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Micro e Pequenas Empresas do Rio de Janeiro estão mais dinâmicas e confiantes no futuro


Pesquisa do Sebrae/RJ e FGV aponta crescimento no faturamento provocado pelas vendas de fim de ano. Postos de trabalho e massa salarial também aumentaram. Para melhorar sua competitividade, as MPEs investem mais em responsabilidade social e ambiental, máquinas e equipamentos e inovação em produtos e processos.

O movimento das festas de fim de ano, principalmente nos setores de comércio e serviços, contribuiu para o bom desempenho das micro e pequenas empresas (MPEs) empregadoras do Estado do Rio de Janeiro em dezembro de 2006. Pesquisa do Sebrae/RJ, coordenada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), indica que essas empresas faturaram R$ 4,1 bilhões e injetaram na economia R$ 1,3 bilhão em remuneração para seus funcionários. O segmento ocupou 1,86 milhão de pessoas, entre sócios e empregados, e gerou 18,7 mil novos empregos.

Estes são os principais resultados apontados pelo Índice de Desempenho (IDES), que mede mensalmente faturamento, pessoal ocupado e massa salarial. Os números foram apresentados no dia 27 de fevereiro, em entrevista coletiva na sede do Sebrae/RJ e baseiam-se em um universo estimado de 145.720 micro e pequenas empresas empregadoras, já considerando a entrada em operação de 449 novos estabelecimentos no período. Juntamente com o IDES de dezembro de 2006, o Sebrae/RJ apresentou os Índices de Confiança nos Negócios (ICON) e de Dinamismo (IDIN), relativos ao quarto trimestre do ano. Ambos apresentaram crescimento em relação ao terceiro trimestre.

De acordo com Cezar Kirzenblatt, gerente de Estratégias e Diretrizes do Sebrae/RJ, a partir dos resultados, o Sebrae/RJ orientará suas ações voltadas a ampliar a competitividade dessas empresas. Os números também servem como instrumento para a formulação de estratégias por parte dos governos (federal, estadual e municipal); de entidades empresariais e instituições de fomento, ensino e pesquisa, com foco no desenvolvimento das micro e pequenas empresas fluminenses.

"Atualmente já temos implementado ações em todos os setores econômicos (comércio, serviço, indústria e turismo), sempre respeitando as vocações locais", explicou Kirszenblatt. Ele citou recente missão do comércio varejista da Região do Médio Paraíba a Nova Iorque e aproveitou para convidar os jornalistas para o seminário sobre Lei Geral e Compras Governamentais, que será realizado no próximo dia 7, na sede do Sebrae/RJ.

Desempenho - O coordenador da pesquisa pela FGV, Sergio Gustavo, explicou que o IDES é o indicador que melhor representa o impacto da atuação das MPEs empregadoras sobre a economia do estado. Na composição deste índice, são levados em considerações o número de MPEs empregadoras que entraram em operação no período da pesquisa, bem como a estimativa dos postos de trabalho informais gerados por elas.

O IDES de dezembro de 2006 revela que as empresas tiveram um crescimento de 10,8% no faturamento, em relação ao mês anterior. O melhor resultado foi obtido na Região Metropolitana (11,4%), o que não ofusca o bom resultado do interior (8,7%). O maior aumento foi gerado pelo comércio (13,3%). O setor de serviços apresentou crescimento de 12,3% e a indústria teve queda de 3,7% no faturamento.

As MPEs também aumentaram em 0,8% os postos de trabalho no mês de dezembro de 2006 em relação ao mês anterior. A segmentação dos resultados por região indica que o crescimento ocorreu tanto na Região Metropolitana (0,9%) quanto no interior (0,4%). O aumento foi resultado da abertura de postos de trabalho no comércio para atender as vendas de fim de ano. O setor teve crescimento de 1,7%, contra 0,1% para a indústria e serviços.

A massa salarial cresceu 7% em relação a novembro. Os índices captaram o efeito do pagamento, total ou parcial, do 13º salário, realizado pelas empresas neste mês. De acordo com os pesquisadores, após um ano do cálculo do IDES será possível comparar os resultados do mesmo mês do exercício anterior, permitindo o isolamento deste e de outros impactos de natureza sazonal.

Dinamismo - As MPEs empregadoras fluminenses estão mais dinâmicas para enfrentar a concorrência no mercado. O Índice de Dinamismo (IDIN) registrado no período de outubro a novembro aumentou 6,5% em relação ao terceiro trimestre, atingindo 19,2 pontos. Este índice é resultado de uma metodologia desenvolvida pela FGV e Sebrae/RJ para avaliar a evolução de medidas associadas ao aumento da competitividade nessas empresas.

De acordo com o IDIN, no quarto trimestre do ano passado, 24,1% das empresas realizaram investimentos em máquinas, equipamentos e instalações; 21,7% fizeram inovações em produtos ou processos; 18,5% capacitaram sócios ou empregados e 7,8% introduziram aplicativos de tecnologia da informação (TI). Além disso, um terço (30,5%) realizou ações de apoio social ou de prevenção ambiental e 17,6% participaram de ações de associativismo.

Entre os fatores analisados, o maior crescimento ocorreu na adoção de novos aplicativos de TI (4,4 pontos percentuais), com destaque para ações como aperfeiçoamento de provedores de dados e de sites; aquisição de softwares; implantação de sistemas de gestão (financeiros, controle de estoques, contabilidade, comercial, etc) e de softwares específicos para produção.

“Este índice de dinamismo revela a constante preocupação dos empresários em apostar nas ações que aumentem sua competitividade. Empresas socialmente responsáveis, que investem na capacitação de funcionários e gestores e, em sintonia com as novas tecnologias, buscam a inovação em produtos e processos, estão mais preparadas para enfrentar os desafios do mercado globalizado”, analisa Sergio Malta, superintendente do Sebrae/RJ.

Confiança nos negócios - O Índice de Confiança nos Negócios (ICON), que visa captar a expectativa futura das empresas em relação aos resultados dos seus negócios em um horizonte de seis meses, atingiu 70%, revelando um patente otimismo dos proprietários de micro e pequenas empresas do estado. A maioria (66%) considera as perspectivas muito boas ou boas; 28% têm perspectivas razoáveis e apenas 6% fracas ou muito fracas.

Para o Sebrae/RJ, as condições macroeconômicas e as políticas públicas no país e no Estado do Rio de Janeiro podem ter colaborado para esta percepção otimista. Sergio Malta lista entre os fatores a ser observados neste contexto a estabilidade econômica; a anunciada política de cooperação entre governos federal e estadual; o anúncio de novos investimentos no estado, como o Complexo Petroquímico de São Gonçalo e Itaboraí, e os incentivos ao segmento de micro e pequenas empresas com a sanção da Lei Geral, pelo presidente da República, no mês de dezembro.

Metodologia - O IDES, o ICON e o IDIN integram os Indicadores das Micro e Pequenas Empresas (IMPEs), que passaram a ser divulgados em novembro de 2006 pelo Sebrae/RJ, com objetivo de acompanhar, sob a ótica conjuntural, estrutural e prospectiva, o desenvolvimento das empresas empregadoras deste segmento. Esses indicadores englobam empresas formais empregadoras na indústria, comércio e serviços, excluindo empreendimentos informais e aqueles com zero empregado (empresários que trabalham individualmente).

São entrevistados representantes legais (empresários ou contadores) em 178 atividades dos setores da indústria, comércio e serviços, em 73 municípios fluminenses. A amostra para o IDES é de 833 estabelecimentos e para o ICON e o IDIN de 410 estabelecimentos. A amostragem é calculada a partir da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2004), do Ministério do Trabalho e Emprego, tendo como base de expansão o total de 136.697 estabelecimentos (julho de 2006).

Para calcular os impactos do IDES na economia, são considerados valores referenciais fundamentados pelas médias amostrais (resultados da pesquisa) e no número de estabelecimentos (RAIS 2005). Também considera-se a estimativa do número de estabelecimentos registrados entre dezembro de 2005 e o mês de referência do índice (Jucerja 2006). Considera-se ainda a estimativa de empregos sem carteira assinada, segundo dados da Pesquisa Mensal do Emprego do IBGE.

Em março, o Sebrae/RJ divulgará o IDES referente ao mês de janeiro de 2007. O IDIN e o ICON relativos ao primeiro trimestre deste ano serão divulgados em maio, juntamente com o IDES de março.

Cenário -De acordo com a Rais 2005, as MPEs representam 99% dos estabelecimentos legalmente existentes no país e geram 40,8% dos empregos com carteira assinada. Em todo o Brasil, são 6,56 milhões de empresas formais, que geram 33,23 milhões de empregos. No Estado do Rio de Janeiro, são 460 mil empresas, sendo 98,6% micro e pequenas, responsáveis por 39,1% dos empregos gerados (1,24 milhão).

O Brasil possui 10,3 milhões de empresas informais (excluindo-se o setor agrícola), que ocupam 13,85 milhões de pessoas. O Rio de Janeiro representa 8,4 % deste total, ou 863.435 empresas informais. Os dados são da pesquisa de Economia Informal Urbana (Ecinf 2003), realizada pelo IBGE em parceria com o Sebrae.

Pela classificação, por faixa de faturamento, microempresas são aquelas que empregam até nove pessoas (comércio, serviço e agropecuária) ou até 19 pessoas (indústria) e faturam até R$ 240 mil. Já as pequenas empresas são as que empregam de 10 a 49 pessoas (comércio, serviço e agropecuária) e de 20 a 99 pessoas (indústria) e faturam entre R$ 240 mil e R$ 2,4 milhões.

Sergio Gustavo da FGV adianta a Fator Brasil que ainda em 2007, quando este tipo de pesquisa completa um ano poderão com certeza precisar números e perfis bem interessantes sobre as Micro e Pequenas Empresas no estado, -coisa que nunca foi feito anteriomente, exceto a título de curiosidade ou uma mera informação.

-Para se ter uma idéia, hoje o Sebrae/RJ congrega um dos fóruns mais privilegiados para o encaminhamento do setor, e já se prepara para atender as “Compras Governamentais”, mais um grande passo das Micro e Pequenas Empresas na competição de mercado, acrescenta o gerente do Sebrae/RJ, Cezar Kirzenblatt.

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