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29/10/2008 - 09:11

Medicina Nuclear tem alternativa para tratamento do tumor neuroendócrino

“Dependendo do grau de evolução do tumor neuroendócrino, uma boa opção terapêutica é o radiofármaco 177Lutécio-Octreoatato”, afirma o médico nuclear dr. Aron J. Belfer. Os resultados da terapia realizada com esta droga são muito positivos. Os números, em centros internacionais, apontam para cerca de 45% de regressão do tumor. Em 35% dos casos em que a doença estava progredindo houve estabilização.

Esse tumor consiste na proliferação anormal de células neuroendócrinas, que têm funções distintas dependendo do órgão no qual se encontram. Não se conhece a causa exata e pode se localizar nos pulmões, ao longo do tubo digestivo, incluindo apêndice, estômago, intestino delgado e grosso, reto e pâncreas. Os sintomas podem demorar anos para aparecer e, devido à liberação de substâncias biologicamente ativas por alguns desses tumores, os pacientes podem manifestar vários sintomas, sendo os mais freqüentes: rubor facial, diarréia e pressão alta.

Como esses sintomas são similares aos de várias outras doenças, raramente se pensa em tumor neuroendócrino como diagnóstico. Além disso, esses tumores têm evolução lenta e sem dor. Por isso, o diagnóstico pode demorar a ser feito e, na maioria dos casos, é feito quando a doença está em fase avançada.

Existem diversos tratamentos para esse tipo de tumor, como a quimioterapia, interferon e embolização de lesões hepáticas. Mas esses recursos podem ter eficiência limitada. De qualquer forma, a terapia deve ser discutida com o oncologista do paciente.

O tratamento com 177Lutécio-Octreoatato foi desenvolvido no Hospital Dijkzigt, da Universidade Erasmus, em Roterdam, na Holanda. As pesquisas foram iniciadas em 2000 e concluídas em 2006 e foi introduzido, na América Latina, através do Brasil, em outubro de 2006. Na terapia administra-se uma substância radioativa ligada a um peptídeo (conjunto de aminoácidos) que tem a propriedade de se concentrar na camada externa da célula tumoral, destruir o tumor e a célula tumoral.

Desde 2006 até agora, no Brasil, foram administradas mais de 100 doses sem nenhuma intercorrência. O tratamento é feito em três ou quatro ciclos em intervalos de oito a dez semanas, dependendo da resposta do paciente. Nesses intervalos são realizados exames de controle dos possíveis efeitos do medicamento e para programar o próximo ciclo.

O tratamento, em geral, inicia-se nas primeiras horas da tarde do dia de internação. Antes de aplicar a dose de 177Lutécio-Octreoatato, é ministrada, pela veia, medicação para prevenir náuseas e solução de aminoácidos que protege os rins. Em seguida, a substância radioativa é aplicada da mesma forma. Esse processo tem duração aproximada de quatro horas. Em cada ciclo, o paciente fica internado no hospital por 24 horas.

O 177Lutécio-Octreatato é importado e a complexa marcação é feita no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) desde 2000, quando os pacientes ainda eram enviados para a Holanda para participar da pesquisa.

No Brasil, o procedimento tem apresentado resultados animadores, o que inclui boa redução da massa tumoral, excelente efeito paliativo, poucos efeitos colaterais e significativa melhora da qualidade de vida do paciente.

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