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21/10/2008 - 08:35

Ciência empreendedora: parceria UFMG - ECOVEC cria sistema que atrai e monitora o mosquito da dengue

Tecnologia estará exposta no Ciência no Parque.

Alguns municípios mineiros estão utilizando o sistema informatizado para Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue). A tecnologia, desenvolvida pelo pesquisador da UFMG, Álvaro Eiras, que consiste no monitoramento inteligente do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, em áreas urbanas. O sistema é uma inovação tecnológica e promete revolucionar o combate à dengue com informações em tempo real da localização e infestações do vetor da dengue em áreas urbanas.

Utilizando biotecnologias desenvolvidas a partir do Laboratório de Ecologia Química de Vetores (Labeq) do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG em parceria com a empresa Ecovec, o MI-Dengue vem obtendo excelente resultados do monitoramento inteligente do mosquito.

A grande descoberta do pesquisador e de sua equipe foi a armadilha MosquiTRAP, considerada a primeira armadilha específica para o vetor da dengue. Associado à armadilha, o atraente de oviposição sintético (AtrAedes) para fêmeas grávidas do Aedes aegypti aumenta a performance da armadilha.

Depois de uma semana, o sistema MI-Dengue registra as informações obtidas em campo pela armadilha (número e sexo de Aedes aegypti capturados) por meio de um celular e disponibiliza os resultados automaticamente na internet em tempo real. Os dados de campo são transmitidos para a Ecovec pelo celular a custo reduzido e os resultados são disponibilizados automaticamente na internet, on-line, para os gestores municipais de saúde. Assim, os gestores podem acessar o site (www.midengue.com.br) e visualizam as informações sobre a densidade de fêmeas grávidas de Aedes aegypti em mapas geo-referenciados e tabelas analíticas dos locais monitorados com a armadilha MosquiTRAP.

As armadilhas são instaladas nas residências e posicionadas por meio de GPS. No celular, ficam registrados os dados do domicilio, como nome do morador, endereço e CEP e das coletas dos mosquitos adultos.

Atualmente, 14 municípios brasileiros (MG, SP, ES, MS) e um australiano utilizam a tecnologia MI-Dengue com grande sucesso, reduzindo o número de casos de dengue e a quantidade de inseticidas que são usadas indiscriminadamente.

Em 2006, a tecnologia MI-Dengue ganhou prêmio "Tech Museum Award" -Tecnologia em Benefício à Humanidade" no Vale do Silício, dos Estados Unidos e foi elogiado por Bill Gates.

Atualmente, o método mais utilizado no Brasil para monitoramento de populações de Aedes aegypti em áreas urbanas é a pesquisa larvária, metodologia usada nos anos 1920 para combater a febre amarela, mas que até hoje é usado mundialmente, principalmente por países pobres. Os agentes de saúde visitam as casas dos municípios, espalham larvicidas por ralos e locais com potencial para reter água e enviam larvas para identificação em laboratório. O processo e a informação é demorado e não gera um combate eficiente.

O pesquisador afirma que o Brasil possui conhecimentos tecnológicos de ponta, mas que ficam restritos aos laboratórios acadêmicos. Segundo Álvaro Eiras, é preciso desenvolver junto ao meio acadêmico o espírito empreendedor e devolver à sociedade brasileira produtos de origem dos recursos gastos em pesquisas nas universidades públicas e instituições de pesquisas.

O MosquiTRAP estará exposto nos dias 22 a 26 de outubro no Ciência no Parque, evento promovido pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, dentro das atividades da V Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

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