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31/10/2008 - 11:23

O Brasil resiste à crise alheia

O aquecimento e a solidez da nossa economia têm nos tornado mais resistentes aos problemas que atingem os Estados Unidos (EUA), Europa e Ásia. Diferentemente destas regiões, o Brasil não está sendo afetado de forma direta. Mas, como em toda economia globalizada, não descartamos os impactos, porém, podemos afirmar que virão em menor escala se comparados a períodos anteriores quando o País amargava uma dívida externa e estava preso nas mãos do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A mudança da legislação contábil, através da aprovação da lei 11.638/07, transferiu ao setor de auditoria do País mais competência, no que se refere à preparação das demonstrações financeiras, adequando-as aos padrões internacionais e facilitando o ajuste das empresas a níveis excelentes de governança corporativa. Diante da situação de crise que atinge várias economias mundiais, muitos nos perguntam se o setor de auditoria foi ou será afetado e quais serão os impactos da crise de crédito internacional. Não entendemos que as empresas de auditoria devam sofrer um reflexo direto. Sabemos que algumas outras companhias, não as de auditoria, mas sim as auditadas, sofreram algumas perdas, principalmente no que se refere à variação cambial, por exemplo. Mesmo assim, não acreditamos que comprometa a continuidade dos trabalhos e, esse é o momento em que mostramos habilidades profissionais, expertises de gestão e capacidade de gerenciamento de riscos.

As Bolsas de Valores de todo o mundo estão vivendo dias de horror, inclusive a brasileira Bovespa, com quedas sucessivas, causando pânico aos investidores. Porém, não podemos lastrear nossa economia ao mercado de capitais. No geral, o fortalecimento econômico do Brasil vem se mantendo, apesar de observarmos que muitos setores retraíram a produção por precaução. Outros, que já se preparavam para captar recursos abrindo capital, também decidiram esperar, também por precaução. Porém, o consumo interno continua aquecido, apesar das taxas de juros e mudanças recentes no tempo de financiamento de bens duráveis.

Analistas dizem que, por causa dos problemas econômicos dos EUA, será inevitável que as importações e exportações sejam afetadas nos próximos meses. Isso porque todo e qualquer negócio com economias internacionais não sairão ilesos dos reflexos da crise. Hoje já há muitas operações fechadas, mas, a médio prazo, as empresas que precisarem de linha de crédito para financiamento de importação ou exportação poderão sentir a diferença. Por exemplo: as empresas que compram os produtos que exportamos, terão dificuldades de conseguir créditos para comprar de nossas empresas. Isso poderá diminuir parte do volume de exportações. Por outro lado, isso aquecerá o mercado interno porque, o que não for para fora, será comercializado aqui dentro. Apesar das análises, o cenário real mostra uma tendência favorável ao setor industrial. Dados divulgados pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), apontam que as exportações da indústria gaúcha cresceram 19% entre janeiro e agosto deste ano, em comparação a 2007, mesmo com o cenário de crise.

Recentemente pudemos acompanhar nos noticiários a divulgação do lucro de um dos maiores bancos privados nacional, o Bradesco. Foram mais de R$ 6 bilhões, cerca de 3,4% maior que em 2007. Isso mostra que, enquanto bancos quebram lá fora aqui as instituições mostram resultados muito positivos. Mais de 90% dos ativos dos bancos brasileiros são representados por investimentos e devedores e de operações de crédito negociadas aqui no próprio País.

Além dos bancos, algumas instituições como Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e Fecomércio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) prepararam estudos para medir os impactos da crise internacional aqui dentro do País. O resultado mostrou crescimento nos níveis de empregabilidade, nos níveis de renda e também nas vendas. Até então, a população só ouve falar em crise, mas ninguém confirma estar vivendo ela. Segundo alguns analistas, a população só dá conta de que existe uma crise instalada quando alguns colegas começam a perder o emprego ou quando aumenta o preço do pão na padaria ou ainda quando aumenta o preço da tarifa do ônibus. Nada disso está acontecendo.

Por causa desses resultados, podemos dizer que o Brasil está atingindo níveis satisfatórios de governança e que a nova legislação contábil também impactará positivamente nos resultados econômicos fortalecendo ainda mais nossos alicerces e nos colocando em posição de destaque frente às grandes potências.

. Por: Paulo Ricardo Alaniz, sócio-diretor da BDO Trevisan do escritório de Porto Alegre.E-mail: [email protected]

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