobras e Arquivo Nacional.

O projeto Tempo Glauber Revitalizando a Cultura conta com o patrocínio da Petrobras, através dos incentivos da Lei Rouanet, do Fundo Nacional de Cultura, e com pareceria técnica do Arquivo Nacional. Haverá a exibição do DVD Tempo Glauber Revitalizando a Cultura – Making Of com Documentário, Ficha técnica, Galeria de Fotos e Logomarcas. O documentário mostra todo processo da realização do projeto.

Preservação da história do cinema brasileiro - Em 2006, O Tempo Glauber foi declarado pelo Conselho Nacional de Arquivos (Conarq) como Arquivo Privado de Interesse Público e Social e assim reconhecido por decreto de lei pela Casa Civil da Presidência da República por conter documentos relevantes para o estudo e pesquisa da expressão artística brasileira.

O Projeto Templo Glauber - Revitalizando a cultura proporcionou a criação do Centro de Documentação Lúcia Rocha, sala de guarda do acervo original com revestimento anti-chamas e cofre climatizado; banco de dados desenvolvido pelo Arquivo Nacional; armazenamento digital de última geração em LTO3; sistema de segurança e de consulta ao acervo através do site www.tempoglauber.com.br. Todos os documentos disponíveis para consulta, pesquisa e visualização na base de dados passaram por tratamento arquivístico "de ponta", com normas internacionais, e por etapas de tratamento de conservação preventiva.

Ao todo, nove profissionais trabalham diretamente no projeto, coordenados por Mônica Paixão. O acervo reúne cem mil itens documentais, fundamentais para a compreensão e a difusão da história do cinema brasileiro. A organização do material seguiu sua primeira catalogação, feita em 1983. O acervo foi dividido por categorias: documentos pessoais, filmografia, correspondência, produção intelectual (roteiros cinematográficos e teatrais, romances e poesias, storyboards e croquis, desenhos, ensaios e críticas e anotações pessoais). Há também fotografias, recortes de jornais e revistas, documentos audiovisuais, cartazes, títulos e menções honrosas, documentos diversos, trabalhos de terceiros, fotografias de terceiros e material em suportes VHS, DVD, tape e fitas de rolo (áudio). O processo de preservação é minucioso e delicado. Todo material passa por uma higienização, reorganização e preservação em processo digital, com duplicação em cópias materiais e digitais. Os documentos ganham interface na internet, o que facilitará o trabalho de pesquisadores em todo o mundo. O acesso ao material digitalizado pode ser feito pelo site http://www.tempoglauber.com.br.

O site - Criado em 1996, o site do Tempo Glauber tinha o objetivo de difundir as idéias e os trabalhos de Glauber Rocha. Meta atingida, agora entra a fase de reformulação. Além de uma versão em inglês, francês e espanhol , os internautas passarão a contar com mais interatividade e mais informação, ampliando o acesso à pesquisa informatizada e gratuita.

O site conta com uma vasta pesquisa biográfica de Glauber Rocha e traça um paralelo entre a história do cineasta e o que acontecia no mundo em cada momento. Dispõe de sinopses e fichas técnicas são acompanhados de textos do diretor, de pesquisadores e de cineastas. Encontramos também, fotos, poesias, manuscritos e personagens dos filmes do cineasta baiano. O site www.janelaparaonovo.com.br é dedicado a textos técnicos sobre revitalização do acervo.

Texto de Juca Ferreira, ministro de Estado da Cultura - “Glauber Rocha sempre repercutirá na cultura brasileira exatamente pela transcendência da sua obra filmográfica. Glauber não se traduz em reduções simplórias. Não se explica em dois minutos. Não se define exatamente pelo seu permanente estado de combustão criativa nessa militância apaixonada. Há, ainda, Glauber além dos dogmas e, mesmo, do seu cinema visto apenas como arte. Há muito mais Glauber além da tela, nas entrelinhas, no pensar, nos textos e pretextos, no simbolismo de desenhos, rabiscos e intenções provocativas que demonstram a febre e o pulso de um artista integral.Os filmes falam por si no impacto estético, histórico, político e conceitual. Mas o Glauber subterrâneo pulsa, seja na sua obra, seja nos vários talentos das muitas camadas sociais que o carregam em um tempo novo. Para que Glauber permaneça vivo e continue revelando sua imensa grandeza para o Brasil, esse acervo está, agora, disponível na internet, com cerca de sete mil documentos - entre manuscritos de roteiros, poemas, cartas, peças teatrais, desenhos, fotografias e notas pessoais. Veremos que o Glauber em processo também resulta em uma obra fascinante. Vasto, inquieto e abençoadamente provocador.”

Destaques que estarão disponíveis no banco de dados - Tese: Cada povo escolhe e vomita sua imagem, apresentada no Beco da Fome, ponto de encontro do cinema nacional, fazendo ironicamente o enterro simbólico do Cinema Novo.

O segundo é Glauber em Transas, versando sobre diversos aspectos do cinema e da critica por volta de 1969 e 1971, mencionando especialmente os cineastas Andy Warhol, Jean-Marie Straub e Jean-Luc Godard, além do filme La Hora de los Hornos, de Fernando Solanas, e a produção crítica da revista Cahiers do Cinéma.

Poema intititulado Profanação à pureza da noite, escrito em março de 1955, quando o artista completava 16 anos.

Argumento para projeto Le trésor de mont Christ, com sinopse para um filme a ser interpretado por Jacques Charrier, Brigitte Bardot e Michel Piccoli, com intrigas de contrabando, submundo de drogas e prostituição.

Poema intitulado Soneto de uma floração, de 1956, para Milze Soares, a primeira namorada de Glauber Rocha.

Paredes revestidas de história - Ao entrar no casarão que abriga o Tempo Glauber, é impossível ficar indiferente. Intencionalmente, a presença do cineasta está por toda a parte. Já na entrada, a imensa mesa de montagem em 35mm , a pequena máquina de escrever, objetos pessoais, fotos do diretor, além de cartazes de filmes fazem o visitante andar em círculos, num pequeno turbilhão particular. Mais ou menos como devia funcionar a cabeça do maior ícone do Cinema Novo. Cada palmo das paredes da construção, de pé-direito alto, tem um pedaço da trajetória do gênio.

O Tempo Glauber foi criado em 1983, mas só abriu suas portas ao público seis anos mais tarde. Foi uma longa batalha travada pela mãe do cineasta, Lúcia Rocha. Avanços e recuos ao longo de quase duas décadas. Em 2004, é fundada a Associação de Amigos do Tempo Glauber, sociedade sem fins lucrativos, cuja proposta é gerar recursos para preservar e difundir a o brade Glauber Rocha. A Instituição vem sendo mantida pelo Ministério da Cultura e a restauração da obra foi é patrocinada pela Petrobras.

Idéias em movimento - Glauber Rocha nasceu em Vitória da Conquista, Bahia, em 14 de março de 1939. Estreou no cinema com o curta experimental “O Pátio”, em 1959. No ano seguinte, rodou o seu primeiro longa ,“Barravento”, filme que chamou a atenção da crítica e já evidenciava o talento do diretor.

Em 1963, Glauber realiza aquele que seria considerado o divisor de águas do cinema nacional: “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. Desde então, a polêmica se tornou uma rotina a cada um de seus filmes. Ao todo, o cineasta fez 11 longas e seis curtas, tendo a luta pela liberdade como tema recorrente. Glauber, que também ficou consagrado por obras como “Terra em Transe”, “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”, “O Leão de Sete Cabeças” e “Câncer”, entre outras, acumulou prêmios ao longo de sua carreira. O diretor morreu no Rio de Janeiro, no dia 22 de agosto de 1981.

Tempo Glauber - Rua Sorocaba 190, em Botafogo – Riod e Janeiro. Horário de funcionamento para visita e pesquisa do acervo: segunda a sexta de 10h às 18h | Telefones: (21) 2527-2272 e 2527-5840.

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