Natal sem filas

A crise econômica internacional não deverá ter impacto negativo no Natal dos brasileiros, estima a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). Espera-se aumento de 9% a 10% das vendas inerentes à data, em relação ao mesmo período de 2007. A análise é importante, considerando o elevado índice de participação desse segmento no volume total de comercialização do setor varejista (existem 346 shoppings no Brasil, que faturam cerca de R$ 44 bilhões/ano e recebem 203 milhões de consumidores por mês).

Estatísticas da entidade mostram que cada consumidor compra de 18 a 20 presentes. Além disso, cresce muito o movimento nos supermercados, mercearias, adegas, padarias, açougues, confeitarias, lojas de enfeites e outros estabelecimentos nos quais são vendidos produtos e artigos tradicionalmente vinculados aos hábitos de consumo característicos das festas de final de ano.

Outra boa notícia, além da previsão otimista da Alshop, é que o comércio varejista brasileiro (não só os estabelecimentos localizados nos shopping centers) está bem preparado para atender ao maior movimento, em decorrência da crescente presença da automação nas lojas. Este processo, é importante entender, não se restringe à emissão de um cupom fiscal. Envolve controle eficaz dos estoques, reposição em tempo real das mercadorias, redução de custos, aumento de produtividade e acesso amplo a informações estratégicas para o negócio.

Trata-se de um conjunto de benefícios cada vez mais acessível, pois os softwares e equipamentos têm preço muito menor do que no passado e sua operação torna-se paulatinamente mais simples e intuitiva. Tal avanço, é claro, não dispensa o devido treinamento do pessoal, pois o talento e o patrimônio humano e intelectual são sempre os fatores mais relevantes para o sucesso de qualquer empreendimento.

É perceptível — em especial em momentos de maior demanda, como nas vendas natalinas — a relação de causa-efeito entre os processos eficazes do varejo e a satisfação do consumidor. Todos nós, cidadãos, quando investidos desse status, somos cada vez mais exigentes, seletivos e ávidos pelo bom atendimento. Ao entrar numa loja, não procuramos apenas bons produtos, mas também ótimos serviços, atenção, agilidade e confiabilidade.

Assim, os lojistas que acompanharam as transformações do mundo e fizeram da tecnologia uma aliada têm inegável diferencial competitivo na conquista do cliente, e a boa performance no atendimento nos picos da demanda é essencial para os tornar fiéis. Afinal, é peculiar ao ser humano valorizar quem lhe dá a mesma atenção em distintas situações, ou seja, nos momentos de pequeno e de grande movimento.

A automação contribui para tudo isso. Proporciona um panorama geral da loja, melhorando o controle de atividades como atendimento em balcão, encomendas e vendas. Com a substituição de processos manuais por informatizados, é possível agregar agilidade e redução de custos, aumentando, assim, a rentabilidade e a competitividade. Agilidade, precisão, confiabilidade e eficiência nos procedimentos, melhor disponibilidade de produtos para o consumidor, menores custos e mais competitividade, sem dúvida, são benefícios diretos da automação.

Tudo isso é viabilizado pelo código de barras e o EDI (Intercâmbio Eletrônico de Dados), disseminados e administrados no País pela GS1 BRASIL, entidade multissetorial, sem fins lucrativos, voltada a multiplicar a automação em todas as cadeias de suprimentos. Essas ferramentas, embora invisíveis ao grande público, proporcionam imenso ganho de eficiência na interação com os parceiros comerciais, fornecedores, indústria e distribuidores.

Para o consumidor final, contudo, o que importa é a qualidade que percebe no atendimento. Um exemplo? A ausência de filas ou sua redução significativa nos caixas de supermercados e lojas de shopping centers, num Natal em que os brasileiros, desafiando o pessimismo internacional, parecem dispostos a exorcizar as assombrações da crise.

. Por: Flávia Ponte Bandeira S. Costa é assessora de Soluções de Negócios da GS1 Brasil.