Perguntinha de última hora

Enquanto plantonistas argumentam se realmente saímos do mundo da lua, e que caímos no unicamente no virtual, conversa fiada precisa de fiador? Com essa seqüência enorme de debates, depois da réplica e da tréplica, vem o que mais, heim? E também quanto aos monólogos, teatrinhos e vinhetas exibidas em série incontrolável, fica a questão. Decoramos forçados e até mais que batidos. Não duvidemos é de quem está bem intencionado, mas é muito que improvável a herança próspera de uma nova dívida no tocante a tal ´´marolinha`` – do surf – dita pelo Lula, e que pode muito bem chegar a um Tsuname ´´made in brazil``, rasgando nossos bolsos pra tapar os dividendos dos pacotes que já começaram. As barricadas vêm aí. Há quem ranzinze, por antecipação – e sorte do peru que desta vez não deve morrer encachaçado – ´´daquele Natal nunca, mas nunca visto antes mesmo!``. O jeito é preparar o espírito (do que mesmo?) e a paciência para o próximo calendário que não vai demorar muito assim. ´´Vai ter espaço pros alternativos?``. Quem sabe apareça na futura carruagem de fogo algum Indiana Jones, valendo-se do esforço persistente dos caçadores dos votos perdidos, como também dos indecisos. Dobradinha 24 horas no ar é só pra internauta que reclama apenas do problema de coluna sem direito a massagista requisitado diretamente do seu PC. Tem uns que utilizam até cintas de aço pra segurar no expediente. Vai lá este querer perder uma linha do que foi dito no ibope, digo, na rede? Caso contrário o pai-Google te dá o resumo da ópera direitinho.

Ora, ora, ora, ´´o povo`` (não confundir com frases históricas, sim?) ficar andando por aí com as juntas soltas é o que ninguém quer, verdade? O peso dos impostos, bem como suas prometidas diminuições em épocas de crise, não pode acontecer. Nem mesmo das benfeitorias a jato que não cansam sequer no barulho das máquinas que nunca param. O duro é permanecer antenado!

E mais! Com tamanhas garantias ouvidas arduamente e tão bem articuladas no gogó, nem Jó quis parar por aqui. Pediu aparte antes que inventassem o terceiro turno e se mandou sabe-se lá Deus para onde. Relaxando no aeroporto é que ele não foi visto. E a essa altura do campeonato eu não arriscaria criar pleonasmo algum pós tréplicas para a continuidade do que já foi dito antes. Reprise só basta uma vez. Estourando, três. Contanto que não se trate de um épico como ´´Assim caminha a humanidade`` (do original Giant, 1956, com James Dean, Rock Hudson e Elizabeth Taylor) quem sabe se a coisa se passasse em play back não fosse a solução de tudo. Em slow motion idem não seria nada elementar. Ainda mais em época de horário de verão. Conta bancária que não esvazia nunca é aquela da nossa novela brasileira de cada dia – só falam em milhões de dólares pra tapar a boca do pobre real que sequer subiu ao trono. E ainda bem que em ´´Três Irmãs``, o personagem Chuchu (Otávio Augusto) não é aquele que carrego sufocado na minha marmita. E que se você quiser descobrir o verdadeiro sujeito da história, dentro ou fora da sapiência do assunto, ´´puxe da memória``. Quem dá nó nas pernas é bêbado na calçada, esticando o caminho ida/volta de casa. Ah, sim, ia me esquecendo: ´´amigos, amigos, mulheres à parte``. E, respondendo na lata a picante perguntinha que não quer calar: ´´eu sei o que vocês fizeram no último verão``.

. Por: Celso Fernandes, jornalista, poeta e escritor, autor de ´´As duas faces de Laura``, ´´O Sedutor``, Sonho de Poeta`` (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente pela APACOS (Associação Paulista dos Colunistas Sociais) em São Paulo, jornais, revistas e sites relacionados às áreas. | Blog do colunista: http://modarougebatom.blog.terra.com.br