“Vamos assistir a um choque deflacionário e em breve a taxa de juros no Brasil irá cair”, diz Luciano Coutinho

Em solenidade de entrega do Prêmio Qualidade 2008, no auditório da Fiesp.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, também afirmou que somente a construção de imóveis de alto padrão sofrerá impactos negativos, mas a demanda interna, emprego e linhas de financiamento devem sustentar o crescimento do setor.

O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Ecônomico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, homenageado com o troféu “Personalidade Pública 2008”, entregue pelas mãos de José Carlos de Oliveira Lima, presidente do Sinaprocim/Sinprocim , na noite de ontem, em São Paulo, previu um 'choque deflacionário', que abrirá espaço para a redução da taxa Selic pelo Copom. Coutinho também acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) tenderá, em 2009, a crescer quase 4%.

“A economia brasileira irá sofrer com os impactos da crise, não há dúvida, mas crescerá , ainda que menos que o inicialmente previsto, e o crédito deverá voltar a irrigar o mercado”, disse Coutinho, após receber o prêmio.

Para o segmento da construção, o presidente do BNDES antecipa que a desaceleração do mercado imobiliário deva ocorrer somente em imóveis de alto padrão, mas que, na s classe média e nas de menor renda, o impacto será bem menor. “Vemos, agora, um soluço na demanda por imóveis novos, mas isso não ocorre nas construções destinadas à classes de renda baixa. Por isso, acredito que no próximo ano iremos crescer mais próximo de 4% do que de 3,5%, e que o segmento da construção não irá sofrer”, acredita.

Sobre os investimentos previstos pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para a infra-estrutura como estradas, portos, ferrovias e energia, Luciano Coutinho também assegurou que haverá recursos financeiros para as obras :

“Temos uma fronteira de investimentos muito melhor do que muitas economias desenvolvidas Todas as obras que contam com o BNDES têm seus investimentos assegurados”, disse na solenidade de entrega do Prêmio Qualidade 2008, no auditório da Fiesp.

Coutinho também ressaltou que as bases fortes da economia do Brasil ajudarão o País a passar mais rapidamente pela crise financeira global. “O sistema bancário brasileiro está bem capitalizado, tanto os bancos públicos quanto os privados , e isso contrabalança a questão do crédito”, disse

Agradecimentos - O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento (Sinaprocim/Sinprocim), e vice-presidente e diretor do Departamento da Indústria da Construção (Deconcic) da FIESP, José Carlos de Oliveira Lima, disse, durante a abertura do evento de premiação, que “neste momento de reflexão, importante para o País e para o mundo, em que precisamos – mais do que nunca – estar unidos e irmanados para derrotar a crise que se avizinha, canalizamos todo nosso otimismo e força de reação para transmitir nosso reconhecimento e agradecimento a essas empresas e personalidades batalhadores e vencedores que se destacaram pelo esforço de aprimorar e qualificar seus produtos e ações, em benefício do segmento da construção e do próprio País”.

“O Prêmio Qualidade 2008, o “Oscar da Construção”, que hoje entregamos a duas personalidades, uma pública e uma empresarial, e a 27 empresas, é o reconhecimento do Sinaprocim/Sinprocim e do Departamento da Indústria da Construção (Deconcic) da FIESP a esses vencedores”, disse.