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15/11/2008 - 15:47

Mais valor na vigilância eletrônica

Empresas e organizações governamentais do mundo todo se concentram mais e mais na proteção de seus ativos e das pessoas interessadas (stakeholders, funcionários, consumidores, fornecedores, cidadãos).

Para isso, sistemas de vigilância eletrônica com uso de vídeo vêm ocupando há anos papel central nos esforços de segurança e visam atender a uma lista extensa de desafios: apoiar o controle de acesso a áreas sensíveis; monitorar o perímetro para detectar intrusões; identificar comportamentos inaceitáveis, como atos de violência; identificar abandono de objetos potencialmente perigosos; identificar furtos; identificar veículos estacionados em locais não autorizados; identificar pessoas ou veículos transitando de forma não apropriada (ex: no contra fluxo); etc.

Os sistemas de vigilância alcançam objetivos como a dissuasão (por meio da presença visível e ostensiva de câmeras, e comumente com o aviso onde se lê: “Sorria, você está sendo filmado”) e o armazenamento dos vídeos para investigar a ocorrência de um crime e constituir prova legal. No entanto, esses sistemas têm um papel bastante limitado na prevenção e redução de crimes.

Apesar de termos milhões de câmeras instaladas mundo afora e de nos sentirmos como participantes do Big Brother, a grande verdade é que a maioria esmagadora dos vídeos é armazenada sem nunca ter sido objeto de vigilância efetiva. Como vemos nos filmes e nos indica o bom senso, é impraticável que os vigilantes consigam observar de forma criteriosa e consistente a imagem de dezenas de câmeras simultaneamente, durante horas a fio, para detectar um comportamento suspeito e tomar uma ação para evitar um crime. A enorme quantidade de câmeras torna a tarefa de vigiar imprópria para seres humanos, por mais capacitada e treinada que seja a equipe.

Então, por mais legítimas que sejam as finalidades de dissuasão e investigação, serão elas suficientes para justificar os US$ 20 bilhões anuais gastos em tais sistemas, apenas nos Estados Unidos? Sem prevenção eficaz, tiramos pouco valor das câmeras, cabeamento, sistemas de armazenamento de imagens e, invariavelmente, das equipes de segurança que temos.

Mas há mudanças. Observa-se hoje um aperfeiçoamento da tecnologia de análise automática de imagens de vídeo, que pode extrair mais valor da infra-estrutura instalada. Se incorporado um componente de software aos sistemas existentes, podemos sair da inércia do mundo da segurança reativa e vivenciar as potencialidades da segurança pró-ativa.

Esse programa pode ser “treinado” para identificar situações normais e anormais no ambiente monitorado e, uma vez em produção, iniciar a análise consistente dos vídeos em busca de situações que representem ameaças – antes mesmo de se concretizarem. Mediante uma dessas situações, gera-se um alerta para chamar a atenção da equipe de segurança e, caso necessário, para que entre em ação e impeça a concretização do incidente ou crime. A equipe de segurança ganha, assim, uma ferramenta adicional e essencial para facilitar a observação simultânea de inúmeras câmeras.

Também é possível incorporar a tecnologia para reconhecimento de caracteres e com isso adicionar capacidades de leitura de placas de veículos. Pode-se, inclusive, incorporar tecnologia biométrica de reconhecimento facial e identificar pessoas. Em ambos os casos, a identificação pode apoiar a localização (encontrar um veículo ou pessoa que se deseja) e o controle de acesso (uma vez identificado o veículo ou pessoa, fazer valer seus direitos de acesso permitindo ou negando passagem em pontos de controle).

Vale destacar que, uma vez que os vídeos sejam tratados por softwares e que estes tenham capacidade de gerar alertas, as potencialidades de integração aumentam exponencialmente. Alertas podem ser gerados para acionar dispositivos – como portas, travando-as ou destravando-as automaticamente. Clipes de vídeo podem ser enviados ao seu e-mail ou celular para visualização de eventos.

Algumas das capacidades acima descritas, além de serem grandes ferramentas para o aumento da segurança, podem se tornar viabilizadoras de melhores processos de negócio, para reconhecimento de clientes de alto valor em estabelecimentos, monitoramento de filas, verificações de qualidade, etc.

Aos sistemas de vigilância existentes atualmente podemos acrescentar novas capacidades para detecção precoce e prevenção de crimes, entre outras facilidades como reconhecimento de veículos ou pessoas. São oportunidades de extrair mais valor do investimento já realizado em uma infra-estrutura de segurança física por meio do uso de ferramentas que lhe adicionem eficiência e inteligência.

. Por: Leonardo Carissimi, líder do Programa de Segurança Empresarial da Unisys Brasil.

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