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31/10/2008 - 10:14

Brasil não entrará em recessão, diz Mantega


Brasília - O Brasil não entrará em recessão apesar da crise financeira global já ter colocado grandes economias à beira de um processo de retração, afirmou no dia 30 (quinta-feira), o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Mantega e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, tentaram mostrar aos parlamentares que o governo tem tomado todas as medidas necessárias para minimizar os impactos da maior crise financeira em 80 anos.

"Acredito que vai haver uma desaceleração do consumo e do nível de atividade no Brasil", reconheceu Mantega. "Mas não teremos recessão no Brasil."

Para o ministro, o pior da crise já pode ter passado, mas isso não pode diminuir a atenção sobre o assunto.

O governo deve revisar suas estimativas de crescimento para 2009 por conta das turbulências, mas Mantega afirmou que ainda é cedo para fazer novas projeções.

O Palácio do Planalto também não planeja, no momento, promover cortes nos gastos previstos no Orçamento da União. "Por enquanto, a gente não acha que é o caso", disse.

Velhas e novas - Desde que o cenário externo se deteriorou, em meados de setembro, o governo lançou mão de uma série de medidas para garantir linhas de crédito e estabilidade aos mercados do país.

De acordo com os dados apresentados por Meirelles, as vendas de dólar no mercado à vista feitas pelo BC somaram até agora 4,6 bilhões de dólares. Somente com swaps cambiais tradicionais, o BC gastou 20,1 bilhões de dólares.

Além das medidas já adotadas, Meirelles antecipou que outras ações estão sendo estudadas, como um mecanismo de financiamento mais direto para exportadores, tendo como garantiras operações de Adiantamento de Contratos de Câmbio (ACC), disse Meirelles, sem dar mais detalhes.

"Estamos de fato estudando o que a mais poderá ser feito para tornar mais eficaz esse conjunto de medidas", afirmou, acrescentando que o BC está contemplando medidas adicionais para que os recursos liberados do compulsório cheguem aos bancos de menor porte.

Crédito e derivativos - Apesar de reconhecer a gravidade da situação do crédito, o presidente do BC tentou demonstrar que a retração dos empréstimos dentro do Brasil não foi tão severa quanto em outros países.

Segundo ele, a média diária das concessões de crédito do sistema financeiro nacional deve fechar outubro com uma queda de 5 por cento, bem melhor do que o verificado no início do mês, quando a taxa de retração estava perto de 18 por cento.

"Sim, há uma queda, mas não existe paralisação", afirmou.

Sobre os problemas vividos por algumas empresas brasileiras com derivativos cambiais, Mantega avaliou que parecem estar próximos do fim.

Algumas empresas que apostavam na valorização do real frente ao dólar sofreram fortes perdas quando a moeda norte-americana disparou.

"Empresas sólidas passaram por esse problema pontual... algumas liquidaram suas posições... portanto, esse problema está em vias de ser solucionado", disse o ministro.

Mantega voltou a afirmar que o governo não pretende ajudar diretamente essas companhias que perderam em suas apostas nos mercados de derivativos.

Apesar de manter o otimismo em relação ao desempenho da economia em 2009, Mantega defendeu a adoção de uma política anticíclica no país para garantir um ritmo de crescimento razoável para o Brasil.

"Depois de tomarmos as medidas emergenciais... nós teremos que fazer uma política anticíclica, não permitir que o ritmo de crescimento caia abaixo de um determinado patamar", defendeu.| Por:Isabel Versiani e Renato Andrade/Reuters.

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