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08/11/2008 - 13:35

Tecnologia ajudando a combater o desvio de energia

As ligações clandestinas de energia, ou o chamado “gato”, como é popularmente conhecido, continua sendo um grande problema para as comercializadoras de energia elétrica no Brasil. Estimativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de 2006 apontam uma perda anual de R$ 3,5 bilhões para as distribuidoras de energia com furtos e fraudes de eletricidade. E no fim das contas, quem acaba pagando por isso é o consumidor que age honestamente, já que os custos da energia desviada acabam sendo pagos por eles. Nos cálculos da Aneel, as contas de luz são até 17% mais caras, em alguns casos, unicamente em função do roubo e das fraudes de energia

Da mesma forma como vem acontecendo na maioria dos segmentos de negócios, a tecnologia também pode ser um forte aliado no combate as práticas de desvio de energia. Hoje, já estão disponíveis para as empresas os sistemas de informações geográficas (GIS), que por meio de imagens de satélites e uma boa dose de tecnologia da informação, vem ajudando as empresas a mapearem em detalhes suas áreas de atuação e também sua rede de ativos – subestação, transformadores, postes e afins.

Mas como um maior controle sobre essas informações pode ser útil para combater as fraudes? Uma das dificuldades vividas pelas concessionárias é não ter o controle absoluto sobre o volume de energia que passa por todos os pontos de sua rede de transmissão, o que tornaria mais fácil a tarefa de detectar onde estão as perdas. Entretanto, se ela consegue saber com exatidão o tamanho de suas redes de distribuição, o número exato e localização de alimentadores, a distância entre os postes e transformadores, é possível calcular as perdas técnicas (naturais na entrega de energia) que acontecem até determinado ponto da rede.

As informações dos ativos de cada região é cadastrada, processada e entregue sob medida para os gestores da rede pela tecnologia GIS. Para saber se em determinada rua ou bairro está havendo roubo de energia, a empresa faz a medição, de qual o fluxo de energia que está passando por lá. Tendo consciência do total de energia que sai da subestação rumo àquela região, a empresa subtrai as perdas técnicas e também o total de energia consumido pelos clientes formais daquela rede. Caso o volume de energia que sobra seja menor que o esperado após a subtração, está identificada a chamada “perda comercial”, ou seja, um possível foco de fraude.

Outro benefício do uso da tecnologia GIS é de fornecer, por meio de imagens de satélite, uma visão geral sobre a geografia e demografia de toda a área de atuação da empresa. Com elas, é possível localizar áreas de risco de roubo de energia e à integridade dos ativos, como áreas de baixa renda e alta densidade populacional, onde a incidência de fraude costuma ser maior.

Além de tomar as providências cabíveis para localizar os responsáveis, saber onde ficam os principais focos de roubo de energia permite às concessionárias fazer um trabalho de educação localizado para disseminar a cultura da formalidade. Também pode bolar planos de consumo especiais para essas regiões, que estimulem o abandono da clandestinidade e gere receita para a distribuidora.

Ainda que a tecnologia exista e seja viável financeiramente, seu uso para a descoberta de ligações clandestinas poderia ser mais abrangente. Caso fosse feito com maior foco e seriedade, esse trabalho poderia trazer ganhos consideráveis para as distribuidoras e, o que é mais importante, para o consumidor final.

. Por: Marcos Covre, diretor Comercial da Imagem, empresa especializada no fornecimento de Sistemas de Informações Geográficas

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