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08/11/2008 - 13:33

Repensando o ensino da língua estrangeira

Nosso quadro atual de sociedade nos mostra o avanço diário da globalização, a rapidez das informações, a internet, as músicas internacionais, os filmes, os produtos, as tecnologias, enfim, uma quebra de muros de países e continentes e uma proximidade de línguas, culturas, negócios e mídia. E é exatamente nesse contexto que vivem nossos alunos. Eles jogam videogames cujas instruções e jogos são em inglês; eles ouvem no rádio músicas em inglês; utilizam a internet que tem nomes específicos, serviços, avisos e sites em inglês; vão a shoppings que tem lojas, restaurantes, produtos, em inglês; assistem à TV que exibem artistas que falam e cantam em inglês; vêem propagandas, reportagens e entrevistas em inglês; enfim, eles estão no mundo e interagem nele, seja de forma consciente ou não. E é aqui que entra o papel não do professor, mas do mediador.

Relembrando Paulo Freire, quando falava sobre a "Educação Bancária", já não é satisfatória mais uma aula de Inglês em que se veja o professor como a única fonte de informações e saberes e que tão somente deposite tais conhecimentos nas mentes, até então "vazias" dos alunos. Conscientes de que nossos alunos são agentes ativos deste novo modelo de sociedade e que dispõem de diversos conhecimentos fora da escola, cabe a nós, mediadores da aprendizagem, organizar tais conhecimentos, disseminá-los entre o grupo e permitir circular na classe o máximo de informações que auxiliem no aprendizado de uma nova língua.

Sendo assim, partindo do que sabem nossos alunos e do que necessitam, é possível traçar um planejamento adequado, coerente e significativo para um efetivo aprendizado da língua inglesa. A fim de garantir aulas dinâmicas, motivadoras, agradáveis, devemos pensar nas estratégias e recursos que serão utilizados, tais como: histórias, músicas, jogos, passatempos, pesquisas, laboratório de informática e internet, entre outros.

É necessário se ter em mente também a estrutura de aulas que queremos oferecer aos alunos. É essencial que as atividades sejam voltadas para a interação em situações reais. Por exemplo, simular uma entrevista, uma visita a um restaurante, uma compra, sempre propondo que os alunos coloquem em prática tudo o que sabem, oferecendo-lhes atividades desafiadoras e motivadoras, com problemas a resolver e decisões a tomar, formando alunos hábeis e ativos, além de conhecedores de outro idioma e, desse modo, perpassando pelos quatro pilares da educação: o saber conhecer, saber fazer, saber ser e saber conviver.

Outra mudança importante é quanto à função social dos materiais, textos e situações trazidos à sala de aula. A pedagogia como um todo tem discutido a questão. A idéia é que, ao invés de trabalharmos com histórias e personagens inexistentes, em redações que servem apenas para avaliação e ponto, se trabalhe com uma diversidade de gêneros e textos, em situações cotidianas e de fim social. Exemplos de gêneros textuais em inglês que podem ser utilizados em sala de aula: manuais de instrução, regras de jogos, embalagens de produtos, letras de música etc. No caso de habilidades orais, a idéia é simular situações de comunicação, como por exemplo: telefonemas, compras, shows e perguntas cotidianas.

O importante é que o aluno se coloque em situações reais onde tenha que improvisar, formular hipóteses, utilizar a língua como meio de comunicação para expressar suas idéias, sentimentos, preocupações, para falar de si mesmo, do outro, do mundo, de forma espontânea, utilizando estratégias, ferramentas diversas, fazendo associações, assimilações, enfim, se comunicando.

Temos plena consciência de que não é fácil, mas é possível desenvolver um trabalho de qualidade, através de um bom planejamento, objetivos claros, aulas e projetos bem estruturados, compreendendo que o maior intuito de se saber outra língua é a comunicação, a interação, a ampliação da visão de mundo e, claro, o conhecimento de outra cultura.

. Por: Cíntia Oliveira, professora e coordenadora de Inglês do Projeto Educacional Planeta Educação em Taboão da Serra (SP)

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