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12/11/2008 - 11:30

Controle de natalidade

Há momentos em que acho não entender mais nada.

Um dos maiores problemas do mundo é a explosão demográfica. Acabo de ler que a população já está consumindo mais de 30% da capacidade de se produzir alimentos. Não se pode dar educação, saúde e emprego para os atuais moradores do planeta, especialmente empregos pelos avanços da informatização e da racionalização dos processos produtivos. O mercado como um todo não tem condições de absorver esta grande e crescente massa humana que todos os dias chega à idade produtiva. A China é hoje o país emergente que, graças à política do filho único implantada há algum tempo, pôde alçar o atual estágio de desenvolvimento e progresso econômico mundial.

Filhos só dão prazer no momento da sua concepção. Depois passam a ser fonte de preocupação, responsabilidade pela vida afora, com cuidados e despesas — cada vez maiores decorrentes de cuidados médicos, dentários, alimentares, vestuários e a mais cara de todas, a formação educacional, que irá permitir a sobrevivência da pessoa ante um panorama cada vez mais competitivo e especializado.

Acabo de ser informada pelos veículos de comunicação que os nossos mandatários estão para votar duas proposições de incentivo à maternidade. A primeira visa à extensão da licença-paternidade de cinco para 15 dias, e a outra que as mães passem a ter direito à pensão desde o início de gestação, logo após comprovar a concepção. Eu como mãe de dois filhos, sou especialista no assunto maternidade. Sei o quanto me custou criá-los, as preocupações que tive e que tenho, mesmo tendo lhes dado a melhor formação disponível em nosso País. Hoje percebo as suas dificuldades e o muito que têm de se esforçar para sobreviver no atual momento econômico.

Será que esses gênios da política já pararam para pensar o que poderá acontecer daqui a 18 anos quando essa nova população ora incentivada chegar à idade adulta, sem formação e sem condições de enfrentar a realidade do mundo?

No meu entender, tais projetos só podem sair de uma mentalidade ignorante ou de alguém que pretende com essas leis agradar a um bando de miseráveis incultos e preguiçosos que, através do nascimento dos filhos, irão conseguir alguns dias a mais de ócio. Ou ainda será que não existe por trás destas propostas a mão de alguma igreja reacionária que pretenda no futuro ter mais algumas “ovelhas” no seu rebanho?

Mais uma vez o Brasil sai na contramão das tendências internacionais firmando cada vez mais a sua postura de País do terceiro mundo.

. Por: Sylvia Romano, advogada trabalhista, responsável pelo Sylvia Romano Consultores Associados, em São Paulo. E-mail: [email protected] .

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