Exportações de couros movimentaram US$ 1,53 bilhão até setembro

As exportações brasileiras de couros movimentaram US$ 1,53 bilhão até setembro, diminuição de 6% em relação ao acumulado do ano passado, segundo dados elaborados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Mantendo-se a média mensal até agora contabilizada, as vendas externas de couros em 2008 devem somar cerca de US$ 2 bilhões. Em relação aos couros bovinos, as exportações registraram US$ 1,51 bilhão, decréscimo de 6 % nos nove meses deste ano.

Mesmo com as dificuldades, a contribuição do setor curtidor ao saldo de US$ 19,6 bilhões da balança comercial brasileira até setembro foi de 7,2% deste total.

“Pelo ritmo mensal das exportações, constatamos que o desempenho da cadeia produtiva do couro vem sendo comprometido pelo turbulento cenário internacional, pela apreciação do dólar em relação ao real, além dos conhecidos componentes do Custo Brasil: altas taxas de juros, excesso de burocracia, precariedade do sistema de infra-estrutura etc”, explica o presidente do CICB, Luiz Bittencourt.

Para contrapor-se a este cenário de incertezas na economia mundial, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) vem pleiteando junto ao governo a agilização na restituição de créditos federais e estaduais retidos em operações de exportação, remoção de trâmites burocráticos, a desoneração da produção e, naturalmente, a adoção de uma política cambial que não comprometa ainda mais o desempenho do comércio exterior.

No mês de setembro, os principais destinos do couro brasileiro foram a China e Hong Kong, ambos com US$ 490,81 milhões – participação de 20,60% e 11,43%, com redução de 17% e 5%, respectivamente; Itália, com US$ 406,23 milhões (26,51% de participação e decréscimo de 8% ante 2007); e Estados Unidos US$ 141,72 milhões (9,25% e diminuição de 17%). Os demais países que adquiriram o produto nacional foram o Vietnã, que aumentou suas compras em 108%, atingindo US$ 75,1 milhões, Indonésia (incremento de 10%, somando US$ 54,95 milhões), México, Alemanha, Japão e Países Baixos.

Segundo análise do CICB, o acumulado dos nove meses de 2008 também registrou crescimento para novos mercados: Costa Rica (salto de 172,5 vezes, saindo de US$ 9,1mil para US$ 1,57 milhão), Paquistão ( 8,36 vezes, de US$ 52,26 mil para US$ 437 mil), Nova Zelândia (155%, de US$ 126,55 mil para US$ 322,75 mil), Nigéria (aumento de 18,9 vezes, de US$ 9 mil para US$ 171,44 mil) e Emirados Árabes Unidos (crescimento de 730,7 vezes, saltando de US$ 70 para US$ 51,15 mil).

Apesar dos obstáculos enfrentados este ano, a indústria curtidora vem registrando alta agregação de valor nas peças exportadas (couros crust e acabados) até setembro, sendo 77,58% em receita e 64,74% em volume.

O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) é uma entidade federativa que representa, há 51 anos, cerca de 800 empresas de produção e processamento de couro. O complexo industrial emprega cerca de 50 mil pessoas, movimenta um PIB estimado em US$ 3,5 bilhões e recolheu impostos da ordem de US$ 1 bilhão em 2007.

Principais estados exportadores - O balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros até setembro, em comparação aos nove meses de 2007, indica que São Paulo continua na liderança estadual (US$ 478,96 milhões, participação de 31,26% e redução de 16%), seguido pelo Rio Grande do Sul (US$ 404,1 milhões, participação de 26,37% e crescimento de 3%), Ceará (US$ 156,37 milhões, 10,21% e aumento de 55%), Mato Grosso do Sul (US$ 84,83 milhões, 5,54% e queda de 17%). Os demais estados são Bahia (US$ 81 milhões, 5,28% e elevação de 3%), Paraná, Minas Gerais e Goiás.