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Política de recomposição de reservas vai continuar, diz presidente do Banco Central


Brasília - O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou no dia 27 de fevereiro, que a instituição vai continuar a sua política de recomposição de reservas, independentemente dos efeitos provocados pela queda na Bolsa de Valores da China. Ao deixar audiencia pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Meirelles disse que vai monitorar os acontecimentos no mercado asiático, mas não pretende alterar a política econômica por causa do movimento de um dia.

"O Banco Central tem uma política de acumulação de reservas, que foi estabelecida em janeiro de 2004, e essa política tem sido enfrentada com sucesso", afirmou Meirelles. Ele acrescentou que, nesse período, houve movimentos grandes de mercado e que o BC soube adequar-se a essas "situações conjunturais".

O presidente do BC destacou que a política de recomposição de reservas tem fundamentos claros. "O Banco Central não adiciona volatilidade desnecessária aos mercados. Não tenta influenciar o direcionamento da taxa [de câmbio], mas tem uma política de reconstrução de reservas. Portanto, continua normalmente com a sua reconstituição de reservas".

Meirelles ressaltou que o movimento dos mercados asiáticos, hoje, pode ser visto como um "pequeno alerta a todas as pessoas de que os mercados se movem em duas direções". Disse também que é necessário aguardar para saber como o mercado financeiro reagirá à Bolsa da China, e se essa situação se encerrará em pouco tempo, ou será mais prolongada. "Os mercados ganham e perdem em duas direções", afirmou.

Na mesma linha, Meirelles disse que a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para a próxima semana, tratará o tema como um item dentro de uma série de fatores que os diretores do BC analisam quando decidem o valor da taxa básica de juros, a Selic. "O Copom considera uma série muito grande de fatores de análise. Portanto, não devemos nos pegar num ou outro fator", enfatizou.

A taxa básica de juros (Selic) continuará a cair, nos próximos meses, mas a intensidade com que isso ocorrerá vai depender "tão-somente das condições de mercado", como disse o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Meirelles defendeu a postura do Conselho Monetário Nacional (CMN) que manteve a meta de inflação em 4,5% para 2007 e 2008 e lembrou que, no ano passado, a política de juros ajudou a manter o aumento de preços em 3,14%.

O presidente do BC também fez considerações sobre a evolução da atividade econômica, com elogios à recuperação do poder de compra dos salários e à oferta de mais empregos em quase todas as atividades econômicas. Mas o que os senadores insistiram em saber era sobre o ritmo de redução da taxa que remunera os títulos de curto prazo do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic).

O senador Aloízio Mercadante (PT-SP) criticou o que chamou de "conservadorismo exagerado" do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que na reunião do mês passado cortou pela metade o ritmo das reduções da taxa de juros. A tendência era de sucessivos cortes de 0,50 ponto percentual e, da última vez, foi de 0,25, em atendimento a uma posição de "maior parcimônia", como revelou a ata do Copom.

Mercadante quis saber "por que a alegada parcimônia, se todos os indicadores relevantes da economia abrem espaço para uma redução mais forte", e citou, além da inflação controlada, os fortes saldos positivos da balança comercial (exportações menos importações), taxa de risco mais baixa da história e a queda continuada da relação entre dívida líquida do setor público e Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no país.

O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) defendeu a postura do Banco Central e do presidente Henrique Meirelles. Segundo ele, "todo banco central, aqui ou em qualquer parte, é por natureza conservador". E elogiou a equipe do BC que, no seu entendimento, "está tendo comportamento extremamente consistente com relação ao regime de metas".

"É muito fácil jogar nas costas do BC a inércia e falta de capacidade operacional. É muito fácil se imaginar que basta baixar a taxa de juros para o Brasil crescer", disse o tucano. Mas, além de tudo isso, como enfatizou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), é necessário diminuir o spread bancário (diferença que os agentes financeiros cobram entre captação e aplicação), aliviar o compulsório dos depósitos à vista e estimular a concorrência entre os bancos.

Henrique Meirelles respondeu que "o sucesso da política monetária está permitindo uma queda pronunciada da taxa de juros", que já caiu 4,75 pontos percentuais de setembro de 2005 para cá. Ele reconhece, contudo, que a taxa de 13% ao ano "continua alta", comparada a outros países, mas advertiu para a necessidade de a economia caminhar sem sobressaltos, de modo a "garantir a credibilidade que o país vem gozando aqui e lá fora".

Segundo Meirelles, estabilidade e previsibilidade são essenciais para políticas sustentadas de longo prazo, e uma queda forte dos juros, além das expectativas do mercado, teriam efeito contrário para os investidores, que olhariam a medida com desconfiança. Para reforçar sua teoria, ele disse que o atual quadro de queda nas bolsas de valores, provocado por turbulência nos países asiáticos, "dá sinalização forte de que não podemos basear a política de juros sem crescimento sustentado". | Por: Edla Lula | Stênio Ribeiro /ABr

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