Itália presente na 28ª. Bienal de Arte de São Paulo

Dentre 42 nomes, de 20 diferentes nacionalidades selecionados para a Mostra, dois artistas contemporâneos da Itália se apresentarão na 28ª Bienal de São Paulo, no Parque do Ibirapuera, de 26 de outubro a 06 de dezembro de 2008. A promoção conjunta é do Ministero degli Affari Esteri, Ministero per i Beni e le Attività Culturali, Embaixada da Itália no Brasil, Instituto Italiano de Cultura e o ICE – Instituto Italiano para o Comércio Exterior, através do Programa Extraordinário Made in Italy. Os artistas italianos convidados são o fotógrafo e cineasta Amir Linke, ativo na busca por novas linguagens na fotografia, e a arquiteta Micol Assael, que trabalha o espaço através de recursos experimentais, potencializando conceitos e conteúdos.

Armin Linke - Nasceu em Milão, em 1966, onde vive e trabalha. Utiliza diversas estratégias de trabalho e é conceitualmente preocupado com a forma de representação. Em suas longas viagens ao redor do mundo, Linke utilizou-se de fotos e filmes para retratar os efeitos da globalização, da transformação de cidades em megalópoles e as conseqüências sociopolíticas na condição do homem. Suas fotografias, em grande escala, investigam as paisagens contemporâneas e trazem uma nova visão do espaço.

Trouxe para o Brasil uma mostra com 700 fotografias, expostas ao longo de uma parede. A idéia é a interação de cada visitante, transformando e alternando a ordem das fotos, retratando diferentes histórias. Além da exposição em si das imagens, o público pode escolher oito delas e imprimir uma versão única. A impressão é possível através do projeto Phenotypes Limited Forms, desenvolvido pelo belga Peter Hanappe, em parceria com o laboratório de pesquisa Sony em Paris. Com o lay out de uma mesa e tela touchscreen, o computador identifica as imagens e as reproduz em um mini livro pessoal. Os dados de imagens e de títulos ficam armazenados numa base de informação que conta com mais de 50 mil livros permitindo que diferentes perfis possam ser relacionados.

A verificação e a constatação de que as fotografias podem ser usadas de formas cada vez mais inusitadas são desafios com os quais Armin Linke não deixa de se confrontar: “o que mais o atrai é a possibilidade de criar uma experiência, trabalhando as imagens de forma inédita”.

Micol Assael - Micol Assael nasceu em Roma em 1979 e tornou-se uma das mais promissoras entre os jovens artistas italianos focando o tema do espaço fisico e a participação experimental do público nas suas obras. Vivendo e trabalhando entre Roma e Moscou, ao longo dos últimos sete anos, criou um notável número de obras e participou em duas edições da Bienal de Veneza (2003 e 2005). Suas inquietantes instalações incluem modificações das estruturas arquitetônicas existentes. Em seus trabalhos, elementos paralelos mostram um intenso trabalho de reflexão, esculturas e desenhos que tendem à transformação, muitas vezes utilizando materiais reaproveitados ou gravuras já existentes.

A artista transforma o espaço, brincando com a percepção sensorial do visitante, através de ambientes multimídias ou de instalações feitas por diversos meios: cobre em pó, ventiladores, compressores, gelo e fumaça. Projeta e desenvolve inúmeros ambientes e situações performáticas para provocar reações.

Conhecida por seus trabalhos em energia fisica e elétrica, Assel concebe suas obras aplicando princípios da eletricidade e eletromagnetismo, fisica e mecânica. Suas obras são realizadas por meio de uma linguagem de diferentes técnicas e caracterizadas por uma estética minimalista.

“Inspiração vem da intuição, da maneira de interpretar a realidade”, discursa Micol.

A Bienal Internacional de Artes de São Paulo, considerada um dos três principais eventos do circuito artístico internacional (as outras duas são a Bienal de Veneza e a Documenta de Kassel), busca projetar a obra de artistas internacionais desconhecidos e refletir as tendências mais marcantes no cenário artístico global.

Em 1951, nascia a I Bienal Internacional de São Paulo, a partir da idealização atuante do industrial de origem italiana Francisco Matarazzo Sobrinho, então vinculada ao Museu de Arte Moderna de São Paulo, do qual Matarazzo era presidente. Inspirada nos moldes da Bienal de Veneza, aos poucos a Bienal foi se tornando um evento de grande porte. Em 1957, a IV Bienal foi definitivamente instalada no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, prédio de 35mil m2 em concreto e vidro, projetado por Oscar Niemeyer no Parque Ibirapuera. Em 1962, já consolidada no Brasil e no exterior, a Bienal desligou-se do MAM e transformou-se em Fundação.

ICE no Mundo - O ICE (Instituto Italiano para o Comércio Exterior) propagador do Made in Italy, responsável pela promoção do intercâmbio comercial, tecnológico e cultural entre a Itália e os demais países do mundo. Sediado em Roma, o ICE possui 20 escritórios na Itália e outros 142 espalhados em 85 países. Suas atividades são financiadas por meio de recursos provenientes do Ministério Italiano do Comércio Internacional.

Segundo Giovanni Sacchi, diretor para o Brasil do ICE-Instituto Italiano para o Comércio Exterior, as atividades culturais devem ser sempre apoiadas e estimuladas. “A cultura é um diálogo permanente, uma dimensão do processo de desenvolvimento que contribui para fortalecer a independência, a soberania e a identidade das nações”.

28ª Bienal de Arte de São Paulo, no Pavilhão da Bienal - Parque do Ibirapuera – Portão 3, Micol Assael - Praça, Armin Linke – 3º pavimento, de 26/10 a 06/12/2008, terça a domingo das 10h às 22h.