Materiais e Texturas

Nada se perde.

Tecidos hospitalares e militares, pára-quedas e sacos de dormir viram moda nas mãos criativas dos designers Reutilizar materiais descartados é uma prática vigente no design contemporâneo. Se no mobiliário as árvores caídas, a madeira de demolição ou ainda a madeira encontrada no mar e nos rios são matéria para criações inteligentes e sustentáveis, o equivalente na moda é a recuperação de tecidos velhos.

Não se trata apenas do vintage nu e cru. A moda reciclada avança além dos materiais garimpados em brechó para reutilizar tecidos dispensados por diversas fontes. A preocupação com o desperdício que o mundo produz é a base para a criação da marca finlandesa Globe Hope. No processo de desenvolvimento dos produtos, são coletados tecidos de origens variadas, desde têxteis hospitalares aos de exército, como pára-quedas e sacos de dormir inutilizados. Toalhas de mesa e lençóis são usados para os forros. Cada artigo encontrado é modificado e remoldado. O resultado é que cada peça é irreprodutível.

Os acessórios também exploram esta forma ecológica de garimpar matérias-primas existentes. A Cruselita é uma marca que fabrica colares, brincos e pulseiras com embalagens de metal, em parceria com artesãos de Madagascar. A holandesa Frida Badoux reutiliza com humor irreverente boinas e chapéus militares para criar bolsas e carteiras.

Esse exercício sustentável foi disseminado por marcas como a Imitation of Christ - que já tratava a moda de reciclagem como um nicho crescente desde o início dos anos 2000 -, destinada a consumidores conscientes e críticos da sociedade de consumo.