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China sacode mercados, mas analistas dão voto ao Brasil

São Paulo - O medo de que as economias dos Estados Unidos e da China esfriem de forma abrupta chacoalhou os mercados dia 27 de fevereiro (terça-feira),e desencadeou fortes perdas no Brasil, onde analistas não esperam uma deterioração dos fundamentos da economia.

O cenário externo deve tornar os investidores mais seletivos por causa da aversão ao risco, apesar de ainda considerarem os ativos brasileiros atrativos.

Com volume superior a 5 bilhões de reais, o Ibovespa chegou a despencar 7,9 por cento durante o pregão. O dólar teve a maior alta em nove meses e voltou a 2,12 reais. O risco-país decolou 20 pontos, para 203 pontos-básicos.

A agonia teve início na Ásia, onde as ações chinesas caíram quase 9 por cento, perdendo cerca de 140 bilhões de dólares na maior queda em uma década, com o medo de que o governo chinês aja para combater a especulação e esfrie a economia.

"O motivo da preocupação é fundamentado. Hoje em dia a China é o motor do crescimento do mundo, o país que sustenta as commodities. Mas aqui os emergentes ainda continuam firmes", afirmou o diretor de mercados emergentes da corretora Arkhe, Felipe Brandão.

O economista do Itaú Joel Bogdanski ponderou que as preocupações sobre os EUA têm mais peso sobre o mercado.

"Algumas coisas entraram no radar dos investidores, como as companhias de hipoteca nos Estados Unidos que estão com problemas. E, ontem, o pronunciamento de Greenspan parece ter tido mais repercussão", disse Bogdanski, referindo-se ao comentário do ex-chairman do Federal Reserve de não descartar uma recessão norte-americana no final do ano.

"Em cima de tudo isso, vem o fato de que há uma grande massa de investidores que estavam alavancados em vários mercados" --provocando uma reação em cadeia como a vista nesta sessão, segundo o economista.

Para Bogdanski, em questão de dias, tende a se esvair o intenso movimento de "stop loss", que são ordens automáticas de compra ou venda de ativos para evitar perdas individuais ainda maiores.

"Olhando para o diferencial de taxas de juros, certamente o Brasil é um destino atraente. Os fundamentos não se alteraram significativamente. Há apenas uma incerteza que não estava no radar."

Vaias no mercado - Na Europa, o índice das principais ações de empresas européias amargou a queda percentual mais forte em quase quatro anos, de 2,9 por cento.

Uma importante medida de volatilidade da bolsa de Chicago, o índice VIX, teve o maior salto de seus 17 anos --superando, inclusive, a marca pós-11 de setembro de 2001.

A Bolsa de Valores de Nova York fechou o pregão sob vaias dos operadores. O Dow Jones caiu 3,3 por cento e o termômetro tecnológico Nasdaq perdeu 3,9 por cento. O Standard & Poor's 500 cedeu 3,44 por cento.

"Conforme foi passando a tarde, parece que houve um sentimento de pânico entre alguns investidores profissionais", comentou Andre Bakhos, presidente do Princeton Financial Group, em Nova Jersey. "Parece haver uma sensação de que nada mais está seguro."

No meio da tarde, a bolsa de NY instituiu limites de baixa para os negócios, enquanto as ações acentuavam as perdas com forte volume de operações. | Por: Daniela Machado / Nathália Ferreira e Juliana Siqueira/Reuters

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