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23/10/2008 - 07:46

Crise de gestão financeira

Embora não se saiba até quando irá durar a maior crise da economia mundial nas últimas décadas, pelo menos um ponto é consenso: os sistemas financeiros e contábeis de bancos e de empresas de todos os setores terão de se reordenar. A quantidade de dinheiro despejada pelos bancos centrais em diversos países – inclusive no Brasil – para salvar o sistema financeiro é inédita na história. Se houve ceticismo quanto ao brasileiro Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional) em 1995, hoje ninguém questiona a necessidade de salvaguardar o mercado e o crédito, com a utilização de reservas cambiais e/ou recursos públicos.

No passado, falhas em instituições financeiras e empresas em geral em controles internos eram vistas de maneira negligente. Em 2002, fraudes financeiras e contábeis na WorldCom, Tyco e Enrom despertaram o mundo para essa história de ter mais cuidado com o controle interno. Mas, pelo jeito, o sinal amarelo naquele período não foi levado a sério, apesar da adoção de leis mais rigorosas de governança. Agora, o farol está no vermelho. Não se sabe quando voltará ao verde.

A implementação de melhores práticas de controles internos envolvendo finanças tornou-se preponderante. Com certeza, haverá mais rigidez na supervisão pelos órgãos governamentais. As áreas contábil e financeira fazem parte do chamado back-office das empresas. Não se trata de suas atividades-fins ou de seu core business. São atividades-meios, que, mal geridas, acarretam perdas irreparáveis às organizações.

Em meio à conjuntura econômica, o outsourcing caminha como uma das opções estratégicas de retomada dos negócios. O outsourcing não é mais como há alguns anos, quando significava simplesmente terceirizar, trocar pessoas de dentro da empresa por outras de fora e reduzir custos. Agora, sua tarefa é justamente fazer o que não foi empreendido por algumas empresas (inclusive bancos) nessa crise global: modificar e adequar processos operacionais, reduzir riscos, controlar melhor as despesas, realizar o aprimoramento contínuo e, principalmente, promover o constante intercâmbio de informação em todos os níveis da empresa: colaboradores, diretores, conselheiros e acionistas.

O fato é que não se faz outsourcing sem governança. O objetivo é propiciar à organização ganho de vantagem competitiva, crescimento, melhora interna, otimização de processos, promoção da capacitação, identificação de oportunidades e construção de estratégias conjuntas com o parceiro, visando ao crescimento e sustentabilidade empresarial.

Por fim, o outsourcing contempla a transparência e dá respaldo para as empresas conquistarem a confiança do mercado consumidor. Acima da crise econômica, está a crise de credibilidade. É evidente que não há, no momento, confiança nos atos financeiros de bancos e dos outros ramos de atividades. Pelas proporções alcançadas pela incerteza na economia internacional, certamente mudanças drásticas virão por aí. Serão lentas, é verdade, mas terão de ser feitas. O outsourcing tem um compromisso grande nessa tarefa.

. Por: Vagner Jaime Rodrigues é especialista em controladoria, gestão empresarial e gestão de outsourcing; sócio da Trevisan Outsourcing e professor da Trevisan Escola de Negócios. Email: [email protected]

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