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14/10/2008 - 10:00

Drogas: passado, presente e ...


Inicia-se a temática registrando que o uso de drogas pelo homem vem acompanhando seu modo de vida há milhares de anos, evoluindo até a formação dos grupos sociais da atualidade. Certas plantas encontradas na natureza foram muito utilizadas para uso medicinal e de certa forma, como meio de sobrevivência dos povos primitivos, e, em alguns casos, para o benefício do corpo, da mente e do espírito. Assim, passou-se grande período de tempo, sem que houvesse qualquer texto legislativo que proibisse sua utilização. Nesse sentido, Gesina L. Longenecker escreve que “as primeiras experiências com drogas ocorreram acidentalmente através do consumo de ervas naturais. Posteriormente, essa utilização demonstrou que era possível aliviar a dor, dissipar o medo e, quem sabe, até ver a face de Deus”. Com o avançar dos anos os primeiros consumidores tornaram-se peritos na arte de plantar, cultivar, colher e anotar as fontes dessas drogas, bem como os efeitos causados em seus usuários.

No entanto, o mundo evolui e ocorreram grandes mudanças nas áreas sociais, científicas, econômicas etc. Vive-se hoje, na era da globalização, da informatização, do conhecimento científico, dos modernos meios de comunicação e isso se deve ao grande avanço tecnológico. Por certo, essas mudanças promoveram novos comportamentos humanos. Com efeito, vale dizer as palavras do psicanalista Richard E. Bucher: “em todas as sociedades sempre existiram drogas, utilizadas com fins religiosos ou culturais, relaxantes, curativos ou simplesmente prazerosos. Graças às suas propriedades farmacológicas, certas substâncias naturais propiciam modificações das sensações do humor e das percepções. Recorrer a drogas psicoativas representa uma das inúmeras maneiras de atingir este objetivo, presente na história de todos os povos, no mundo inteiro. Antigamente, tais usos eram determinados pelos costumes e hábitos sociais, e ajudaram a integrar pessoas na comunidade através de cerimônias coletivas, rituais religiosos e festas. Nessas circunstâncias consumir drogas não representava perigo para a comunidade, pois havia total controle acerca desse consumo”. Constata-se, em pleno século XXI, que o uso de drogas passou a ter outra conotação, isto se deve a inúmeros fatores, mas, principalmente ligado ao aspecto econômico e financeiro. Dito de outra forma, as pessoas viram nas drogas uma forma de adquirir status social e poderio econômico com maior rapidez e facilidade, mesmo correndo riscos legais e do comprometimento de sua saúde física e mental.

Com a contemporaneidade, a problemática das drogas não se situa mais na ritualística religiosa, nos aspectos culturais e de protesto das décadas passadas. Diferentemente dessas épocas, não mais se busca a integração espiritual ou social; mas sim a maneira de sobreviver num mundo cada vez mais individualista, competitivo e de consumo exagerado, onde tudo tem um preço. Na linguagem atual fala-se em poder, lucro e ganho.

A sociedade espírito-santense tomou conhecimento na semana passada, conforme matéria publicada no Jornal A Tribuna, acerca do desespero de uma mãe que precisa acorrentar seu filho, de apenas 15 anos, para não ser morto por traficantes da região onde mora. Esta é apenas a pontinha do iceberg que é visível aos olhos humanos, enquanto há outras tantas conseqüências graves que podem ser acometidas às pessoas usuárias e/ou dependentes de drogas. Nota-se, que essas conseqüências não atingem somente o usuário, mas, como afirmam os especialistas, afetam toda a família, colocando-as num estado de co-dependência.

Quanto ao futuro, por si só, é duvidoso e incerto. Todavia, para as pessoas que optam por usar drogas, o destino é certo; e três são as conseqüências: dependência (doença), prisão e morte. Não necessariamente nesta ordem. Ressalta-se, que a pessoa dependente passa a viver em função da droga, ou seja, não consegue sair dessa situação sozinha, necessitando do apoio e ajuda da família, e, em especial, de um acompanhamento médico a nível ambulatorial, para determinados casos, e internatório, para outros. Penso que para minimizar o problema social, faz-se necessário investimento maciço nas políticas públicas de caráter preventivo e assistência médico-social gratuita às famílias que estão enfrentando essa situação com algum dos seus componentes. Só assim, pode-se ter esperança por um futuro melhor.

. Por: Eduardo Veronese da Silva, com licenciatura plena em educação física – UFES; Acadêmico de direito – FABAVI/ES; Sargento da PMES e Instrutor do Programa Educacional de Resistência às Drogas – PROERD. Contato: E-mail: [email protected] | Vitória/ES.

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