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04/11/2008 - 09:30

“Maddog” Hall: “governos devem investir em sistemas livres”


Diretor-executivo da Linux Internacional há 30 anos, John “Maddog” Hall, acredita na intervenção dos estados para o desenvolvimento do software livre no mundo. “Os governos deveriam contratar apenas programadores de sistemas de código aberto”, disse. O pesquisador foi uma das figuras ilustres da V Conferência Latino-Americana de Software Livre – Latinoware 2008, em Foz do Iguaçu, no PTI (Parque Tecnológico Itaipu).

Para o cientista norte-americano, considerado uma espécie de “guru” do universo open source, a construção de modelos de softwares livres traz retorno financeiro imediato aos países. “O desenvolvimento de programas de natureza aberta ajuda na questão de oferta de empregos locais e de renda para as nações”, frisou.

Segundo ele, a idéia de socializar os projetos na área contrapõe e desmonta o modelo econômico dos softwares proprietários adotado por grandes empresas da área de informática, como a Microsoft. Essas empresas, explicou, sobrevivem basicamente do licenciamento pago pelos governos para o uso dos aplicativos digitais.

“Em vez de os governos pagarem para usar os programas, deveriam aplicar recursos no desenvolvimento de sistemas e de projetos de softwares abertos, que promovem a educação, a ciência e o acesso à tecnologia, com custos mais baixos e menos onerosos”, ressaltou.

Para o especialista, o Brasil é um exemplo para os demais países da América Latina com o apoio a projetos e congressos na área de software livre. “O governo brasileiro trabalha com diversos programas na área, dando suporte a empresas e universidades no desenvolvimento dos softwares livres”, disse.

O Brasil, no entanto, ainda sofre com o pagamento de licenças para o uso de aplicativos de informática. Segundo Maddog”, o governo deveria reverter essa verba apenas para projetos de sistemas abertos. “Os últimos dados que tenho, mostram que o Brasil paga mais de U$ 1 bilhão em licenciamentos. Isso sem levar em conta que 84% dos softwares usados no país são piratas. Acredito, entretanto, que o quadro está mudando com uma nova política de tecnologia adotada pelo governo".

Na visão de Hall, o software livre tem inúmeras vantagens ante os programas com código fonte fechado. Primeiro, porque as pessoas têm o livre arbítrio de escolher programas para desenvolver e aperfeiçoar, de acordo com as próprias necessidades. Depois, pelo fato dos usuários aprenderem duas vezes com os sistemas. “Os usuários aprendem a dominar o uso do programa e como potencializa-lo, conforme seus desejos”.

Outro ponto em destaque é o acesso gratuito e democrático à tecnologia. Ou seja, analisou “Maddog”, pessoas de diferentes países, culturas e classes sociais têm condições idênticas para o acesso à mesma tecnologia com os softwares livres, diferente, segundo o pesquisador, do que acontece com os programas de fonte 'bloqueada'. “Tanto uma pessoa nos Estados Unidos como um morador de um país pobre terá a chance de desenvolver os programas usando a mesma tecnologia”, salientou.

A Latinoware é uma iniciativa da Itaipu Binacional em conjunto com Fundação PTI, Companhia de Informática do Paraná (Celepar) e Serviço Nacional de Processamento de Dados (Serpro).

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