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23/10/2008 - 07:09

Aracruz Celulose adia projetos até a restabilização da macroeconomia


Entre os destaques do terceiro trimestre de 2008 foi para liquidez da Aracruz que segundo a Companhia tem sido severamente afetada pela restrição de crédito e aumento da percepção de risco do mercado financeiro global. No trimestre foi lançada a pedra fundamental do projeto de Guaíba II, mas a volatilidade do cenário econômico global e condições de mercado levaram a postergação dos investimentos deste projeto. E devido o elevado estresse nos mercados financeiros globais resultou em perdas contábeis de R$ 1,95 bilhão ("fair value") em operações de derivativos target forward no final do 3T08. Não obstante o resultado contábil, o efeito caixa das operações de derivativos foi positivo em R$ 25 milhões no 3T08.O nocional das operações de target forward era de aproximadamente US$ 360 milhões/mês no 3T08. Quando considerado o prazo médio das operações, de 12 meses, o nocional é de US$340 milhões/mês, com um strike médio de R$ 1,76/US$.Diversas medidas foram tomadas para redução gradual dessas operações e na preservação do caixa da Companhia. Uma auditoria específica, conduzida por empresa independente, está concluindo estudo que avalia se as operações com derivativos estavam em conformidade com as políticas internas da Companhia. A posição de caixa e aplicações financeiras, sem derivativos, ficou em aproximadamente R$ 1,1 bilhão no 3T08. Prazo médio da dívida, incluindo 50% da Veracel, fechou em 54 meses. Crédito no IR/CSL de R$ 788 milhões resultou em menor resultado líquido, que totalizou um prejuízo de R$ 1.642 milhões.Preço médio líquido apresentou alta de 3% em relação ao 2T08, devido ao maior preço em dólares (+2%) e ao efeito da valorização do dólar (1% - taxa média). Em vista do cenário adverso na demanda, a Companhia remarcou a parada para manutenção em UBR do 1T09 para 4T08 - redução de 64.000 t. Custo caixa de produção alcançou R$483/t, 2% acima do 2T08, devido à provisão para a parada.

Comentários do CFO da Companhia - “ Apesar de os fundamentos do negócio da Aracruz permanecerem sólidos — é uma das produtoras de menor custo caixa de produção de celulose de mercado, com uma margem de EBITDA acima de 40% nos últimos 12 meses —, a liquidez da Companhia tem sido seriamente afetada pela baixa disponibilidade de crédito e pelo aumento da percepção de risco do mercado financeiro, que se intensificaram nas últimas semanas com a redução do crescimento global e o aumento da incerteza quanto ao cenário futuro da economia mundial, o que vem se refletindo na menor demanda por commodities e na deterioração do valor de ativos.

O sistema financeiro global permanece sob estresse extraordinário, em especial no tocante a créditos e financiamentos. Como reflexo desse cenário, desde meados de setembro a moeda brasileira se desvalorizou fortemente em relação ao dólar, afetando negativamente o resultado financeiro com derivativos.

Como a Companhia tem aproximadamente 98% de sua receita vinculada ao dólar e aproximadamente 75% do custo caixa de produção e 15% da dívida bruta expostos à moeda local, um real mais valorizado cria uma exposição negativa para a Companhia. Desde 2004, diante do cenário de desvalorização do dólar, a Companhia decidiu adotar medidas de proteção do fluxo de caixa exposto à moeda local, basicamente voltada para a tomada de posições vendidas em dólares, o que gerou um ganho de caixa acumulado de R$ 630 milhões até o 3T08, reduzindo o impacto negativo da valorização do real no período.

A Companhia, com auxílio de consultoria contratada, analisou os contratos existentes e apurou o valor justo (fair value) negativo de aproximadamente R$1,95 bilhão, utilizando data base de 30 de setembro de 2008. Nessa apuração, foram levadas em consideração a curva de taxa de juros, a volatilidade e a taxa de câmbio observadas no fechamento, extraordinariamente influenciadas pela elevada instabilidade dos mercados financeiros mundiais. O valor nocional das operações de target forward era de US$ 360 milhões/mês no final do 3T08. Quando considerado o prazo médio das operações, de 12 meses, o valor nocional médio é de US$340 milhões/mês, com um strike de R$ 1,76/US$ (vide nota 14 das Notas Explicativas do ITR).

A Aracruz mantém contratos de derivativos apenas com instituições financeiras independentes, portanto não há nenhuma operação de derivativos onde as empresas controladas, coligadas ou partes relacionadas se caracterizam como contrapartes nas operações citadas.

A auditoria específica, conduzida por empresa independente, está concluindo estudo que avalia se as operações de derivativos estavam em conformidade com as políticas internas da Companhia. Não obstante, os controles internos já estão sendo analisados e aprimorados.

Cabe destacar que as exportações da Aracruz em 2007 foram de US$ 2,1 bilhões e que a Companhia manterá o curso normal das operações e o sólido fundamento do negócio neste momento de crise. Como o efeito da variação cambial sobre as exportações afeta imediatamente o caixa, este compensará parte das perdas com operações de derivativos nas verificações contratuais ou nos vencimentos.

No final do 3T08 a posição de caixa e aplicações, excluindo o resultado de derivativos, era de aproximadamente R$ 1,1 bilhão e a dívida líquida, incluindo 50% da Veracel, tinha prazo médio de 54 meses de vencimento.

Com o objetivo de aumentar a liquidez da Companhia, diversas medidas estão sendo tomadas para reduzir gradativamente a exposição a operações de target forward e preservar o caixa, visando adequar a Companhia à nova realidade de crédito global, mantendo a continuidade do negócio e seu sólido fundamento, evolvendo, entre outros, a continuidade das negociações já iniciadas com os bancos.

Outras medidas de redução de desembolsos e conservação do caixa também foram tomadas, incluindo:• Redução de custo e despesas operacionais dos próximos meses e durante 2009 | • Adiamento do projeto Guaíba II por 1 ano | • Redução da compra de terras e formação de florestas para Veracel II | • Suspensão da compra de terras e formação de florestas do projeto de Minas Gerais | e Redução no pagamento de dividendos / JCP.

O volume de produção ficou 7% maior que o mesmo período de 2007 e 3% acima do 2T08. Dada as condições de mercado, a Companhia decidiu remarcar a parada para manutenção das linhas “A” e “C” da Unidade Barra do Riacho para o 4T08. A parada para manutenção da Unidade Guaíba foi realizada no 3T08.

Com a antecipação das paradas para manutenção das linhas “A” e “C”, somada às perdas de produção que ocorreram no 1T08, nossa meta de produção para 2008 foi revisada para 3,1 – 3,2 milhões de toneladas, comparada a 3,3 milhões de toneladas previstos no 1T08.

Durante o 3T08, a redução do crescimento da economia global e as paradas sazonais na produção de papel na Europa reduziram a demanda do setor de papel e celulose, resultando em redução de preço em setembro para todas as regiões e volume de vendas de 679.000 toneladas, 12% abaixo do 2T08 e 10% abaixo do mesmo período do ano anterior .

O preço médio líquido da celulose apresentou alta de 3% em relação ao 2T08, devido ao efeito da valorização do dólar (1% - taxa média) e ao maior preço em dólares (+2%), positivamente impactado pela menor provisão para descontos de performance para clientes de longo prazo, devido ao menor volume comprado, além do efeito da implementação tardia da redução de preços. Como previsto, o custo caixa de produção da Veracel voltou aos níveis normais durante o 3T08, após o conserto do turbo gerador. O volume de produção da Veracel acumulado nos últimos 12 meses é de 1.097.000 toneladas.

O custo caixa de produção, de R$ 483/t, ficou 2% acima do 2T08 devido a maiores custos com a provisão para parada para manutenção na Unidade Barra do Riacho. Mantido o cenário de câmbio atual, a receita líquida de vendas tende a se beneficiar com o dólar mais valorizado, uma vez que aproximadamente 98% desta está vinculada à moeda americana.

O EBITDA ajustado foi de R$ 324 milhões. A margem de 40% ficou em linha com o 2T08 e 5 p.p. abaixo do 3T07 devido principalmente à desvalorização do dólar no período (13% - taxa média). No acumulado do ano, o EBITDA é de R$ 1.042 milhões, com margem de 41%.

O efeito da variação monetária e cambial da Companhia em moeda estrangeira resultou numa despesa de R$ 347 milhões no trimestre, um efeito contábil, cujo impacto é diluído pelo prazo médio da dívida da Aracruz de 5 anos.

O resultado financeiro líquido negativo teve como contrapartida a reversão de R$ 788 milhões no IR/CSL, o que arrefeceu o impacto no resultado líquido, que totalizou um prejuízo de R$ 1.642 milhões ou R$ (1,59)/ação”, Conclui Valdir Roque – CFO

Mercado de celulose - Embora a correlação entre o crescimento econômico e a demanda por papel e celulose não permaneça como antes, a economia global continua a ser um fator chave para essa indústria. Com o rápido desaquecimento das principais economias globais, muitas já estão próximas de um período de recessão, motivado pela crise financeira, a baixa disponibilidade de crédito e o ainda elevado preço das commodities,. O impacto sobre o setor de papel e celulose ainda é incerto e difícil de prever, mas já está sendo sentido. A cautela deve prevalecer neste momento de incerteza na indústria.

Mercado de celulose - Os papéis de imprimir e escrever (I&E) e embalagens vêm sendo os mais afetados. A demanda por I&E tem caído, em linha com a redução no grau de confiança no mercado global, para níveis abaixo dos registrados em 2006 e 2007. A demanda por embalagens vem-se enfraquecendo, conforme a desaceleração do comércio entre países. Com os níveis de estoques subindo, a necessidade de paradas temporárias de produção terá continuidade. Na Ásia, o desaquecimento também vem sendo sentido, com a China mais impactada devido à queda do consumo interno e das exportações. O impacto do desaquecimento da economia global sobre a demanda por papéis sanitários não se compara ao de outros tipos de papel, devido à característica de consumo diferenciada neste segmento que faz parte do dia-a-dia dos consumidores, sendo difícil dispensá-lo.

Em função dos fatores mencionados, a demanda por celulose de mercado tem crescido a uma taxa mais moderada. Até agosto deste ano, o crescimento acumulado da demanda por celulose de mercado reduziu-se para 2,7%. Dentre todos os tipos de fibra, a de eucalipto continua a mostrar o maior crescimento, 16% acumulado no ano comparado ao mesmo período do ano anterior, ou 1.116.000 toneladas.

Produção e vendas - Com o objetivo de contribuir para o restabelecimento desse equilíbrio a Companhia decidiu antecipar a parada geral para manutenção das linhas "A" e "C" da Unidade Barra do Riacho do 1T09 para 4T08, o que acarretará uma redução de produção equivalente a 64.000 toneladas no período. Existe a expectativa de que essa atitude seja seguida por outros grandes produtores globais da indústria.

A crise financeira atual levou a uma nova realidade em que a disponibilidade de crédito se tornará mais restrita. Isso irá impor mais disciplina aos investimentos em todo o mundo, inclusive no setor de papel e celulose. Com menos crédito disponível, muitos dos projetos já anunciados poderão ser postergados.

No curto prazo, o equilíbrio entre a oferta e a demanda continua sob pressão. Ajustes na oferta de celulose, através de paradas de produção e fechamentos de capacidade dos produtores de alto custo, poderão contribuir positivamente, porém vão requerer tempo para compensar o impacto da redução da economia global nos principais centros consumidores de papel. A produção de celulose da Aracruz no 3T08, excluindo a participação na Veracel, atingiu 670 mil toneladas, comparada a 668 mil toneladas no segundo trimestre de 2008 e 627 mil toneladas no mesmo período do ano anterior.

Produção e vendas - No terceiro trimestre, a Veracel (50% controlada pela Aracruz) produziu 281 mil toneladas de celulose, das quais 113 mil toneladas foram vendidas para a Aracruz. Nos últimos 12 meses, a produção acumulada da Veracel atingiu 1.097 mil toneladas, 22% acima da capacidade nominal.

Na Unidade Guaíba (RS), a produção de papel alcançou 13 mil toneladas no trimestre, o que representou o consumo de 10 mil toneladas da celulose ali produzida. Os estoques de papel atingiram 1 mil toneladas no final de setembro e as vendas do produto, 12 mil toneladas.

As vendas de celulose da Aracruz no 3T08 somaram 679 mil toneladas, das quais 580 mil foram produzidas internamente, nas Unidades Barra do Riacho e Guaíba; 98 mil toneladas produzidas pela Veracel e revendidas pela Aracruz no mercado e 1 mil toneladas referentes a 50% das vendas diretas efetuadas pela Veracel.

3T08 - Os estoques foram de 533 mil toneladas ao final de setembro, comparados com 438 mil toneladas ao final de junho, representando 58 dias de produção. O nível de estoques na Veracel representou um adicional de 4 dias de produção para a Aracruz ao final de setembro de 2008. Esse nível, de 62 dias, reflete o menor volume de vendas do 3T08 devido principalmente à redução do consumo global, parada sazonal de máquinas de papel na Europa e aos jogos olímpicos na China. A receita operacional líquida foi de R$ 801,6 milhões, R$ 71,4 milhões inferior à do mesmo período de 2007 e R$ 88,9 milhões inferior a do segundo trimestre de 2008.

Resultados - 3°trimestre de 2008: A receita operacional líquida de papel foi de R$ 24,3 milhões, comparada a R$ 29,5 milhões no mesmo período do ano anterior e a R$ 30,7 milhões no segundo trimestre de 2008.

A receita operacional líquida de celulose foi de R$ 767,0 milhões, comparada a R$ 837,5 milhões no mesmo período do ano anterior. A redução é resultante, principalmente, do menor volume de vendas (10%) e pelo efeito da desvalorização do dólar de 13% (taxa média), parcialmente compensados pelo benefício do maior preço do produto em dólar (17%). Quando comparada aos R$ 850,8 milhões do segundo trimestre de 2008, ficou R$ 83,8 milhões abaixo, em razão principalmente da redução de 12% no volume vendido, parcialmente compensado pelo efeito do maior preço do produto em dólar (2%) e pela valorização do dólar em 1% (taxa média).

O custo dos produtos vendidos alcançou R$ 546,9 milhões, comparado a R$ 572,5 milhões no mesmo período do ano anterior, devido principalmente ao menor volume vendido (10%), parcialmente compensado pelo impacto do maior custo de produção no CPV (9%). Em relação ao segundo trimestre de 2008 (R$ 615,9 milhões), a redução deveu-se principalmente ao menor volume de vendas (12%) que também foi parcialmente compensado pelo impacto do maior custo de produção no CPV (5%).

As explicações das variações do custo caixa de produção serão feitas com base em todas as operações da Aracruz, incluindo 50% do custo caixa da Veracel.

Estratégia da Companhia - Com o objetivo de aumentar a liquidez financeira da companhia, diversas medidas estão sendo tomadas para reduzir gradativamente a exposição a operações de target forward, preservar o caixa e manter curso natural do negócio nos próximos meses. Essas medidas têm como objetivo adequar a Companhia à nova realidade de crédito global, envolvendo, entre outras, a continuidade das negociações com os bancos.

Outras medidas de redução de gastos e conservação do caixa também foram adotadas, como já informado no Comentário do CFO.

No final do 3T08 a posição de caixa e aplicações financeiras da Companhia, excluindo o resultado de derivativos, era de aproximadamente R$ 1,1 bilhão e a dívida líquida tinha prazo médio de vencimento de 54 meses de vencimento.

A dívida bruta, em 30 de setembro de 2008 era de R$ 3.819,6 milhões, R$ 1.243,5 milhões superior à do final do trimestre anterior.

Projetos de crescimento - Diante do agravamento da crise sistêmica no mercado financeiro global, com a conseqüente restrição e encarecimento de linhas de crédito e financiamento e o desaquecimento das principais economias, a Companhia decidiu ajustar ao novo cenário, seus projetos de crescimento para os próximos anos.

Projetos de crescimento.: 1. adiamento dos investimentos no projeto Guaíba II pelo prazo de 1 ano | 2. redução da compra de terras e formação de florestas para Veracel II, e 3. suspensão da compra de terras e da formação de florestas do projeto de Minas Gerais.

Com essas medidas, a Companhia prevê reduzir em aproximadamente US$ 1 bilhão o desembolso com investimentos nos próximos 15 meses, na comparação com os valores divulgados no 2T08.

A Aracruz permanece determinada a retomar todos os projetos de expansão de capacidade tão logo normalizados o cenário macroeconômico, as condições do mercado financeiro e a demanda mundial por celulose, visando manter a posição de liderança da Aracruz entre os produtores globais de celulose de fibra curta de mercado com um dos menores custo caixa de produção da indústria. | www.aracruz.com.br

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