Ministro do Desenvolvimento anuncia criação do Comitê da Moda durante o Rio Summer

Em palestra no primeiro dia de seminário, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge diz que a idéia é iniciar, ainda este ano, uma série de atividades envolvendo profissionais do segmento.

Rio de Janeiro– O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, anunciou no dia 6 de novembro, durante palestra inaugural no “Seminário o Valor da Moda”, que acontece paralelamente ao Rio Summer, a articulação com diversas entidades – como Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Sebrae, Abicalçados e o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos, entre outras – para a criação do Comitê da Moda. O Rio Summer, que acontece pela primeira vez este ano, vai até sábado, no Forte de Copacabana, Posto 6. Trata-se de um evento de moda-praia, moda-verão e lifestyle idealizado por Nizan Guanaes, sócio-majoritário do Grupo ABC de Comunicação.

De acordo com o ministro, numa iniciativa do governo federal para criação do Comitê da Moda, a idéia é iniciar ainda antes de dezembro uma série de atividades envolvendo profissionais ligados ao segmento da moda. “Queremos estabelecer um espaço de maior interação para analisar as atividades produtivas relacionadas à moda. O segmento requer mudanças contínuas, que colocam a cadeia produtiva diante de desafios incessantes.”

Nas palavras de Miguel Jorge, “é fundamental relançar, recriar, repensar e rediscutir, repetidamente, cada elemento da concepção, do processo produtivo e do marketing para obter sucesso comercial”. Esclarece que o Projeto do Comitê da Moda surgiu das discussões do Fórum de Competitividade da Cadeia Produtiva Têxtil e de Confecções, coordenado pelo MDIC. Esse projeto é uma das prioridades da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) para o setor de têxtil e de confecções.

“Logo no dia seguinte ao do lançamento da PDP, em maio, tive o prazer de presidir a primeira reunião do fórum setorial da indústria têxtil e de confecção. É importante destacar que a cadeia produtiva têxtil e de confecções vai além do segmento da moda, incluindo as indústrias de calçados e artefatos de couro, de gemas e jóias, cosméticos e outras. Os produtos destas indústrias são complementares. O Comitê da Moda pretende fortalecer a competitividade de toda a cadeia produtiva têxtil e de confecções, gerando efeitos sobre toda a cadeia da estrutura industrial”, explica o ministro.

Bons números - Miguel Jorge ressalta que os bons números da indústria da moda estimulam a criação deste comitê. “O Claro Rio Summer já nasce grande, mostrando que chegou para movimentar o mercado nacional, incentivar o aperfeiçoamento das empresas do setor e divulgar, fora do Brasil, a qualidade e a criatividade de nossa moda”, comenta. “Não tenho dúvidas de que o universo da moda-praia e verão acaba de conquistar, com o Claro Rio Summer, sua mais importante vitrine e de que, desde já, o evento está incorporado a nosso calendário das grandes feiras e seminários de moda.”

Miguel Jorge afirma que dentro do processo de retomada do crescimento econômico, o setor é estratégico, porque produz tecnologia própria, desenvolve produtos originais e ainda gera milhares de empregos. O setor de moda-praia e verão representa 15 da indústria têxtil nacional e fabrica 83 milhões de peças por ano. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), essa categoria movimenta R$ 2,5 bilhões. O mercado interno brasileiro é o primeiro no consumo de beachwear no mundo. “Por isso, nada mais natural que transformar em bons negócios essa vocação natural para a moda descontraída e despojada, sofisticada na medida exata, e que encontra, nas areias do Rio de Janeiro, sua melhor tradução”, afirma Miguel Jorge, referindo-se ao Rio Summer.

O mercado internacional de moda-praia movimentou cerca de US$ 12,8 bilhões em 2006, segundo a edição 2007 do Global Market Review of Swimwear and Beachwear. “Mas é preciso reconhecer que nossa inserção no mercado mundial de têxteis ainda é muito pequena. Somos apenas o 46 exportador, o que coloca o setor produtivo brasileiro, como um todo, e o de moda-praia e verão, em particular, diante do desafio de abocanhar fatias cada vez maiores do concorridíssimo mercado internacional.”

Hoje o Brasil é o 6 produtor de têxteis e confeccionados. Entre 1990 e 2007, a indústria investiu US$ 12 bilhões em máquinas, equipamentos, tecnologia, design e pesquisa. Somente em 2007, foram US$ 702 milhões em máquinas. “Além de gerar negócios, a moda promove e divulga o Brasil, enquanto o design agrega valor e multiplica empregos”, destaca o ministro, ao lembrar ainda que “a imagem estereotipada do setor, de muito glamour e pouco dinheiro, ficou para trás”.

O ministro lembra ainda da importância de outras entidades e empresas como Apex-Brasil e BNDES, que ajudam o setor a alavancar seus números. “Para o Claro Rio Summer, a Apex-Brasil, em parceria com a Associação Brasileira de Estilistas, está trazendo compradores e jornalistas dos principais mercados do mundo. Com isso, abrem-se oportunidades de negócios, cresce a divulgação das criações nacionais e o Rio começa a despontar como referência mundial de moda-praia e verão, reforçando a imagem da cidade como um ativo brasileiro.”

Posição favorável - As indústrias têxteis e de vestuário constituem a 4 maior atividade econômica mundial, depois da agricultura, do turismo e da informática. Segundo dados da ABIT, o setor de moda e têxteis reúne mais de 30 mil empresas, cujo faturamento total, em 2008, deve chegar a US$ 34,6 bilhões, ultrapassando os US$ 33 bilhões alcançados em 2007. Com participação de 4,1% do PIB total brasileiro, 17,2% do PIB da indústria de transformação e geração de quase 1,7 milhão de empregos diretos, este é, por definição, um segmento produtivo com forte impacto social. O setor de têxteis e vestuário é o segundo maior empregador do País na indústria de transformação, atrás apenas do segmento de alimentos e bebidas.