Atuação de ong reduz violência doméstica na Baixada

O combate à violência doméstica pode ser eficaz. Uma comprovação disso está nos resultados que a organização não governamental NAV (Núcleo de Atenção à Violência) apresentou no dia 5 de novembro (quarta-feira), no Fórum de Saúde Mental Infanto-Juvenil, realizado no município de Nova Iguaçu (RJ).

Patrocinado pela Petrobras desde março do ano passado e coordenado pelo NAV, o projeto Lugar de Palavra exibe resultados que evidenciam o acerto da iniciativa: em 78% dos casos atendidos, os autores de agressões e seus familiares conseguiram mudar e reorganizar a vida e evoluir no convívio doméstico. Em 20 meses de funcionamento do projeto, foram concluídos, ou estão em andamento, 430 atendimentos a crianças, adolescentes e autores de agressão, todos residentes em Nova Iguaçu.

Entre os diversos tipos de violência familiar identificados, são mais freqüentes o abuso sexual (25%), violência física (15%) e psicológica (14%). Pais / padrastros (33%), vizinhos (20%), primos (outros 20%) e tios (11%) são os principais agentes dessa prática contra a criança e o adolescente no âmbito doméstico. O projeto Lugar da Palavra conta com uma equipe de dez psicólogos, um coordenador e um supervisor, que são responsáveis pelo acompanhamento das famílias, atuando no apoio psicoterapêutico aos autores de agressão e às suas vítimas no ambiente familiar.

O que é - O NAV (e-mail: [email protected]) integra uma rede de apoio constituída pelas 1ª e 2ª Varas da Infância e Juventude, Conselhos Tutelares, Varas de Família, Coordenadorias Regionais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Coordenadorias Regionais de Educação, Secretarias Municipal e Estadual de Saúde, hospitais públicos e privados, escolas públicas e privadas e instituições de ensino superior. O encaminhamento dos casos ao NAV se dá através desta rede.

A coordenadora do projeto Lugar de Palavra, Paula Mancini Ribeiro, explica que o foco do trabalho da ong em Nova Iguaçu é a realização de um trabalho clínico, de orientação psicanalítica, com crianças, adolescentes, suas famílias e autores de agressão envolvidos em situação de violência doméstica e risco social. O atendimento clínico é o espaço onde cada um pode falar de suas dificuldades e sentimentos.